31.7.14

A Promessa Mais Alentadora

"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;"  (Mateus 28 : 19)
Estava terminada a obra terrestre de Jesus, e era chegado o tempo para regressar à pátria celestial. Tinha vencido e devia agora tomar Seu lugar à destra do Pai sobre o Seu trono de luz e de glória.{FPV 21.1}
Jesus escolheu o Monte das Oliveiras para lugar de Sua ascensão. Acompanhado dos onze, dirigiu-Se para aquele monte. Longe estavam, porém, os discípulos de imaginar que seria a última vez que estariam na companhia pessoal do Mestre. Durante o trajeto Jesus lhes deu Suas últimas instruções e, pouco antes de deixá-los, a preciosa promessa que tão grata se tem provado a todos os Seus seguidores:{FPV 21.2}
“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”{FPV 21.3}
Dirigiram-se para o cume que dá para o lado de Betânia. Ali pararam, e os discípulos se reuniram em torno do Mestre. Uma luz etérea parecia irradiar de Seu divino rosto quando os fitou cheio de ternura. As últimas palavras do Salvador foram repassadas de inefável doçura.{FPV 22.1}
Com as mãos estendidas para a última bênção, Jesus elevou-Se lentamente dentre eles. Os discípulos, maravilhados, esforçaram a vista para seguir o Salvador que desaparecia nos ares. Finalmente, uma nuvem de glória O arrebatou aos seus olhos. No mesmo instante ressoou no espaço a mais suave e maviosa música que procedia do coro de anjos celestiais. {FPV 22.2}
Estando os discípulos ainda parados, com os olhos fitos no céu, feriu os seus ouvidos uma voz como música arrebatadora. Eles se voltaram para ver dois mensageiros celestes, que lhes disseram:{FPV 22.3}
“Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu, assim virá do modo como O vistes subir.”{FPV 22.4}
Esses anjos faziam parte do exército que viera para acompanhar o Salvador à Sua morada celeste. Movidos de simpatia e amor para com os discípulos que ficavam, demoraram-se ainda um pouco para lhes assegurar que a separação seria apenas temporária. {FPV 22.5}
Jesus prometera que viria outra vez:{FPV 23.1}
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também.” João 14:1-3.
Assim falara Jesus, e os anjos lhes declaravam agora que Ele viria do mesmo modo que O haviam visto ir ao Céu. Jesus subiu ao Céu em corpo, vendo-O eles quando foi elevado do meio deles e recebido por uma nuvem. Ele virá outra vez assentado numa grande nuvem branca, e “todo olho O verá”. Apocalipse 1:7.
Enoque testemunhou: “Eis que veio o Senhor entre Suas santas miríades, para exercer juízo contra todos.” Judas 1:14.
Isaías predisse como os justos O hão de aclamar na Sua vinda: “Eis que Este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; Este é o Senhor, a quem aguardávamos: na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos.” Isaías 25:9.
Paulo descreveu a Sua vinda dizendo: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.{FPV 24.1}
“Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.” 1 Tessalonicenses 4:16 e 17.{FPV 24.2}

Assim, pois, o nosso Salvador voltará à Terra para levar consigo aos que tiverem permanecido fiéis.{FPV 24.3}

