23.9.10

UM MUNDO EM TREVAS: JESUS A RESPLANDECENTE ESTRELA DA MANHÃ

No Antigo Testamento bem como no Novo Testamento, o Senhor é retratado não somente como um Deus de justiça, mas também como um Pai de amor infinito. O salmista declara: "O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos. Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu está elevado acima da Terra, assim é grande a Sua misericórdia para com os que O temem." Sal. 103:6, 8, 10 e 11.
Satanás revestira o Pai de seus próprios atributos, mas Cristo representou-O em Seu verdadeiro caráter de benevolência e amor. No caráter em que Cristo apresentou-O ao mundo, era como se desse uma nova dádiva ao homem. ...
O Filho de Deus declarou em termos positivos que o mundo estava destituído do conhecimento de Deus; mas este conhecimento era do mais alto valor, e constituía uma dádiva especial de Sua parte, o inestimável tesouro que trouxe para o mundo. No uso de Sua excelsa prerrogativa, Ele transmitiu a Seus discípulos o conhecimento do caráter de Deus, para que pudessem comunicá-lo ao mundo. ... Todo aquele que crê na mensagem de Deus deve exaltar a Jesus, dirigir os homens a Cristo e dizer: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" João 1:29.
A pessoa imbuída do amor de Cristo é uma com Ele; ela comunga com Cristo; Ele é formado no íntimo, a esperança da glória, e o cristão passa a representar o Pai e o Filho para o mundo. Signs of the Times, 27 de junho de 1892.

Um Restaurador
E chamar-te-ão reparador das roturas e restaurador de veredas para morar. Isa. 58:12.
O Filho de Deus veio ao mundo como restaurador. Ele era o Caminho, a Verdade, e a Vida. Toda palavra que proferiu era espírito e vida. Ele falava com autoridade, ciente de Seu poder para abençoar a humanidade e libertar os cativos presos por Satanás; ciente também de que, por Sua presença, traria ao mundo plenitude de alegria. Almejava ajudar todo membro da família humana opresso e sofredor, e mostrar que Sua prerrogativa era abençoar, não condenar.
Para Cristo não era usurpação fazer as obras de Deus; pois foi para cumprir esse desígnio que Ele veio do Céu, e para isso os tesouros da eternidade estavam à Sua disposição. Ele não devia conhecer restrições na distribuição de Suas dádivas. Deixou de lado os que exaltavam a si mesmos, os honrados e os ricos, e misturou-Se com os pobres e oprimidos, trazendo a sua vida um brilho, uma esperança e uma aspiração que nunca haviam conhecido antes. Proferiu uma bênção sobre todos os que sofressem por Sua causa, declarando: "Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. ..." Mat. 5:11.
Cristo apropriou-Se distintamente do direito à autoridade e lealdade. "Vós Me chamais Mestre e Senhor - declarou Ele - e dizeis bem, porque Eu o sou." João 13:13. "Um só é o vosso Mestre, que é o Cristo." Mat. 23:10. Assim Ele manteve a dignidade própria a Seu nome, e a autoridade e poder que possuía no Céu.
Houve ocasiões em que falou com a dignidade de Sua própria e verdadeira grandeza. "Quem tem ouvidos para ouvir - disse Ele - ouça." Mat. 11:15. Nestas palavras apenas estava repetindo a ordem de Deus, quando, de Sua excelsa glória, o Infinito declarara: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo; escutai-O." Mat. 17:5. Ao estar entre os carrancudos fariseus, que procuravam fazer notar sua própria importância, Cristo não hesitou em comparar-Se com os mais distintos homens representativos que haviam andado na Terra, e reivindicar preeminência sobre todos eles.
Jonas era um desses homens tidos em alta estima pela nação judaica. ... Ao trazer à memória de Seus ouvintes a mensagem de Jonas e o seu auxílio em salvar aquele povo, Cristo disse: "Os ninivitas ressurgirão no Juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas." Mat. 12:41.
Cristo sabia que os israelitas consideravam Salomão o maior rei que já empunhou um cetro sobre um reino terrestre. ... Contudo, Cristo declarou: ... "E eis que aqui está quem é mais do que Salomão." Mat. 12:42. Youth's Instructor, 23 de setembro de 1897.

