30.6.14

A Ponte sobre o Abismo

O homem foi originariamente dotado de nobres faculdades e de um espírito bem equilibrado. Era um ser perfeito, e estava em harmonia com Deus. Seus pensamentos eram puros, santos os seus intentos. Mas pela desobediência, suas faculdades foram pervertidas, e o egoísmo tomou o lugar do amor. Sua natureza tornou-se tão enfraquecida pela transgressão que lhe era impossível, em sua própria força, resistir ao poder do mal. Fez-se cativo de Satanás, e assim teria permanecido para sempre se Deus não tivesse intervindo de modo especial. Era desígnio do tentador frustrar o plano divino quanto à criação do homem, e encher a Terra de miséria e desolação. E todo este mal ele apontava como consequência da criação do homem por Deus.{CC 17.1}
Em seu estado de inocência mantinha o homem feliz comunhão com Aquele “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”. Colossenses 2:3. Depois de pecar, porém, já não podia encontrar alegria na santidade, e procurou esconder-se da presença de Deus. Tal é ainda hoje o estado do coração não convertido. Não está em harmonia com Deus e não encontra prazer na comunhão com Ele. O pecador não poderia sentir-se feliz na presença de Deus; esquivar-se-ia ao contato dos seres santos. Se lhe fosse permitido entrar no Céu, este nenhuma alegria lhe proporcionaria. O espírito de abnegado amor que ali reina — onde cada coração reflete o Infinito Amor — não encontraria eco em sua alma. Seus pensamentos,

26.6.14

Música – A Arte da Melodia

A arte da melodia sagrada era diligentemente cultivada [nas escolas dos profetas]. Não se ouviam valsas frívolas ou canções petulantes que elogiassem o homem e desviassem de Deus a atenção; ouviam-se, porém, sagrados e solenes salmos de louvor ao Criador, que engrandeciam Seu nome e relatavam Suas obras maravilhosas. Deste modo, fazia-se com que a música servisse a um santo propósito: erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e elevador, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. — Fundamentos da Educação Cristã, 97, 98.
A música faz parte do culto a Deus, nas cortes celestiais, e devemos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais. O devido cultivo da voz é um aspecto importante da educação, e não deve ser negligenciado. O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, tanto como a prece. O coração deve sentir o espírito do cântico, a fim de dar a este a expressão correta. — Patriarcas e Profetas, 594.
Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um uma harpa de ouro. Na extremidade inferior dela havia um dispositivo para virar, fixar a harpa, ou mudar os tons. Seus dedos não corriam pelas cordas descuidosamente, mas faziam vibrar diferentes cordas para produzir diferentes acordes. Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível. [...]{CI 175.3}

Foi-me mostrado que a juventude precisa pôr-se em uma plataforma mais elevada e fazer da Palavra de Deus sua guia e conselheira. Responsabilidades solenes repousam sobre os jovens, às quais eles mal atentam. A introdução da música em seus lares, em lugar de estimular à santidade e espiritualidade, tem sido um meio de afastar a mente deles da verdade. Canções frívolas e partituras de músicas populares de sucesso parecem estar de acordo com seu gosto. Instrumentos musicais têm tomado o tempo que deveria ser empregado em oração. A música, quando bem utilizada, é uma grande bênção, mas quando mal-usada. Uma terrível maldição. Ela agita, mas não confere aquela força e coragem que o cristão pode encontrar unicamente no trono da graça, enquanto humildemente torna conhecidas suas necessidades e com fortes clamores e lágrimas roga por forças do Céu para ser robustecido contra as poderosas tentações do maligno. Satanás lidera os jovens cativos. Oh, que posso eu dizer para levá-los a romper com esse poder fascinador! Satanás é um habilidoso sedutor, atraindo-os à perdição. — Testimonies for the Church 1:146, 497.

