Os mestres judeus haviam estabelecido muitas regras para o
povo e exigiam deles a prática de muitas coisas que Deus não havia ordenado.
Até mesmo as crianças tinham que aprender a obedecer a tais regras. Jesus,
porém, não procurou aprender o que os rabis ensinavam. Ele cuidava em não falar
desrespeitosamente desses professores, mas estudava as Escrituras e obedecia às
leis de Deus.
Com frequência era repreendido por não proceder como os
outros meninos. Então mostrava pela Bíblia o que era correto.
Jesus Se empenhava continuamente em tornar os outros
felizes. Como era cortês e bondoso, os rabinos esperavam que um dia Ele Se
sujeitasse aos seus ensinos. Porém, não foi assim. Quando pressionado a
obedecer às suas regras, Ele mostrava o que a Bíblia ensinava. Tudo o que ela
dissesse,
Ele estaria disposto a obedecer. Tal atitude irritava os mestres.
Sabiam que suas regras eram contrárias à Bíblia, todavia, exigiam que Jesus
obedecesse a elas. Como não o fizesse, foram se queixar a Seus pais. José e
Maria achavam que os rabinos eram pessoas boas e Jesus sofreu pressões, as
quais foram difíceis de suportar.
Os irmãos de Jesus tomaram partido dos rabinos. As palavras
desses mestres, diziam eles, devem ser acatadas como a Palavra de Deus. E
reprovavam Jesus por colocar-Se acima dos líderes do povo.
Os rabinos julgavam-se superiores aos demais homens e não se
associavam com pessoas comuns. Desprezavam os pobres e os ignorantes. Até mesmo
os doentes e sofredores eram deixados sem esperança e conforto.
A bondade em pessoa
Jesus mostrava um amorável interesse por todos. Tentava
ajudar a qualquer pessoa que encontrava. Não tinha muito dinheiro para dar, mas
frequentemente deixava de Se alimentar para poder ajudar os outros.
Quando Seus irmãos falavam duramente com os pobres e
desamparados, Jesus ia até eles e lhes dirigia palavras de bondade e
encorajamento. Aos sedentos e famintos, sempre lhes traziam um copo de água fria
e, com frequência, repartia com eles o Seu próprio alimento. Tudo isso
desagradava Seus irmãos. Eles O ameaçavam e tentavam aterrorizá-Lo, mas Jesus
não abandonava Sua posição firme, fazendo o que Deus havia ordenado.
Muitas foram as provações e tentações de Jesus. Satanás
vivia em Seu encalço, procurando vencê-Lo.
Se Jesus praticasse um único ato errado, ou se dissesse uma
palavra impaciente, não poderia ter sido nosso Salvador, e então o mundo
inteiro se perderia. Satanás sabia disso, e era por esse motivo que
insistentemente tentava levar Jesus a pecar.
O Salvador era guardado constantemente por anjos celestiais,
porém Sua vida foi uma luta constante contra os poderes das trevas. Nenhum de
nós jamais enfrentará tentações tão pesadas como as que sofreu.
Mas a cada tentação, respondia: “Está escrito.” Mateus 4:4.
Não reprovava as más ações de Seus irmãos, mas lhes mostrava o que Deus havia
dito.
Nazaré era uma aldeia ímpia, e a garotada tentava levar
Jesus aos seus maus caminhos. Ele era inteligente e alegre, por isso apreciavam
Sua companhia.
Mas Seus princípios piedosos provocavam-nos à ira. Frequentemente,
ao Se recusar a participar de algum ato proibido, Ele era chamado de covarde.
Várias vezes zombaram dEle por Se mostrar zeloso até nas pequenas coisas. A
tudo respondia: “Está escrito.” Mateus 4:4. “O temor do Senhor é a sabedoria, e
o apartar-se do mal é o entendimento.” Jó 28:28. Amar o mal é amar a morte
porque “o salário do pecado é a morte”. Romanos 6:23.
Jesus não reivindicava Seus direitos. Quando maltratado,
suportava com paciência. Por ser tão disposto e resignado, não raro, tornavam
Seu trabalho desnecessariamente mais difícil. Mesmo assim, não desanimava,
porque sabia que podia contar com a admiração do Pai celestial.
Jovem de oração
Passava as horas mais felizes quando estava a sós com Deus
em meio à natureza. Ao terminar o trabalho, apreciava ir aos campos para
meditar nos vales verdejantes ou para orar a Deus nas montanhas, ou ainda, em
meio às árvores da floresta.
Ouvia o gorjeio dos pássaros, cantando ao seu Criador e Sua
voz se unia à deles em alegres cânticos de louvor e agradecimento.
Saudava cada manhã cantando hinos de louvor. Ao amanhecer
estava sempre em algum lugar sossegado, meditando em Deus, orando ou lendo a
Bíblia. Depois dessa hora tranquila, voltava para casa e assumia Seus deveres
diários de forma exemplar. Onde quer que estivesse, Sua presença parecia trazer
os anjos para perto. Todas as pessoas sentiam a influência de Sua vida pura e
santa.
Íntegro e puro, caminhava entre os negligentes, os brutos,
os intratáveis, entre os coletores de impostos desonestos, entre os pródigos
perdulários, entre os samaritanos injustos, entre os soldados pagãos, entre os
camponeses rudes.
Distribuía palavras de simpatia aqui e ali. Quando
encontrava alguém curvado sob os fardos da vida, aliviava-lhes o peso,
repetindo as lições que havia aprendido da natureza, do amor, da simpatia e da
bondade de Deus.
Ensinava-lhes a olhar para si mesmos como portadores de
preciosos talentos que, se corretamente usados, lhes dariam riquezas eternas.
Por Seu próprio exemplo, ensinou que cada minuto é importante e deve ser
empregado em alguma atividade útil.
Jamais considerou o ser humano de pouco valor, ao contrário,
sempre tentou encorajar os mais rudes e pouco promissores. Dizia-lhes que Deus
os amava como Seus filhos e que podiam se tornar semelhantes a Ele no caráter.
Assim, desde os mais tenros anos da infância, Jesus
trabalhou em favor do próximo. Ninguém podia fazê-Lo desistir desse trabalho,
nem os preparados doutores, nem Seus próprios irmãos. Com um motivo sincero,
cumpriu o propósito de Sua vida, pois Ele devia ser a luz do mundo. {VJ 28.9}
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