Nosso Defensor
Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis. II Cor. 8:9.
Se há os que pensam que estão fazendo grandes sacrifícios pela obra, considerem eles o sacrifício que Cristo fez em seu favor. O homem estava sob a sentença da morte, mas o Filho de Deus cobriu Sua divindade com a humanidade, e veio a este mundo para viver e morrer em nosso favor. Ele veio opor-Se ao exército de anjos caídos. Precisamos ter um Defensor, e quando o nosso Defensor veio, Ele revestiu-Se da humanidade; pois teria de ser submetido a todas as tentações que assediam o homem, para que pudesse saber como livrar da tentação os piedosos. Colocou-Se à frente da raça decaída para que homens e mulheres pudessem ser habilitados a pôr-se numa posição vantajosa.
Cristo não veio a este mundo com uma legião de anjos. Pondo de lado Seu manto real e a régia coroa, desceu de Sua alta posição e tornou-Se pobre por amor a nós, para que por Sua pobreza nos tornássemos ricos. Este foi o plano elaborado nas cortes celestiais. O Redentor da humanidade devia nascer na pobreza, e trabalhar com as mãos. Ele labutou com o pai no ofício de carpinteiro, e introduzia a perfeição em tudo o que fazia. Seus companheiros às vezes O censuravam por ser tão meticuloso. Que adianta ser tão exato? diziam eles. Mas Ele trabalhava até levar o que estava fazendo o mais perto possível da perfeição, e olhava então para cima com a luz do Céu refulgindo-Lhe da face, e os que O haviam criticado ficavam envergonhados e se afastavam. Em vez de revidar ao ser criticado, Ele começava a cantar um dos salmos, e, antes que o percebessem, aqueles que O haviam criticado também estavam cantando.
Jamais se deveria permitir em nossas instituições algum serviço malfeito. Cada estudante deve aprender que, para alcançar a perfeição na edificação do caráter, precisa ser fiel nos menores deveres que lhe são designados. "Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus" (I Cor. 3:9), e vosso trabalho deve ser realizado como se fosse à vista de um Deus santo. Fazei o que estiver ao vosso alcance, e anjos celestiais vos ajudarão a levar a obra à perfeição. ... Cristo deixou as cortes celestiais e veio a este mundo fazer expiação por nós. Todos os que se dirigirem a Ele com viva fé serão habilitados a ficar em posição vantajosa. ...
Tenhamos caráter tão puro e santo que Cristo possa apresentar-nos ao Pai com alegria. Estejamos imbuídos dos vivos princípios da verdade para este tempo. Levemos uma vida que conduza pecadores ao Salvador. ... Podemos ser completos nEle. Como? Tornando-nos participantes da natureza divina. Review and Herald, 1º de junho de 1905.

Revestidos da Justiça de Cristo
Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no Senhor. Sal. 4:5.
Paulo reconhecia sua fraqueza, e bem podia duvidar de sua força. Referindo-se à lei, ele diz: "E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte." Rom. 7:10. Ele confiara nas obras da lei. No tocante à sua vida exterior, declara que, "quanto à lei", era "irrepreensível"; e punha a confiança em sua própria justiça. Mas quando o espelho da lei foi colocado diante dele, e viu a si mesmo como Deus o via, cheio de faltas, manchado pelo pecado, exclamou: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24.
Paulo contemplou o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ouviu a voz de Cristo dizendo: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." João 14:6. Resolveu apossar-se dos benefícios da graça que salva, estar morto para as transgressões e pecados, ter a culpa removida pelo sangue de Cristo, ser revestido da justiça de Cristo, tornar-se um ramo da Videira que vive. Andava com Cristo, e Jesus tornou-Se para ele - não uma parte da salvação, enquanto suas boas obras eram a outra parte - mas o seu tudo em todos, o primeiro e o último, e o melhor em tudo. Tinha a fé que extrai vida de Cristo, que o habilitava a harmonizar a vida com a do Exemplo divino. Essa fé nada reivindica para o seu possuidor devido a sua justiça, mas tudo reivindica em virtude da justiça de Cristo.
No evangelho é retratado o caráter de Cristo. Ao descer passo a passo de Seu trono, Sua divindade foi coberta pela humanidade; mas em Seus milagres, doutrinas, sofrimentos, traição, zombaria, julgamento, morte por crucifixão, sepultura entre os ricos, ressurreição, quarenta dias sobre a Terra, ascensão, triunfo, sacerdócio, há inexauríveis tesouros de sabedoria, registrados para nós por inspiração na Palavra de Deus. As águas da vida ainda fluem em copiosas torrentes de salvação. Os mistérios da redenção, a fusão do divino e do humano em Cristo, Sua encarnação, sacrifício e mediação serão suficientes para abastecer mentes, corações, línguas e penas de assuntos para reflexão e expressão por todo o tempo; e o tempo não será suficiente para esgotar as maravilhas da salvação; mas, pelos séculos eternos, Cristo será a ciência e o cântico da pessoa redimida. Novas manifestações da perfeição e da glória de Deus na face de Jesus Cristo estarão se desdobrando incessantemente. E agora precisa haver perfeita confiança no Seu mérito e graça; deve haver desconfiança de si mesmo e viva fé nEle. Signs of the Times, 24 de novembro de 1890.