30.7.14

Abra o coração a Deus

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” Provérbios 28:13.{CC 37.1}
As condições para obter misericórdia de Deus são simples, justas e razoáveis. O Senhor não requer de nós atos penosos a fim de que alcancemos o perdão dos pecados. Não precisamos empreender longas e cansativas peregrinações, nem praticar duras penitências a fim de recomendar nossa alma ao Deus do Céu ou expiar nossas transgressões; mas o que confessa os seus pecados e os deixa, alcançará misericórdia.{CC 37.2}
Diz o apóstolo: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis.” Tiago 5:16. Confessai vossos pecados a Deus, que é o único que os pode perdoar, e vossas faltas uns aos outros. Se ofendestes a vosso amigo ou vizinho, deveis reconhecer vossa culpa, e é seu dever perdoar-vos plenamente. Deveis buscar então o perdão de Deus, porque o irmão a quem feristes é propriedade de Deus e, ofendendo-o, pecastes contra seu Criador e Redentor. O caso será levado perante o único Mediador verdadeiro, nosso grande Sumo Sacerdote, que “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”, e que Se compadece “das nossas fraquezas” (Hebreus 4:15), sendo apto para purificar-nos de toda mancha de iniqüidade.{CC 37.3}
Os que não humilharam ainda a alma perante Deus, reconhecendo sua culpa, não cumpriram ainda a primeira condição de aceitabilidade. Se não experimentamos ainda aquele arrependimento do qual não há arrepender-se, e não confessamos os nossos pecados, com verdadeira humilhação de alma e contrição de espírito, aborrecendo nossa iniqüidade, nunca procuramos verdadeiramente o perdão dos pecados; e se nunca buscamos a paz de Deus, nunca a encontramos. A única razão por que não temos a remissão dos pecados passados, é não estarmos dispostos a humilhar o coração e cumprir as condições apresentadas pela Palavra da verdade. Acerca deste assunto são-nos dadas explícitas instruções. A confissão de pecados, quer pública quer privada, deve ser de coração, expressa francamente. Não deve ser obtida do pecador à força de insistência. Não deve ser feita de maneira negligente ou folgazã, nem extorquida dos que não reconhecem o abominável caráter do pecado. A confissão que é o desafogo do íntimo da alma, achará o caminho ao Deus de infinita piedade. Diz o salmista: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito.” Salmos 34:18. {CC 37.4}
A confissão verdadeira tem sempre caráter específico e faz distinção de pecados. Estes podem ser de natureza que devam ser apresentados a Deus unicamente; podem ser faltas que devam ser confessadas a pessoas que por elas foram ofendidas; ou podem ser de caráter público, devendo então ser confessados com a mesma publicidade. Toda confissão, porém, deve ser definida e sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais sois culpados.{CC 38.1}
Nos dias de Samuel os israelitas apartaram-se de Deus. Estavam sofrendo as conseqüências do pecado, pois haviam perdido a fé em Deus, deixado de reconhecer Seu poder e sabedoria para governar a nação, perdido a confiança em Sua capacidade de defender e reivindicar Sua causa. Volveram costas ao grande Rei do Universo, desejando ser governados como as nações ao seu redor. Para encontrar paz fizeram esta definida confissão: “A todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.” 1 Samuel 12:19. Importava que confessassem justamente o pecado do qual tinham sido convencidos. A ingratidão oprimia-lhes a alma, separando-os de Deus. {CC 38.2}
A confissão não será aceitável a Deus sem o sincero arrependimento e reforma. E preciso que haja decisivas mudanças na vida; tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Este será o resultado da genuína tristeza pelo pecado. A obra que nos cumpre fazer de nossa parte, é-nos apresentada claramente: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isaías 1:16-17. “Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.” Ezequiel 33:15. Paulo diz, falando da obra do arrependimento: “Quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” 2 Coríntios 7:11.{CC 39.1}
Quando o pecado embota as percepções morais, o transgressor já não discerne os defeitos de seu caráter, nem reconhece a enormidade do mal que cometeu; e a menos que se renda ao poder persuasivo do Espírito Santo, permanece em parcial cegueira quanto aos seus pecados. Suas confissões não são sinceras e ferventes. A cada reconhecimento de seu pecado acrescenta uma desculpa em justificação de seu procedimento, declarando que se não fossem certas circunstâncias, não teria praticado este ou aquele ato, pelo qual está sendo reprovado.{CC 40.1}
Depois de haverem Adão e Eva comido do fruto proibido, ficaram cheios de um sentimento de vergonha e terror. A princípio seu único pensamento era como desculpar seu pecado e escapar à temida sentença de morte. Quando o Senhor os interrogou acerca de seu pecado, Adão respondeu, lançando a culpa em parte sobre Deus e em parte sobre a companheira: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” A mulher lançou a culpa sobre a serpente, dizendo: “A serpente me enganou, e eu comi.” Gênesis 3:12-13. Por que fizeste a serpente? Por que lhe permitiste entrar no jardim? Estas eram as perguntas que transpareciam das palavras com que procurava desculpar seu pecado, lançando, assim, sobre Deus a responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria originou-se no pai da mentira, e tem sido manifestado por todos os filhos e filhas de Adão. Confissões desta ordem não são inspiradas pelo Espírito divino, e não são aceitáveis a Deus. O arrependimento verdadeiro levará o homem a suportar ele mesmo sua culpa e reconhecê-la sem engano nem hipocrisia. Como o pobre publicano, que nem ao menos os olhos ousava erguer ao céu, clamará: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18:13) e os que reconhecerem sua culpa serão justificados, pois Jesus apresenta Seu sangue em favor da alma arrependida. {CC 40.2}
Os exemplos que a Palavra de Deus nos apresenta de genuíno arrependimento e humilhação revelam um espírito de confissão em que não há escusa do pecado, nem tentativa de justificação própria. Paulo não procurava desculpar-se; pintava seus pecados nas cores mais negras, não procurando atenuar sua culpa. Diz ele: “Encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles. E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.” Atos 26:10-11. Não hesita em declarar que “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. 1 Timóteo 1:15.{CC 41.1}

O coração humilde e contrito, rendido pelo arrependimento genuíno, apreciará algo do amor de Deus e do preço do Calvário; e, como um filho confessa sua transgressão a um amante pai, assim trará o verdadeiro penitente todos os seus pecados perante Deus. E está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9.{CC 41.2}