25.6.14

A Pérola de Grande Preço

Este tema é baseado em Mateus 13:45, 46.
As bênçãos da graça remidora, nosso Salvador compara a uma preciosa pérola. Ilustrou Sua lição pela parábola do negociante que buscava boas pérolas e que, “encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a”. Mateus 13:46. Cristo mesmo é a pérola de grande preço. NEle está comprovada a glória do Pai, a plenitude da Divindade. É o resplendor da magnificência do Pai e a expressa imagem de Sua Pessoa. A glória dos atributos de Deus é expressa em Seu caráter. Cada página das Sagradas Escrituras irradia Sua luz. A justiça de Cristo, como uma pérola branca e pura, não tem defeito nem mácula alguma. Nenhuma obra humana pode aperfeiçoar a grande e preciosa dádiva de Deus. É irrepreensível. Em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da Ciência”. Colossenses 2:3. “Para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.” 1 Coríntios 1:30. Tudo que pode satisfazer às necessidades e anelos da vida humana, para este e para o mundo vindouro, é encontrado em Cristo. Nosso Redentor é a pérola tão preciosa, em comparação com a qual tudo pode ser estimado por perda. Cristo “veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam”. João 1:11. A luz de Deus raiou nas trevas do mundo, “e as trevas não a compreenderam”. João 1:5. Mas nem todos se acharam indiferentes à dádiva do Céu. O negociante da parábola representa uma classe que anelava sinceramente a verdade. Em diferentes nações havia pensadores sinceros que tinham procurado na literatura, ciência e religião do mundo gentílico, aquilo que poderiam receber como o tesouro do espírito. Entre os judeus havia os que procuravam alguma coisa que não possuíam. Não satisfeitos com uma religião formal, ansiavam alguma coisa espiritual e enobrecedora. Os discípulos escolhidos de Cristo pertenciam a esta última classe. Cornélio e o eunuco da Etiópia, à primeira. Tinham estado anelando a luz do Céu e orando por seu recebimento; e quando Cristo lhes foi revelado, receberam-nO com alegria. {PJ 55.4}
A pérola não nos é apresentada na parábola como uma dádiva. O negociante adquiriu-a pelo preço de tudo que possuía. Muitos indagam a significação disto, pois Cristo é apresentado nas Escrituras como uma dádiva. É uma dádiva, mas somente para aqueles que se Lhe entregam alma, corpo e espírito sem reservas.

20.6.14

A Última Crise da Terra

Ampla apreensão pelo futuro
O tempo presente é de dominante interesse para todo o vivente. Governadores e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, homens e mulheres pensantes de todas as classes, têm sua atenção posta nos acontecimentos que tomam lugar ao nosso redor. Estão observando as relações que existem entre as nações. Eles examinam a intensidade que está tomando posse de cada elemento terreno, e reconhecem que algo grande e decisivo está para acontecer — que o mundo está no limiar de uma crise estupenda. — Profetas e Reis, 537.

As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são portentosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância. As forças do mal estão-se arregimentando e consolidando-se. Elas se estão robustecendo para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a operar-se no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos. — Testemunhos Seletos 3:280.
Tempos turbulentos que ocorrerão em breve
O tempo de angústia, que há de aumentar até o fim, está muito próximo. Não temos tempo a perder. O mundo está agitado com o espírito de guerra. As profecias do capítulo onze de Daniel quase atingiram o seu cumprimento final. — The Review and Herald, 24 de Novembro de 1904.
O tempo de angústia — angústia qual nunca houve, desde que houve nação (Daniel 12:1) — está precisamente sobre nós, e somos semelhantes às virgens adormecidas. Devemos acordar e pedir que o Senhor Jesus ponha debaixo de nós os Seus braços eternos e nos conduza durante o tempo de provação à nossa frente. — Manuscript Releases 3:305.
O mundo está-se tornando cada vez mais iníquo. Em breve surgirá grande perturbação entre as nações — perturbação que não cessará até que Jesus venha. — The Review and Herald, 11 de Fevereiro de 1904.
Estamos mesmo no limiar do tempo de angústia, e acham-se diante de nós perplexidades com que dificilmente sonhamos. — Testemunhos Seletos 3:306.
Estamos no limiar da crise dos séculos. Em rápida sucessão os juízos de Deus se seguirão uns aos outros —