Só um Modelo Infalível
Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. I Ped. 2:21.
Cristo exige tudo. Caso Ele exigisse menos, Seu sacrifício teria sido demasiado precioso, demasiado grande para nos levar a tal nível. ... "Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento." Rom. 12:2. Este é o caminho da renúncia. E quando pensarem que ele é demasiado estreito, que há demasiada abnegação neste caminho estreito; quando disserem: Quão duro é renunciar a tudo, dirijam a si mesmos a pergunta: Que renunciou Cristo por mim? Isto ofusca tudo quanto possamos chamar abnegação.
Contemplem-nO no jardim, suando grandes gotas de sangue. Um solitário anjo é enviado do Céu para fortalecer o Filho de Deus. Sigam-nO à sala do julgamento, enquanto é ridicularizado, escarnecido e insultado por aquela turba enfurecida. Contemplem-nO vestido com o velho manto real de púrpura. Ouçam os gracejos vulgares e a zombaria cruel. Vejam-nos a colocarem naquela nobre fronte a coroa de espinhos, batendo-Lhe depois com a cana, fazendo com que os espinhos se Lhe enterrem nas fontes, o sangue a correr daquela fronte santa. Ouçam aquela turba assassina clamando ansiosamente pelo sangue do Filho de Deus. Ele é entregue em suas mãos, e conduzem dali o nobre Sofredor, pálido, fraco, desfalecido, ao lugar de Sua crucifixão. É estendido no madeiro, e os cravos são-Lhe enterrados nas tenras mãos e pés. Contemplem-nO pendurado na cruz durante aquelas horríveis horas de agonia, a ponto de os anjos velarem o rosto para ocultá-lo da horrorosa cena, e o Sol esconder sua luz, recusando-se a contemplá-la. Pensem nessas coisas, e então perguntem: É o caminho demasiado estreito? ...
Bendito é o privilégio de renunciar a tudo por Cristo. Não olhem a vida de outros nem os imitem, sem se elevar mais acima. Vocês só têm um único Modelo verdadeiro, infalível. Só é seguro seguir a Jesus. ...
Quanto mais freqüentemente e com mais diligência vocês examinarem atentamente as Escrituras, tanto mais belas parecerão, e menos gosto hão de ter pelas leituras leves. O estudo diário da Bíblia exercerá santificadora influência sobre o espírito. Vocês respirarão uma atmosfera celeste. Unam este precioso volume ao coração. Ele se lhes demonstrará amigo e guia na perplexidade.
Vocês têm tido objetivos na vida, e com quanta firmeza e perseverança trabalharam para alcançá-los! Calcularam e planejaram até que se realizassem suas expectativas. Há diante de vocês agora um objetivo digno de esforço infatigável de toda uma existência. É a salvação de sua alma - a vida eterna. E isto requer abnegação, sacrifício e profundo estudo. ...
Grande coisa é ser filho de Deus, e co-herdeiro de Cristo. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 81-85.