25.7.14

A Obediência é um Privilégio

“Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17.
Pode alguém não ser capaz de dizer exatamente a ocasião ou lugar de sua conversão, nem seguir toda a cadeia de circunstâncias no seu processo; mas isto não prova que essa pessoa não seja convertida. Cristo disse a Nicodemos: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” João 3:8. Como o vento, que é invisível, mas cujos efeitos se podem claramente ver e sentir, assim é o Espírito de Deus em Sua obra no coração humano. Essa virtude regeneradora que nenhum olho humano pode ver, gera na alma uma vida nova; cria um novo ser, à imagem de Deus. Conquanto a obra do Espírito seja silenciosa e imperceptível, seus efeitos são manifestos. Se o coração foi renovado pelo Espírito de Deus, a vida dará testemunho desse fato. Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós. Ver-se-á mudança no caráter, nos hábitos e atividades. Será claro e positivo o contraste entre o que foram e o que são. O caráter se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela tendência das palavras e atos costumeiros.{CC 57.2}
É verdade que pode haver um modo de proceder exteriormente correto, sem o poder regenerador de Cristo. O amor da influência e o desejo da estima alheia poderão determinar uma vida bem ordenada. O respeito próprio poderá levar-nos a evitar a aparência do mal. Um coração egoísta poderá praticar ações generosas. Por que meios, pois, poderemos determinar de que lado nos achamos?{CC 58.1}
Quem possui nosso coração? Com quem estão nossos pensamentos? Sobre quem gostamos de conversar? Quem é o objeto de nossas mais calorosas afeições e nossas melhores energias? Se somos de Cristo, nossos pensamentos com Ele estarão, e nEle se concentrarão as nossas mais doces meditações. Tudo que temos e somos a Ele será consagrado. Almejaremos trazer a Sua imagem, possuir Seu Espírito, cumprir Sua vontade e agradar-Lhe em todas as coisas.{CC 58.2}
Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito — “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Gálatas 5:22-23. Não se conformarão por mais tempo com as concupiscências anteriores, mas pela fé do Filho de Deus seguirão as Suas pisadas, refletir-Lhe-ão o caráter e se purificarão, assim como Ele é puro. As coisas que outrora aborreciam, agora amam; e aquilo que outrora amavam, aborrecem agora. O orgulhoso e presunçoso torna-se manso e humilde de coração. O vanglorioso e arrogante torna-se circunspecto e moderado. O bêbado torna-se sóbrio e o viciado, puro. Os vãos costumes e modas do mundo são renunciados. O cristão buscará, não o “enfeite... exterior”, mas “o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus”. 1 Pedro 3:3-4. {CC 58.3}
Não há evidência de genuíno arrependimento, a menos que se opere a reforma. Restituindo o penhor, devolvendo aquilo que roubara, confessando os pecados e amando a Deus e ao próximo, pode o pecador estar certo de que passou da morte para a vida.{CC 59.1}
Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve; pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que dantes parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.{CC 59.2}
A amabilidade do caráter de Cristo se manifestará em Seus seguidores. Era Seu deleite fazer a vontade de Deus. Amor a Deus, zelo por Sua glória, era o motivo dominante na vida de nosso Salvador. O amor embelezava e enobrecia todos os Seus atos. O amor vem de Deus. O coração não consagrado não o pode originar nem produzir. Encontra-se unicamente no coração em que reina Jesus. “Nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro.” 1 João 4:19. No coração renovado pela graça divina, o amor é o princípio da ação. Modifica o caráter, governa os impulsos, domina as paixões, subjuga a inimizade e enobrece as afeições. Este amor, abrigado na alma, ameniza a vida e espalha ao redor uma influência enobrecedora.{CC 59.3}
Há dois erros contra os quais os filhos de Deus — particularmente os que só há pouco vieram a confiar em Sua graça — devem, especialmente, precaver-se. O primeiro, do qual já tratamos, é o de tomar em consideração as suas próprias obras, confiando em qualquer coisa que possam fazer, a fim de pôr-se em harmonia com Deus. Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos. {CC 59.4}
O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção.{CC 60.1}
Mas notai aqui que a obediência não é mera aquiescência externa, mas sim o serviço de amor. A lei de Deus é uma expressão de Sua própria natureza; é uma corporificação do grande princípio do amor, sendo, daí o

19.7.14

Abra o Coração a Deus

O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”. Provérbios 28:13. As condições para obter a misericórdia de Deus são simples, justas e razoáveis. O Senhor não requer que façamos algo difícil para que tenhamos o perdão dos nossos pecados. Não precisamos fazer longas e cansativas peregrinações, nem pagar dolorosas penitências com o objetivo de encomendar nossa alma ao Deus do Céu, ou para expiar nossa transgressão; mas aquele que confessar e deixar seu pecado alcançará misericórdia. {CCn 25.1}
Diz o apóstolo: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”. Tiago 5:16. Confesse seus pecados a Deus, o único que pode perdoá-los, e as faltas uns aos outros. Se você ofendeu um amigo ou vizinho, deve reconhecer seu erro, e ele tem o dever de perdoar-lhe. Você deverá, então, buscar o perdão de Deus, pois a pessoa ofendida é propriedade de Deus e, ao magoá-la, você pecou contra o Criador e Redentor. O caso é levado ao único verdadeiro Mediador, nosso grande Sumo Sacerdote, que “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” e quem pode “compadecer-Se das nossas fraquezas”, o qual tem condições de purificar-nos de toda mancha de iniqüidade. Hebreus 4:15.{CCn 25.2}
Os que não se humilharam diante de Deus, reconhecendo sua culpa, ainda não cumpriram a primeira condição para que sejam aceitos. Se ainda não experimentamos o arrependimento completo e definitivo e não confessamos nosso pecado com verdadeira humildade e espírito quebrantado, aborrecendo nossa iniqüidade, não estamos buscando o perdão dos nossos pecados com sinceridade. E, procedendo assim, jamais encontraremos a paz de Deus. A única razão para não termos nossos pecados perdoados é não estarmos dispostos a humilhar o coração e a aceitar as condições da Palavra da verdade. As instruções a