Prosperidade e Queda Espiritual

Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol. Eclesiastes 2:11.
Salomão escreveu o livro de Provérbios, mas depois de algum tempo a sua sabedoria misturou-se com palha. De onde veio essa palha? Após um período varonil de tão gloriosas promessas, houve uma mudança na história de Salomão. Ele não continuou leal à sua pureza e fidelidade para com Deus. Rompeu as barreiras que Deus havia erigido para preservar Seu povo da idolatria. O Senhor havia separado Israel como nação, tornando-o depositário da sagrada verdade a ser dada ao mundo. Mas Salomão acalentou o orgulho de poderes políticos. Promoveu alianças com reinos pagãos. ...{CT 172.3}
Na primeira parte de seu reinado, Salomão recebeu a visita da rainha de Sabá. Ela viera para ver e ouvir sua sabedoria e, após tê-lo ouvido, disse que nem metade lhe haviam contado. Mas esse reinado sábio e estritamente justo mudou. Aquele que conhecera a Deus e a verdade, fez uma grande exibição de bens para agradar as suas esposas irreligiosas. Cultivou dispendiosos jardins. O dinheiro de Deus, que deveria ser conservado sagrado para ajudar os pobres entre o povo, como Deus orientara, foi absorvido pelos ambiciosos projetos do rei. Foi desviado de seu canal original. ... Os sofredores não receberam casas, alimento e vestuário como Deus havia especificado que recebessem. Mediante essa extravagante exibição de recursos, procurou Salomão agradar suas esposas e glorificar a si próprio. Usou, dessa maneira, os bens que haviam sido abundantes e impôs pesados impostos sobre os pobres. ... {CT 172.4}
Fora-se a sua eficiência moral, assim como se vai a força de um paralítico. Fez ele um esforço para incorporar luz e trevas, para servir a Deus e às riquezas. Sentiu-se livre para experimentar uma selvagem licenciosidade. Mas Belial e a pureza não podem misturar-se, e o rumo que o rei tomou trouxe a sua própria penalidade. Ele se separou de Deus, e o conhecimento de Deus apartou-se dele. ...{CT 173.1}

As pessoas que administram o dinheiro devem aprender uma lição com a história de Salomão. Aqueles que são abastados encontram-se em constante perigo de pensar que o dinheiro e a posição lhes garantirão o respeito, e que não precisam ser tão meticulosos. Mas a exaltação própria nada mais é que uma bolha. Usando mal os talentos que lhe foram dados, Salomão afastou-se de Deus. Quando Deus dá prosperidade às pessoas, devem elas acautelar-se contra seguir as imaginações de seu coração, a fim de que não ponham em risco a simplicidade de sua fé e se deteriorem na experiência religiosa. — Manuscrito 40, 1898.

17.6.14

Aperfeiçoando o Respeito Próprio

Se desejamos fazer bem às almas, nosso êxito neste sentido será proporcional à sua confiança na confiança e estima que lhes dispensamos. O respeito manifestado à alma humana que luta é o seguro meio através de Cristo Jesus para restauração do respeito próprio perdido pelo homem. Nossas idéias antecipadas do que ele poderá tornar-se são um auxílio que não podemos apreciar completamente. — Ellen G. White Manuscript 1893; Fundamentos da Educação Cristã, 281.{MCP1 255.1}
Respeito pela dignidade do homem como homem
Sempre que não se ache envolvida uma questão de princípios, a consideração para com os outros nos levará à conformidade com os costumes aceitos; entretanto, a verdadeira cortesia não exige o sacrifício do princípio aos usos convencionais. Ela desconhece as castas. Ensina o respeito de si mesmo, respeito à dignidade do homem como homem, consideração por todo membro da grande fraternidade humana. — Educação, 240 (1903).{MCP1 255.2}
Manter o respeito próprio
Alguns daqueles com quem entrais em contato, podem ser rudes e descorteses; mas nem por isso, mostreis de vossa parte menos cortesia. Aquele que deseja manter o respeito próprio, deve ter cautela de não ferir desnecessariamente o dos outros. Essa regra deve ser sagradamente observada para com o mais néscio, o mais desajeitado. O que Deus pretende fazer com essas pessoas aparentemente não promissoras, vós não sabeis. Ele já tem aceito pessoas que não davam mais esperanças nem eram mais atraentes, para fazer uma grande obra para Ele. Seu Espírito, movendo-Se sobre o coração, tem despertado cada faculdade para uma ação vigorosa. O Senhor viu nessas pedras brutas, sem polimento, um material precioso, que haveria de suportar a prova da tempestade, do calor e da pressão. Deus não vê como os homens. Não julga pelas aparências, mas esquadrinha o coração, e julga com justiça. — Obreiros Evangélicos, 122, 123 (1915), [no inglês]. {MCP1 255.3}
A conscientização engendra o respeito próprio