A Natureza Compadeceu-se dos Seus Sofrimentos
E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo. Luc. 23:44 e 45.
A fé e a esperança vacilavam nas agonias de Cristo moribundo, pois Deus retirara a certeza que até então concedera a Seu amado Filho, de Sua aprovação e aceitação. O Redentor do mundo apoiou-Se então nas provas que até aí O haviam fortalecido, de que o Pai aceitava Seus labores, e estava satisfeito com Sua obra. Na agonia da morte, ao depor Ele a preciosa vida, tem de confiar unicamente pela fé nAquele a quem obedecer fora sempre Sua alegria. Não O animam claros, luminosos raios de esperança à direita ou à esquerda. Tudo se acha envolto em opressiva escuridão. Em meio da pavorosa treva experimentada pela compassiva Natureza, sorve o Redentor o misterioso cálice até às fezes. Sendo-Lhe negada até a brilhante esperança e confiança no triunfo que obterá no futuro, clama Ele com grande voz: "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito." Luc. 23:46. Ele conhece o caráter do Pai, Sua justiça, misericórdia e grande amor, e submisso, entrega-Se-Lhe nas mãos. Por entre as convulsões da Natureza, são ouvidas pelos assombrados espectadores as derradeiras palavras do Homem do Calvário.
A Natureza compadeceu-se dos sofrimentos de seu Autor. A terra arquejante, as rochas a fenderem-se, proclamaram que era o Filho de Deus que acabava de morrer. Houve um forte terremoto. O véu do templo rasgou-se em dois. De executantes e espectadores apoderou-se o terror, ao verem o Sol envolto em trevas, e sentirem a terra tremer-lhes aos pés, ao mesmo tempo que viam e ouviam as rochas se partindo. Silenciaram as zombarias e escárnios dos principais sacerdotes e anciãos ao encomendar Cristo o espírito às mãos de Seu Pai. Pasma, a turba começou a retirar-se tateando o caminho através das trevas, em direção à cidade. Batiam no peito enquanto caminhavam e, com terror, mal ousando falar senão num murmúrio, diziam entre si: "Foi um inocente que foi morto. E se Ele era em verdade, como afirmava, o Filho de Deus?"
Jesus não depôs a vida enquanto não terminou a obra que viera fazer, e exclamou com Seu último suspiro: "Está consumado." João 19:30. Satanás estava tão derrotado! Sabia estar perdido o seu reino. Os anjos regozijaram-se ao serem proferidas as palavras: "Está consumado." João 19:30. O grande plano da redenção dependente da morte de Cristo, fora até ali executado. E houve alegria no Céu para que os filhos de Adão pudessem, mediante uma vida de obediência, ser afinal exaltados ao trono de Deus. Oh! que amor! Que assombroso amor, que trouxe o Filho de Deus à Terra para ser feito pecado por nós, a fim de podermos ser reconciliados com Deus, e elevados a uma existência com Ele em Suas mansões de glória! Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 229 e 230.

A Magnitude do Seu Sacrifício
E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz... : Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste? Mat. 27:46.
Quando os homens e mulheres puderem compreender mais plenamente a magnitude do grande sacrifício feito pela Majestade do Céu em morrer em lugar do homem, então será magnificado o plano da salvação, e as reflexões sobre o Calvário despertarão ternas, sagradas e vivas emoções na alma cristã. Terão no coração e nos lábios louvores a Deus e ao Cordeiro. Orgulho e egoísmo não podem florescer no coração que guarda vivas na memória as cenas do Calvário. De pouco valor se parecerá este mundo aos que apreciam o grande preço da redenção humana, o precioso sangue do querido Filho de Deus. Nem toda a riqueza do mundo é suficiente em valor para redimir uma alma a perecer. Quem poderá medir o amor experimentado por Cristo para com um mundo perdido, ao pender Ele da cruz, sofrendo pelas culpas dos pecadores? Este amor foi imenso, infinito.
Cristo mostrou que Seu amor era mais forte do que a morte. Ele estava realizando a salvação do homem; e se bem que sofresse o mais terrível conflito com os poderes das trevas, todavia, entre tudo isso, Seu amor se tornou mais e mais forte. Suportou o ser-Lhe oculto o semblante de Seu Pai, a ponto de Ele exclamar na amargura de Sua alma: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Mat. 27:46. Seu braço trouxe salvação. Foi pago o preço para comprar a redenção do homem, quando, no derradeiro conflito de alma, foram proferidas as benditas palavras que pareceram ressoar através da criação: "Está consumado." ...
O comprimento, a largura, a altura e a profundidade de tão assombroso amor, não podemos sondar. A contemplação das incomparáveis profundidades do amor do Salvador, deve encher a mente, tocar e enternecer a alma, refinar e enobrecer as afeições, transformando inteiramente todo o caráter. ...
Cristo não cedeu no mínimo ao torturante inimigo, nem mesmo em Sua mais cruel agonia. Legiões de anjos maus estavam ao redor do Filho de Deus, todavia não foi ordenado aos santos anjos que rompessem as fileiras e se empenhassem em conflito com o insultante, injurioso inimigo. Os anjos celestes não tiveram permissão de ministrar ao angustiado espírito do Filho de Deus. Foi nessa terrível hora de treva, oculta a face de Seu Pai, legiões de anjos maus a circundá-Lo, pesando sobre Ele os pecados do mundo, que Lhe foram arrancadas dos lábios as palavras: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Mat. 27:46.
Devemos ter visões mais amplas e profundas da vida, sofrimentos e morte do querido Filho de Deus. Ao ser a expiação devidamente considerada, a salvação de almas será reconhecida de infinito valor. Em comparação com os empreendimentos da vida eterna, todos os outros imergem na insignificância. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 230-234.