15.7.14

Crescimento em Cristo

A transformação do coração, pela qual nos tornamos filhos de Deus, é na Bíblia chamada nascimento. É também comparada à germinação da boa semente lançada pelo lavrador. De igual maneira, os que acabam de converter-se a Cristo, devem, “como meninos novamente nascidos” (1 Pedro 2:2), crescer (Efésios 4:15) até à estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus. Ou, como a boa semente lançada no campo, devem crescer e produzir fruto. Isaías diz que serão chamados “árvores de justiça, plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado”. Isaías 61:3. Assim, da vida natural tiram-se ilustrações que nos ajudam a melhor compreender as misteriosas verdades da vida espiritual.{CC 67.1}
Toda a Ciência e habilidade do homem não são capazes de produzir vida no menor objeto da natureza. É unicamente mediante a vida que o próprio Deus comunicou, que a planta ou o animal vivem. Assim é unicamente mediante a vida de Deus, que se gera no coração dos homens a vida espiritual. A menos que o homem nasça “de novo” (João 3:3) [ou do alto, como dizem outras versões], não pode ser participante da vida que Cristo veio trazer.{CC 67.2}
Como se dá com a vida, assim com o crescimento. É Deus quem faz o botão tornar-se flor e a flor fruto. É por Seu poder que a semente se desenvolve, “primeiro, a erva, depois, a espiga, e por último, o grão cheio na espiga”. Marcos 4:28. E o profeta Oséias diz, referindo-se a Israel, que ele “florescerá como o lírio. ... Serão vivificados como o trigo e florescerão como a vide.” Oseias 14:5-7. E Jesus nos diz: “Considerai os lírios, como eles crescem.” Lucas 12:27. As plantas e flores não crescem em virtude de seu próprio cuidado, ansiedade ou esforço, mas pelo recebimento daquilo que Deus forneceu para lhes servir à vida. A criança não pode, por qualquer ansiedade ou poder próprio, aumentar sua estatura. Do mesmo modo não podeis vós, por vossa própria ansiedade ou esforço, conseguir crescimento espiritual. A planta e a criança crescem recebendo do seu ambiente aquilo que lhes serve à vida — ar, luz do Sol e alimento. O que esses dons da natureza são para o animal e a planta, é Cristo para os que n´Ele confiam. É-lhes “luz perpétua” (Isaías 60:19), Sol e Escudo. Salmos 84:11. Será “para Israel, como orvalho”. Oseias 14:5. “Descerá como a chuva sobre a erva ceifada.” Salmos 72:6. É Ele a água viva, “o pão de Deus... que desce do Céu e dá vida ao mundo”. João 6:33. {CC 67.3}
No dom incomparável de Seu Filho, Deus envolveu o mundo todo numa atmosfera de graça, tão real como o ar que circula ao redor do globo. Todos os que respirarem esta atmosfera vivificante hão de viver e crescer até à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus.{CC 68.1}
Como a flor se volve para o Sol, para que os seus brilhantes raios a ajudem a desenvolver a beleza e simetria, assim devemos nós volver-nos para o Sol da justiça, a fim de que a luz do Céu incida sobre nós e nosso caráter seja desenvolvido à semelhança de Cristo.{CC 68.2}
Jesus ensina isso mesmo quando diz: “Estai em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. ... Sem Mim nada podereis fazer.” João 15:4-5. Sois justamente tão dependentes de Cristo, para viver uma vida santa, como a vara é dependente do tronco para crescer e dar fruto. Separados d´Ele não tendes vida. Não tendes poder algum para resistir à tentação ou crescer em graça e santidade. Permanecendo n´Ele, florescereis. Derivando d´Ele a vossa vida, não haveis de murchar nem ser estéreis. Sereis como árvore plantada junto a ribeiros de água. {CC 68.3}
Muitos têm a ideia de que devem fazer sozinhos parte do trabalho. Confiaram em Cristo para o perdão dos pecados, mas agora procuram por seus próprios esforços viver retamente. Mas qualquer esforço como este terá de fracassar. Diz Jesus: “Sem Mim nada podereis fazer.” João 15:5. Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade — tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora — permanecendo n´Ele — que devemos crescer na graça. Ele é não somente o Autor mas também o Consumador de nossa fé. É Cristo primeiro, por último e sempre. Deve estar conosco, não só ao princípio e ao fim de nossa carreira, mas a cada passo do caminho. Diz Davi: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que Ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.” Salmos 16:8.{CC 69.1}
Perguntais: “Como permanecerei em Cristo?” Do mesmo modo em que O recebestes a princípio. “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai n´Ele.” Colossences 2:6. “O justo viverá da fé.” Hebreus 10:38. Vós vos entregastes a Deus, para serdes inteiramente Seus, para O servirdes e Lhe obedecerdes, e aceitastes a Cristo como vosso Salvador. Não pudestes vós mesmos expiar os vossos pecados ou mudar vosso coração; mas tendo-vos entregue a Deus, crestes que Ele, por amor de Cristo, fez tudo isto por vós. Pela fé viestes a pertencer a Cristo, pela fé deveis n´Ele crescer — dando e recebendo. Deveis dar tudo — vosso coração, vossa vontade, vosso serviço — dar-vos, a vós mesmos, a Ele, para Lhe obedecerdes em tudo o que de vós requer; e deveis receber tudo — Cristo, a plenitude de todas as bênçãos, para habitar em vosso coração, para ser vossa força, vossa justiça, vosso ajudador constante — a fim de vos dar poder para obedecerdes. {CC 69.2}
Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: “Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.” Esta é uma questão diária. A cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de