10.6.14

Os Princípios de Saúde


Sem algum conhecimento dos princípios de saúde ninguém está em condição de assumir as responsabilidades da vida. {CBV 270.1}
Higiene geral
O conhecimento de que o homem deve ser um templo para Deus, uma morada para a revelação da Sua glória, deve ser o mais alto incentivo ao cuidado e desenvolvimento de nossas faculdades físicas. Terrível e maravilhosamente tem o Criador operado na estrutura humana, e nos ordena que a estudemos para lhe compreender as necessidades e fazermos nossa parte no preservá-la de dano e contaminação. {CBV 271.1}
A Circulação do Sangue
Para termos boa saúde, é necessário que tenhamos bom sangue; pois este é a corrente da vida. Ele repara os desgastes e nutre o corpo. Quando provido dos devidos elementos de alimentação e purificado e vitalizado pelo contato com o ar puro, leva a cada parte do organismo vida e vigor. Quanto mais perfeita a circulação, tanto melhor se realizará esse trabalho. {CBV 271.2}
A cada pulsação do coração, o sangue deve fazer, rápida e facilmente, seu caminho a todas as partes do corpo. Sua circulação não deve ser estorvada por vestuários ou cintas apertadas, nem por deficiente agasalho dos membros. Seja o que for que prejudique a circulação, força o sangue a voltar aos órgãos vitais, congestionando-os. Dor de cabeça, tosse, palpitação, ou indigestão, eis muitas vezes os resultados. {CBV 271.3}
A Respiração
Para possuir bom sangue, é preciso respirar bem. Plena e profunda inspiração de ar puro, que encha os pulmões de oxigénio, purifica o sangue. Isso comunica ao mesmo uma cor viva, enviando-o, qual corrente vitalizadora, a todas as partes do corpo. Uma boa respiração acalma os nervos, estimula o apetite e melhora a digestão, o que conduz a um sono profundo e restaurador. {CBV 272.1}
Deve-se conceder aos pulmões a maior liberdade possível. Sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ação; diminui, se eles são constrangidos e comprimidos. Daí os maus efeitos do hábito tão comum, especialmente em trabalhos sedentários, de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mão. Nessa postura é impossível respirar profundamente. A respiração superficial torna-se em breve um hábito, e os pulmões