TRAIÇÃO NO CÉU

Onde estavas tu quando Eu fundava a Terra? ... ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? Jó 38:4-7.
Muitos dos simpatizantes de Lúcifer estavam inclinados a ouvir o conselho dos anjos leais e se arrependeram de sua insatisfação, e de novo receberam a confiança do Pai e Seu amado Filho. O grande rebelde declarou então que estava familiarizado com a lei de Deus e se se submetesse a uma obediência servil seria despojado de sua honra. Nunca mais poderia ser incumbido de sua exaltada missão. Disse que ele mesmo e os que com ele se uniram tinham ido muito longe para voltarem, que enfrentaria as conseqüências, que nunca mais se prostraria para adorar servilmente o Filho de Deus; que Deus não perdoaria, e que agora eles precisavam garantir sua liberdade e conquistar pela força a posição e autoridade que não lhes fora concedida voluntariamente.
Os anjos leais apressaram-se a relatar ao Filho de Deus o que acontecera entre os anjos. Acharam o Pai em conferência com Seu Filho amado, para determinar os meios pelos quais, para o bem-estar dos anjos leais, a autoridade assumida por Satanás podia ser para sempre retirada. O grande Deus podia de uma vez lançar do Céu este arquienganador; mas este não era o Seu propósito. Queria dar aos rebeldes uma oportunidade igual para medirem sua força e poder com Seu próprio Filho e Seus anjos leais. Nesta batalha cada anjo escolheria seu próprio lado e seria manifesto a todos. Não teria sido seguro tolerar que qualquer que se havia unido a Satanás na rebelião, continuasse a ocupar o Céu. Tinham aprendido a lição de genuína rebelião contra a imutável Lei de Deus e isto era irremediável. ...
Então houve guerra no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe do Céu, e Seus anjos leais empenharam-se num conflito com o grande rebelde e com aqueles que se uniram a ele. O Filho de Deus e os anjos verdadeiros e leais prevaleceram; e Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu. Todo o exército celestial reconheceu e adorou o Deus da justiça. Nenhuma mácula de rebelião foi deixada no Céu. Tudo voltara a ser paz e harmonia como antes ...
O Pai consultou Seu Filho com respeito à imediata execução de Seu propósito de fazer o homem para habitar a Terra. História da Redenção.
A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo, durante todas as eras vindouras - perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Patriarcas e Profetas, págs. 42 e 43.