13.7.14

A Formação do Caráter

O carater segundo alguns autores
“Nosso caráter é o resultado da nossa conduta.”
Aristóteles

“Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar bons caminhos, mas a formação final do caráter de uma pessoa está em suas próprias mãos.”
Anne Frank

“A época exata para se influenciar o caráter de uma criança é cem anos antes de ela ter nascido.”
William Ralph Inge

“A inteligência e o caráter é o objetivo da verdadeira educação.”
Martin Luther King

“As causas não determinam o caráter da pessoa, mas apenas a manifestação desse caráter, ou seja, as ações.”
Arthur Schopenhauer

O caráter na psicologia
É o termo que designa o aspeto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento; este sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.

Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios.
Caráter, em sua definição mais simples, resume-se em índole ou firmeza de vontade.
O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante. Tais variações podem ser inúmeras.

Mas não é o caráter que sofre as influências pelo meio em que é submetido, pois o ser humano demonstra sua pessoal característica desde os primeiros dias. O caráter é inerente do próprio espírito, e os moldes de educação, adaptação às diferentes condições e fases da vida humana apenas levam o ser às escolhas que deve fazer, obedecendo elas a esse princípio.

As culturas antigas costumavam declarar quando de uma pessoa de índole confiável: "Pessoa de caráter forte". Quando o caráter - presença inerente no ser - é forte, significa que por mais maravilhosos ou recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um sentimento de alerta dentro, que indica aquele como um caminho errado, mesmo que no momento possa parecer o correto.

O caráter faz ver além, nas consequências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.

A educação e a cultura se diferem nesses valores, assim como o caráter se interfere a uma coisa e pessoa se difere das boas maneiras ou do estilo de vida que se leva. Ambos, a cultura e o estilo de vida, são transformados, adquiridos e estudados e podem ser esquecidos ou aprimorados. Mas o caráter faz desses todos seus caminhos. Escolher qual deles seguir e quais consequências irão advir só o caráter pode identificar, no momento que as decisões - de trabalho, amor, relações sociais, escolares, de amizade etc - são tomadas.
“Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou.”

Caráter segundo Ellen G. White
“E haverá estabilidade em teus tempos, abundância de ... sabedoria e ciência.”
A verdadeira educação não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou aquisições literárias; mas acima da instrução aprecia a capacidade, acima da capacidade a bondade, e acima das aquisições intelectuais o caráter. O mundo não necessita tanto de homens de grande intelecto, como de nobre caráter. Necessita de homens cuja habilidade é dirigida por princípios firmes. {Ed 225.1}
“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria.” “A língua dos sábios adorna a sabedoria.” Provérbios 4:7; 15:2. A verdadeira educação comunica esta sabedoria. Ensina o melhor uso não somente de uma, mas o de todas as nossas habilidades e aquisições. Assim abrange todo o ciclo das obrigações: para com nós mesmos, para com o mundo, e para com Deus.{Ed 225.2}
A formação do caráter é a obra mais importante que já foi confiada a seres humanos; e nunca dantes foi seu

10.7.14

O Plano da Redenção

A queda do homem encheu o Céu todo de tristeza. O mundo que Deus fizera estava manchado pela maldição do pecado, e habitado por seres condenados à miséria e morte. Não parecia haver meio pelo qual pudessem escapar os que tinham transgredido a lei. Os anjos cessaram os seus cânticos de louvor. Por toda a corte celestial havia pranto pela ruína que o pecado ocasionara. {PP 33.1}
O Filho de Deus, o glorioso Comandante do Céu, ficou tocado de piedade pela raça decaída. Seu coração moveu-se de infinita compaixão ao erguerem-se diante d´Ele os ais do mundo perdido. Entretanto o amor divino havia concebido um plano pelo qual o homem poderia ser remido. A lei de Deus, quebrantada, exigia a vida do pecador. Em todo o Universo não havia senão um Ser que, em favor do homem, poderia satisfazer as suas reivindicações. Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderia fazer expiação por sua transgressão. Ninguém, a não ser Cristo, poderia redimir da maldição da lei o homem decaído, e levá-lo novamente à harmonia com o Céu. Cristo tomaria sobre Si a culpa e a ignomínia do pecado — pecado tão ofensivo para um Deus santo que deveria separar entre Si o Pai e o Filho. Cristo atingiria as profundidades da miséria para libertar a raça que fora arruinada.{PP 33.2}
Perante o Pai pleiteou Ele em prol do pecador, enquanto a hoste celestial aguardava o resultado com um interesse de tal intensidade que palavras não o poderão exprimir. Mui prolongada foi aquela comunhão misteriosa — o “conselho de paz” (Zacarias 6:13) em prol dos decaídos filhos dos homens. O plano da salvação fora estabelecido antes da criação da Terra; pois Cristo é “o Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8); foi, contudo, uma luta, mesmo para o Rei do Universo, entregar Seu Filho para morrer pela raça culposa. Mas “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigénito, para que todo aquele que n´Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Oh, que mistério da redenção! o amor de Deus por um mundo que O não amou! Quem pode conhecer as profundidades daquele amor que “excede todo o entendimento?” Durante séculos eternos, mentes imortais, procurando entender o mistério daquele amor incompreensível, maravilhar-se-ão e adorarão.{PP 33.3}
Deus ia ser manifesto em Cristo, “reconciliando consigo o mundo”. 2 Coríntios 5:19. O homem se tornara tão degradado pelo pecado que lhe era impossível, por si mesmo, andar em harmonia com Aquele cuja natureza é pureza e bondade. Mas Cristo, depois de ter remido o homem da condenação da lei, poderia comunicar força divina para se unir com o esforço humano. Assim, pelo arrependimento para com Deus e fé em Cristo, os caídos filhos de Adão poderiam mais uma vez tornar-se “filhos de Deus”. 1 João 3:2. {PP 33.4}
O plano pelo qual poderia unicamente conseguir-se a salvação do homem, abrangia o Céu todo em seu infinito sacrifício. Os anjos não puderam regozijar-se ao desvendar-lhes Cristo o plano da redenção; pois viram que a salvação do homem deveria custar a indizível mágoa de seu amado Comandante. Com pesar e admiração escutaram as Suas palavras ao contar-lhes Ele como deveria descer da pureza e paz do Céu, de sua alegria, glória e vida imortal, e vir em contato com a degradação da Terra, para suportar suas tristezas, ignomínia e morte. Ele deveria ficar entre o pecador e a pena do pecado; poucos, todavia, O receberiam como o Filho de Deus. Deixaria Sua elevada posição como a Majestade do Céu, apareceria na Terra e humilhar-Se-ia como um homem, e, pela Sua própria experiência, familiarizar-Se-ia com as tristezas e tentações que o homem teria de enfrentar. Tudo isto seria necessário a fim de que Ele pudesse socorrer os que fossem tentados. Hebreus 2:18. Quando Sua missão como ensinador estivesse terminada, deveria ser entregue nas mãos de homens ímpios, e ser submetido a todo insulto e tortura que Satanás os poderia inspirar a infligir. Deveria morrer a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a Terra como um pecador criminoso. Deveria passar longas horas de agonia tão terrível que anjos não poderiam olhar para isso, mas velariam o rosto para não verem aquele quadro. Deveria suportar aflição de alma, a ocultação da face do Pai, enquanto a culpa da transgressão — o peso dos pecados do mundo inteiro — estivessem sobre Ele.{PP 34.1}
Os anjos prostraram-se aos pés de Seu Comandante, e ofereceram-se para serem sacrifício para o homem. Mas a vida de um anjo não poderia pagar a dívida; apenas Aquele que criara o homem tinha poder para o redimir. Contudo, deveriam os anjos ter uma parte a desempenhar no plano da redenção. Cristo havia de fazer-Se “um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte”. Hebreus 2:9. Tomando Ele sobre Si a natureza humana, Sua força não seria igual à deles, e deveriam eles ministrar-Lhe, fortalecê-Lo em Seus sofrimentos, e mitigar-Lhos. Deveriam também ser espíritos ministradores, enviados para ministrarem a favor daqueles que seriam herdeiros da salvação. Hebreus 1:14. Eles guardariam os súbditos da graça, do poder dos anjos maus, e das trevas arremessadas constantemente em redor deles por Satanás.{PP 34.2}
Quando os anjos testemunhassem a agonia e humilhação de seu Senhor, encher-se-iam de dor e indignação, e desejariam livrá-Lo de Seus assassinos; mas não deveriam intervir a fim de evitar qualquer coisa que vissem. Fazia parte do plano da redenção que Cristo sofresse o escárnio e mau trato de homens ímpios; e Ele consentiu com tudo isto quando Se tornou o Redentor do homem. {PP 34.3}
Cristo assegurou aos anjos que pela Sua morte resgataria a muitos, e destruiria aquele que tinha o poder da morte. Recuperaria o reino que o homem perdera pela transgressão, e os remidos deveriam herdá-lo com Ele, e nele habitar para sempre. Pecado e pecadores seriam extintos, para nunca mais perturbarem a paz do Céu ou da Terra. Ele ordenou que o exército angélico estivesse de acordo com o plano que Seu Pai aceitara, e se alegrasse de que, pela Sua morte, o homem decaído pudesse reconciliar-se com Deus.{PP 35.1}
Então alegria, inexprimível alegria, encheu o Céu. A glória e bem-aventurança de um mundo remido sobrepujaram mesmo a angústia e sacrifício do Príncipe da vida. Pelos paços celestiais ecoaram os primeiros acordes daquele cântico que deveria soar por sobre as colinas de Belém: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens”. Lucas 2:14. Com mais intensa alegria então do que no enlevo da criação recém-feita, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”. Jó 38:7.{PP 35.2}