13.9.10

O DEVER EM FACE DO TEMPO DE ANGÚSTIA

O Senhor tem-me mostrado repetidamente que é contrário à Bíblia fazer qualquer provisão para o tempo de angústia. Vi que se os santos tivessem alimento acumulado por eles no campo no tempo de angústia, quando a espada, a fome e pestilência estão na Terra, seria tomado deles por mãos violentas e estranhos ceifariam os seus campos. Será para nós então tempo de confiar inteiramente em Deus, e Ele nos sustentará. Vi que nosso pão e nossa água serão certos nesse tempo, e que não teremos falta nem padeceremos fome, pois Deus é capaz de estender para nós uma mesa no deserto. Se necessário Ele enviaria corvos para alimentar-nos, como fez com Elias, ou faria chover maná do céu, como fez para os israelitas.
Casas e terras serão de nenhuma utilidade para os santos no tempo de angústia, pois terão de fugir diante de turbas enfurecidas, e nesse tempo suas posses não podem ser liberadas para o progresso da causa da verdade presente... Foi-me mostrado que é vontade de Deus que os santos se libertem de todo embaraço antes que venha o tempo de angústia, e façam um concerto com Deus mediante sacrifício. Se eles puserem sua propriedade no altar do sacrifício e ferventemente inquirirem de Deus quanto ao seu dever, Ele lhes ensinará sobre quando dispor dessas coisas. Então estarão livres no tempo de angústia, sem nenhum estorvo para sobrecarregá-los.
Vi que se alguém se apegar a sua propriedade e não inquirir do Senhor quanto ao seu dever, Ele não fará conhecido esse dever, sendo-lhes permitido conservar sua propriedade, e no tempo da angústia isso virá sobre eles como uma montanha para esmagá-los, e eles procurarão dispor dela, mas não será possível. Ouvi alguém lamentar assim: "A Causa estava definhando, o povo de Deus estava perecendo de fome pela verdade, e nenhum esforço fizemos para suprir a falta; agora nossa propriedade de nada vale. Oh! se tivéssemos permitido que ela se fosse e acumulado tesouro no Céu!" Vi que o sacrifício não aumentava, mas decrescia e era consumido. Vi também que Deus não requeria que todo o Seu povo dispusesse de suas propriedades ao mesmo tempo; mas se desejassem ser ensinados, Ele os ensinaria, em tempo de necessidade, quando vender e quanto vender. De alguns se tem pedido no passado que dispusessem de suas propriedades para sustentar a causa do advento, enquanto a outros tem sido permitido conservá-las até o tempo da necessidade. Então, quando a Causa delas necessite, seu dever é vender.
Vi que a mensagem: "Vendei os vossos bens e dai esmola", não tem sido apresentada por alguns em sua clara luz, e o objectivo das palavras de nosso Salvador não tem sido claramente apresentado. O objectivo de vender não é dar aos que podem trabalhar e sustentar-se a si mesmos, mas para espalhar a verdade. É um pecado sustentar e favorecer a indolência dos que podem trabalhar. Alguns têm sido zelosos em assistir a todas as reuniões, não para glorificar a Deus, mas por causa de "pão e peixe". Muito melhor seria que tais pessoas ficassem em casa trabalhando com as próprias mãos, "porque isto é bom", a fim de suprir as necessidades de suas famílias e terem alguma coisa para dar para o sustento da preciosa causa da verdade presente. Agora é o tempo de acumular tesouro no Céu e pôr o coração em ordem, pronto para o tempo de angústia. Somente os que têm mãos limpas e coração puro resistirão no tempo da prova. Agora é o tempo para a lei de Deus estar em nossa mente, em nossa fronte e escrita em nosso coração.
O Senhor me mostrou o perigo de permitir seja a nossa mente abarrotada de pensamentos e cuidados mundanos. Vi que algumas mentes são afastadas da verdade presente e do amor à Bíblia por causa da leitura de livros excitantes; outros se carregam de perplexidade e cuidados quanto ao que comerão, ao que hão de beber e o que vestir. Alguns estão supondo a vinda do Senhor num futuro muito distante. O tempo tem continuado alguns anos mais do que eles esperavam, e assim pensam que continuará mais alguns anos, e desta maneira suas mentes são desviadas da verdade presente para irem após o mundo. Nisto vi grande perigo, pois se a mente está cheia de outras coisas, a verdade presente é deixada fora, e não há lugar em nossa fronte para o selo do Deus vivo. Vi que o tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase terminado e esse tempo podia durar apenas um pouquinho mais; que o tempo disponível que temos deve ser gasto em examinar a Bíblia, que nos julgará no último dia.
Meus queridos irmãos e irmãs, que os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus estejam de contínuo em vossas mentes, expulsando assim cuidados e pensamentos mundanos. Quando vos deitais e quando vos levantais, sejam eles a vossa meditação. Vivei e agi inteiramente em relação com a vinda do Filho do homem. O tempo do selamento é muito curto, e logo passará. Agora, enquanto os quatro anjos estão contendo os ventos, é o tempo de fazer firme a nossa vocação e eleição.