Para o homem, a primeira indicação de redenção foi dada na sentença pronunciada sobre Satanás, no jardim. Declarou o Senhor: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Génesis 3:15. Esta sentença, proferida aos ouvidos de nossos primeiros pais, foi para eles uma promessa. Ao mesmo tempo em que predizia guerra entre o homem e Satanás, declarava que o poder do grande adversário finalmente seria quebrado. Adão e Eva achavam-se como criminosos diante do justo Juiz, esperando a sentença em que pela transgressão tinham incorrido; mas antes que ouvissem da vida de lutas e tristezas que devia ser a sua porção, ou o decreto de que deviam voltar ao pó, escutaram palavras que não poderiam deixar de lhes dar esperança. Posto que devessem sofrer pelo poder de seu forte adversário, poderiam olhar no futuro para a vitória final.{PP 35.3}
Quando Satanás ouviu que existiria inimizade entre ele e a mulher, e entre sua semente e a semente dela, viu que sua obra de degenerar a natureza humana seria interrompida; que por algum meio o homem se habilitaria a resistir a seu poder. Sendo, contudo, o plano da salvação mais amplamente patenteado, Satanás regozijou-se com seus anjos de que, tendo ocasionado a queda do homem, faria baixar o Filho de Deus de Sua exaltada posição. Declarou que até ali haviam sido os seus planos muito bem-sucedidos na Terra, e que, quando Cristo tomasse sobre Si a natureza humana, Ele também poderia ser vencido, e desta maneira ser impedida a redenção da raça decaída. {PP 35.4}
Anjos celestiais de maneira mais ampla patentearam a nossos primeiros pais o plano que fora concebido para a sua salvação. Afirmou-se a Adão e sua companheira que, apesar de seu grande pecado, não seriam eles abandonados ao domínio de Satanás. O Filho de Deus Se oferecera, para expiar, com Sua própria vida, a transgressão deles. Um período de graça lhes seria concedido e, mediante o arrependimento e a fé em Cristo, poderiam de novo tornar-se filhos de Deus. {PP 35.5}
O sacrifício exigido por sua transgressão, revelava a Adão e Eva o caráter sagrado da lei de Deus; e viram, como nunca antes o fizeram, a culpabilidade do pecado, e seus funestos resultados. Em seu remorso e angústia rogaram que a pena não recaísse n´Aquele cujo amor havia sido a fonte de toda a sua alegria; antes, que repousasse sobre eles e sua posteridade.{PP 36.1}
Foi-lhes dito que, visto ser a lei de Jeová o fundamento de Seu governo no Céu assim como na Terra, mesmo a vida de um anjo não poderia ser aceita como sacrifício por sua transgressão. Nenhum de seus preceitos poderia ser anulado ou mudado para valer ao homem em sua condição decaída; mas o Filho de Deus, que criara o homem, poderia fazer expiação por ele. Assim como a transgressão de Adão tinha trazido miséria e morte, o sacrifício de Cristo traria vida e imortalidade.{PP 36.2}
Não somente o homem mas também a Terra tinha pelo pecado vindo sob o poder do maligno, e deveria ser restaurada pelo plano da redenção. Ao ser criado, foi Adão posto no domínio da Terra. Mas, cedendo à tentação, foi levado sob o poder de Satanás. “Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo”. 2 Pedro 2:19. Quando o homem se tornou cativo de Satanás, o domínio que exercera passou para o seu vencedor. Assim Satanás se tornou o “deus deste século”. 2 Coríntios 4:4. Ele usurpou aquele domínio sobre a Terra, que originalmente fora dado a Adão. Cristo, porém, pagando pelo Seu sacrifício a pena do pecado, não somente remiria o homem mas restabeleceria o domínio que ele perdera. Tudo que foi perdido pelo primeiro Adão será restaurado pelo segundo. Diz o profeta: “E a Ti, ó Torre do rebanho, monte da filha de Sião, a Ti virá; sim, a Ti virá o primeiro domínio”. Miqueias 4:8. E o apóstolo Paulo aponta para a “redenção da possessão de Deus”. Efésios 1:14. Deus criou a Terra para ser a morada de seres santos, felizes. O Senhor “formou a Terra, e a fez; Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada”. Isaías 45:18. Aquele propósito se cumprirá, quando, renovada pelo poder de Deus, e libertada do pecado e tristeza, se tornar a eterna habitação dos remidos. “Os justos herdarão a Terra, e habitarão nela para sempre”. Salmos 37:29. “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os Seus servos O servirão”. Apocalipse 22:3.{PP 36.3}
Adão, em sua inocência, havia desfrutado ampla comunhão com seu Criador; mas o pecado opera separação entre Deus e o homem, e unicamente a obra expiatória de Cristo poderia transpor o abismo, e tornar possível a comunicação de bênçãos ou salvação, do Céu à Terra. O homem ainda estava desligado de uma aproximação direta com o seu Criador, mas Deus Se comunicaria com ele por meio de Cristo e os anjos. {PP 36.4}
Assim, foram revelados a Adão fatos importantes na história da humanidade, desde o tempo em que a sentença divina fora pronunciada no Éden, até o dilúvio, e, a seguir, até o primeiro advento do Filho de Deus. Mostrou-se-lhe que, conquanto o sacrifício de Cristo fosse de valor suficiente para salvar o mundo inteiro, muitos prefeririam uma vida de pecado em vez de arrependimento e obediência. O crime aumentaria durante gerações sucessivas, e a maldição do pecado repousaria mais e mais pesadamente sobre o género humano, sobre os animais e sobre a Terra. Os dias do homem seriam abreviados pela sua própria conduta de pecado; degenerar-se-ia ele em sua estatura e resistência física, e em sua faculdade moral e intelectual, até que o mundo se enchesse de misérias de todo o tipo. Mediante a satisfação do apetite e paixão, tornar-se-iam os homens incapazes de apreciar as grandes verdades do plano da redenção. Cristo, no entanto, fiel ao propósito pelo qual deixou o Céu, continuaria Seu interesse pelos homens, e ainda os convidaria a esconder n´Ele suas fraquezas e deficiências. Supriria as necessidades de todos os que a Ele viessem pela fé. E sempre haveria alguns que preservariam o conhecimento de Deus, e permaneceriam incontaminados por entre a iniquidade que prevaleceria.{PP 37.1}
As ofertas sacrificais foram ordenadas por Deus a fim de serem para o homem uma perpétua lembrança de seu pecado, e um reconhecimento de arrependimento do mesmo, bem como seriam uma confissão de sua fé no Redentor prometido. Destinavam-se a impressionar a raça decaída com a solene verdade de que foi o pecado que causou a morte. Para Adão, a oferta do primeiro sacrifício foi uma cerimónia dolorosíssima. Sua mão deveria erguer-se para tirar a vida, a qual unicamente Deus podia dar. Foi a primeira vez que testemunhava a morte, e sabia que se ele tivesse sido obediente a Deus não teria havido morte de homem ou

7.7.14

O Exemplo de Cristo

A vida do Salvador na Terra foi de comunhão com a Natureza e com Deus. Nessa comunhão revelou-nos Ele o segredo de uma vida de poder. ... Trabalhando no banco de carpinteiro, desempenhando-Se das responsabilidades da vida doméstica, aprendendo as lições da obediência e da labuta, encontrava recreação entre as cenas da Natureza, colhendo conhecimento enquanto buscava compreender os mistérios dessa Natureza. Estudava a Palavra de Deus, e as horas de maior felicidade para Ele eram aquelas em que Se podia afastar do cenário de seus labores e ir para o campo a meditar nos quietos vales, a entreter a comunhão com Deus na encosta da montanha, ou entre as árvores da floresta. O alvorecer encontrava-O muitas vezes em algum lugar retirado, meditando, examinado as Escrituras, ou em oração. Com cânticos saudava a luz matinal. Com hinos de gratidão alegrava Suas horas de labor, e levava a alegria celeste ao cansado e ao abatido.{CSa 162.1}
Durante Seu ministério Jesus viveu em grande parte ao ar livre. Suas jornadas de um lugar para outro eram feitas a pé, e muito de Seu ensino foi ministrado ao ar livre também. Ao preparar os discípulos Ele Se retirava muitas vezes da confusão da cidade para um lugar tranqüilo nos campos, como mais em harmonia com as lições de simplicidade, e fé e abnegação que lhes desejava ministrar. ...{CSa 162.2}
Cristo gostava de reunir o povo em torno de Si sob o azul* dos céus, numa relvosa encosta, ou à margem de um lago. Ali, rodeado das obras por Ele próprio criadas, era-Lhe possível atrair-lhes a atenção das coisas artificiais para as naturais. No crescimento e desenvolvimento da Natureza, eram revelados os princípios de Seu reino. Ao erguerem os homens o olhar para os montes de Deus, e contemplarem as maravilhosas obras de Sua mão, podiam aprender preciosas lições de verdade divina. Nos dias futuros as lições do divino Mestre ser-lhes-iam assim repetidas pelas coisas da Natureza. O espírito seria levantado, e o coração encontraria descanso. ... {CSa 162.3}
Quando Jesus disse aos discípulos que a seara era grande, e poucos os obreiros, não insistiu quanto à necessidade de incessante lida, mas disse-lhes: “Rogai pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para Sua seara.” A Seus esgotados obreiros de hoje, da mesma maneira que aos primeiros discípulos, dirige Ele estas palavras de compaixão: “Vinde vós aqui à parte, ... e repousai um pouco.”{CSa 163.1}

Todos quantos se acham sob as instruções de Deus precisam da hora tranquila para comunhão com o próprio coração, com a Natureza e com Deus. Quando todas as outras vozes silenciam e, em quietação, esperamos diante dEle, o silêncio da alma torna mais distinta a voz de Deus. Ele nos manda: “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus.” Este é o preparo eficaz para todo trabalho feito para o Senhor. Entre o vaivém da multidão, e a tensão das intensas atividades da vida, aquele que é assim refrigerado, será circundado de uma atmosfera de luz e paz. Receberá nova doação de resistência física e poder divino que tocarão o coração dos homens.{CSa 163.2}