6.9.10

UMA OBRA QUE RESISTIRÁ

Uma Obra que Resistirá
Aqueles que se acham em posição de responsabilidade na Obra de Deus são representados como vigias sobre os muros de Sião. Deus lhes pede que façam soar um alarme no meio do povo. Fazei com que ele seja ouvido com toda a clareza. O dia da calamidade, da assolação e da destruição está impendente sobre todos os que fizeram injustiça. Com especial rigor a mão do Senhor descerá sobre os vigias que deixaram de expor perante o povo em linhas claras a sua obrigação para com Aquele que é seu proprietário pela criação e pela redenção.
Meus irmãos, o Senhor vos pede que examineis rigorosamente o coração. Pede Ele que aformoseeis a verdade em vosso viver diário, e em todo o vosso trato uns com os outros. Requer de vós uma fé que opere por amor e purifique a alma. É perigoso brincardes com os sagrados reclamos da consciência; perigoso dardes um exemplo que leve os outros numa direção errada.
Devem os cristãos levar consigo, por onde quer que forem, a doce fragrância da justiça de Cristo, mostrando que estão concordando com o convite: "Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma." Mat. 11:29. Estais vós aprendendo diariamente na escola de Cristo - aprendendo a pôr de lado as dúvidas e suspeitas malignas; aprendendo a ser agradáveis e nobres em vosso trato com vossos irmãos, por amor de vós mesmos e de Cristo?
A Verdade Presente Leva Para o Alto
A verdade presente conduz para a frente e para o alto, agrupando os necessitados, os oprimidos, os sofredores, e os destituídos. Todos os que vierem devem ser levados ao aprisco. Em sua vida deve ocorrer uma reforma que os tornará membros da família real, filhos do celeste Rei. Ao ouvirem a mensagem da verdade, homens e mulheres são levados a aceitar o sábado e unir-se à igreja pelo batismo. Devem eles levar o sinal de Deus por observarem o sábado da criação. Devem saber por experiência própria que a obediência aos mandamentos de Deus significa vida eterna.
Meios e destemido esforço podem ser seguramente empregados numa obra como essa, pois é uma obra que subsistirá. Dessa forma, os que estavam mortos em ofensas e pecados são trazidos ao companheirismo dos santos e feitos assentar nos lugares celestiais com Cristo. Seus pés são postos em um firme fundamento. Tornam-se capazes de atingir uma elevada norma, até chegar às mais excelsas alturas da fé, pois os cristãos tornaram direitos os caminhos para seus pés, para que o que manqueja não se desvie do caminho.
Todos Devem Fazer uma Parte
Cada igreja deve trabalhar em favor dos que perecem dentro das suas próprias fronteiras, e pelos que estão fora delas. Devem os membros reluzir como pedras vivas no templo de Deus, refletindo a luz celestial. Trabalho algum deve ser feito a esmo, descuidadamente e sem método. Manter segura as almas prestes a perecer, significa mais que orar em favor de um alcoólatra e, depois, porque ele chora e confessa a degradação de sua alma, declará-lo salvo. Repetidas vezes, deve-se recomeçar a batalha.
Que os membros de cada igreja sintam seu especial dever de trabalhar pelos seus vizinhos. Que cada um que alega estar sob a bandeira de Cristo sinta ter assumido compromisso com Deus, para fazer a obra do Salvador. Que os que se encarregam desse trabalho não se cansem de fazer o bem. Quando os redimidos estiverem perante Deus, responderão ao chamado preciosas almas que ali estão por causa dos fervorosos e perseverantes esforços feitos em seu benefício, e das súplicas e intensa persuasão para que fujam para a Fortaleza. Dessa forma, os que neste mundo têm estado a cooperar com Deus, receberão a sua recompensa.
Os pastores das igrejas populares não permitirão que a verdade seja apresentada de seus púlpitos ao povo. O inimigo os leva a resistir a verdade com rancor e malícia. Fabricam-se falsidades. Repete-se a experiência de Cristo com os líderes judeus. Satanás procura eclipsar todo raio de luz que vem de Deus para o Seu povo. Ele opera por meio dos pastores como o fez por intermédio dos sacerdotes e dirigentes nos dias de Cristo. Devem os que conhecem a verdade unir a seu partido, para opor, embaraçar e desviar os que estão procurando trabalhar na direção apontada por Deus para levar avante a Sua obra e hastearem o estandarte da verdade nas regiões das trevas?
A Mensagem Para Este Tempo
A mensagem do terceiro anjo, que abrange as mensagens do primeiro e do segundo anjo, é a mensagem para este tempo. Devemos erguer a bandeira na qual se acha escrito: "Os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Apoc. 14:12. O mundo deverá logo defrontar-se com o grande Doador da Lei a respeito de Sua lei quebrada. Não é este o tempo para se perderem de vista as grandes questões que estão diante de nós. Deus pede que Seu povo engrandeça a lei e a torne gloriosa.
Quando as estrelas da manhã juntas, alegremente, cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam, foi o sábado dado ao mundo, para que o homem pudesse lembrar-se sempre de que em seis dias Deus criou o mundo. Ele repousou no sétimo dia, abençoou-o como o dia do Seu repouso e o deu aos seres que criou, para que eles pudessem lembrar-se dEle como o Deus vivo e verdadeiro.
A despeito da oposição de Faraó, por Seu grande poder libertou Deus o Seu povo do Egito, a fim de que pudesse guardar a lei que havia sido dada no Éden. Ele os trouxe ao Sinai para que ouvissem a proclamação dessa lei.
Ao anunciar os Dez Mandamentos aos filhos de Israel com a Sua própria voz, demonstrou Deus a sua importância. Em terrível esplendor tornou Ele conhecida a Sua majestade e autoridade como Governador do mundo. Isso fez Ele para impressionar as pessoas com a santidade de Sua lei e a importância de obedecer-lhe. O poder e a glória com os quais foi a lei dada, revelam sua importância. Esta é a fé uma vez entregue aos santos por Cristo nosso Redentor, de viva voz do Sinai.
O Sinal de Nossa Relação com Deus
Por meio da observância do sábado, deviam os filhos de Israel distinguir-se de todas as outras nações. "Certamente guardareis Meus sábados", disse Cristo, "porquanto isso é um sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica. Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra, e, ao sétimo dia, descansou, e restaurou-Se. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo." Êxo. 31:13, 17 e 16.
O sábado é um sinal da relação que existe entre Deus e Seu povo - sinal de que eles são Seus súditos obedientes, de que guardam Sua santa lei. A observância do sábado é o meio ordenado por Deus para preservação do conhecimento de Si mesmo e distinção entre os Seus súditos leais e os transgressores de Sua lei.
Esta é a fé uma vez entregue aos santos, os quais permanecem com poder moral perante o mundo, mantendo firmemente esta fé.
Teremos oposição quando anunciarmos a mensagem do terceiro anjo. Satanás porá em execução todo plano possível para tornar sem efeito a fé uma vez entregue aos santos. "E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita." II Ped. 2:2 e 3. A despeito da oposição, porém, todos devem ouvir as palavras da verdade.
A lei de Deus é o fundamento de toda reforma duradoura. Devemos apresentar ao mundo em linhas claras e distintas a necessidade de obedecer a essa lei. A obediência à lei de Deus é o maior incentivo à laboriosidade, à economia, à veracidade e ao tratamento justo entre homem e homem.
Fundamento da Reforma Duradoura
A lei de Deus deve ser o meio de educação na família. Acham-se os pais na mais solene obrigação de obedecer a esta lei, dando aos seus filhos um exemplo da mais estrita integridade. Os homens que ocupam posições de responsabilidade, cuja influência é de longo alcance, devem guardar bem os seus caminhos e atos, conservando sempre diante de si o temor do Senhor. "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Sal. 111:10. Os que diligentemente dão ouvidos à voz do Senhor, e com prazer guardam os Seus mandamentos, estarão entre o número dos que verão a Deus. "O Senhor nos ordenou que fizéssemos todos estes estatutos, para temermos ao Senhor, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como no dia de hoje. E será para nós justiça, quando tivermos cuidado de fazer todos estes mandamentos perante o Senhor, nosso Deus, como nos tem ordenado." Deut. 6:24 e 25.
Nosso trabalho, como crentes na verdade, é apresentar ao mundo a imutabilidade da lei de Deus. Pastores e professores, médicos e enfermeiros acham-se obrigados, por compromisso com Deus, a apresentarem a importância da obediência aos Seus mandamentos. Devemos ser distinguidos como um povo que guarda os mandamentos. O Senhor declarou de maneira explícita que Ele tem uma obra a ser feita em prol do mundo. Como poderá ser ela feita? Devemos procurar encontrar a melhor maneira e então fazer a vontade do Senhor. Testimonies, vol. 8, págs. 195-200.

5.9.10

IGUAL AO PAI

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Filip. 2:5 e 6.
Lúcifer no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia a Cristo unicamente.
O grande Criador convocou os exércitos celestiais, para na presença de todos os anjos conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor d´Eles. O Pai então fez saber que por Sua própria decisão Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais. Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projectada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do Pai seria realizada n´Ele.
Lúcifer estava invejoso e enciumado de Jesus Cristo. Todavia, quando todos os anjos se curvaram ante Jesus reconhecendo Sua supremacia e alta autoridade e direito de governar, ele curvou-se com eles, mas seu coração estava cheio de inveja e rancor. ...
Os anjos que eram leais e sinceros procuraram reconciliar este poderoso rebelde à vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em conferir honra a Seu Filho, e com fortes razões tentaram convencer Lúcifer que não lhe cabia menos honra agora, do que antes que o Pai proclamasse a honra que Ele tinha conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe claramente que Cristo era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos fossem criados, que sempre estivera à mão direita de Deus, e Sua suave, amorosa autoridade até o presente não tinha sido questionada; e que Ele não tinha dado ordens que não fossem uma alegria para o exército celestial executar. Eles insistiam que o receber Cristo honra especial de Seu Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que Lúcifer recebera até então. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram levá-lo a renunciar a seu mau desígnio e render submissão ao Criador; pois até então tudo fora paz e harmonia. ... Lúcifer recusou ouvi-los. História da Redenção, págs. 13-16.
5 de Janeiro