6.6.14

O Calvário

Este tema é baseado em Mateus 27:31-53; Marcos 14:20-38; Lucas 23:26-46; João 19:16-30.
E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali O crucificaram”. Lucas 23:33. “Para santificar o povo pelo Seu próprio sangue”, Cristo “padeceu fora da porta”. Hebreus 13:12. Pela transgressão da lei divina, Adão e Eva foram banidos do Éden. Cristo, nosso substituto, devia sofrer fora dos limites de Jerusalém. Ele morreu fora da porta, onde eram executados malfeitores e homicidas. Plenas de sentido são as palavras: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós”. Gálatas 3:13.{DTN 524.1}
Uma vasta multidão seguiu a Jesus do tribunal ao Calvário. As novas de Sua condenação se espalharam por toda Jerusalém, e gente de todas as classes e de todas as categorias afluíam ao lugar da crucifixão. Os sacerdotes e principais haviam-se comprometido, caso Jesus lhes fosse entregue, a não molestar Seus seguidores; e os discípulos da cidade e dos arredores uniram-se à multidão que acompanhava o Salvador.{DTN 524.2}
Ao passar Jesus a porta do pátio de Pilatos, a cruz preparada para Barrabás foi-lhe deposta nos feridos, sangrentos ombros. Dois companheiros de Barrabás deviam sofrer a morte ao mesmo tempo que Jesus, e sobre eles também foi posta a cruz. A carga do Salvador era demasiado pesada para o estado de fraqueza e sofrimento em que Se achava. Desde a ceia pascoal com os discípulos, não tomara Ele nenhum alimento, nem bebera. Angustiara-Se no jardim do Getsémani em conflito com as forças satânicas. Suportara a agonia da traição, e vira os discípulos abandonarem-nO e fugir. Fora levado a Anás, depois a Caifás e em seguida a Pilatos. De Pilatos fora mandado para Herodes, e reenviado a Pilatos. De um insulto para outro, de uma a outra zombaria, duas vezes torturado por açoites — toda aquela noite fora uma sucessão de cenas de molde a provar até ao máximo uma alma de homem. Cristo não fracassara. Não proferira palavra alguma que não visasse a glória de Deus. Através de toda a ignominiosa farsa de julgamento, portara-Se com firmeza e dignidade. Mas quando após ser açoitado pela segunda vez, a cruz Lhe foi posta sobre os ombros, a natureza humana não mais podia suportar. Caiu desmaiado sob o fardo. {DTN 524.3}
A multidão que seguia o Salvador viu Seus fracos, vacilantes passos, mas não manifestou compaixão. Insultaram-nO e injuriaram-nO por não poder conduzir a pesada cruz. De novo Lhe foi posto em cima o fardo, e outra vez caiu desmaiado por terra. Viram os perseguidores que Lhe era impossível levar mais adiante aquele peso. Não sabiam onde encontrar alguém que quisesse transportar a humilhante carga. Os próprios judeus não o podiam fazer, pois a contaminação os impediria de observar a páscoa. Ninguém, mesmo dentre a turba que O acompanhava, quereria rebaixar-se e carregar a cruz. {DTN 524.4}
Por essa ocasião um estranho, Simão, cireneu, chegando do campo, encontra-se com o cortejo. Ouve as zombarias e a linguagem baixa da turba; ouve as palavras desdenhosamente repetidas: Abri caminho para o Rei dos judeus! Detém-se espantado com a cena; e, ao exprimir ele compaixão, agarram-no e lhe põem nos ombros a cruz.{DTN 525.1}
Simão ouvira falar de Jesus. Seus filhos criam no Salvador, mas ele próprio não era discípulo. O conduzir a cruz ao Calvário foi-lhe uma bênção e, posteriormente, mostrou-se sempre grato por essa providência. Isso o levou a tomar sobre si a cruz de Cristo por sua própria escolha, suportando-lhe sempre animosamente o peso.{DTN 525.2}
Não poucas mulheres se acham na multidão que segue à Sua morte cruel Aquele que não foi condenado. Sua atenção fixa-se em Jesus. Algumas O tinham visto antes. Outras Lhe levaram doentes e sofredores. Outras ainda foram, elas mesmas, curadas por Ele. Relata-se então a história das cenas que ocorreram. Elas se admiram do ódio da turba para com Aquele por quem o coração se lhes comove quase a ponto de partir-se. E não obstante a ação da enfurecida massa, e as coléricas palavras dos sacerdotes e principais, essas mulheres exprimem o compassivo interesse que as possui. Ao cair Jesus desfalecido sob a cruz, irrompem em lamentoso pranto.{DTN 525.3}
Foi isso unicamente que atraiu a atenção de Cristo. Embora em meio de tanto sofrimento, enquanto suportava os pecados do mundo, não era indiferente à expressão de dor. Com terna simpatia contemplou essas mulheres. Não eram crentes nEle; sabia que não O estavam lamentando como um enviado de Deus, mas movidas por sentimentos de piedade humana. Não lhes desprezava a simpatia, mas esta Lhe despertou no coração outra, mais profunda ainda, para com elas mesmas. “Filhas de Jerusalém”, disse Ele, “não choreis por Mim, mas chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos”. Lucas 23:28. Do espetáculo que tinha diante de Si, alongou Jesus o olhar ao tempo da destruição de Jerusalém. Naquela terrível cena, muitas das que estavam chorando agora por Ele, haveriam de perecer com seus filhos.{DTN 525.4}
Da queda de Jerusalém passaram os pensamentos de Jesus a um mais amplo juízo. Na destruição da impenitente cidade viu Ele um símbolo da final destruição a sobrevir ao mundo. Disse: “Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos. Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?” Lucas 23:30, 31. Pelo madeiro verde, Jesus Se representava, o inocente Redentor. Deus permitiu que Sua ira contra a transgressão caísse sobre Seu amado Filho. Devia ser crucificado pelos pecados dos homens. Que sofrimento, então, havia de suportar o pecador que continuasse na transgressão? Todos os impenitentes e incrédulos teriam de conhecer uma dor e miséria que a língua é impotente para exprimir. {DTN 525.5}
Da multidão que acompanhava o Salvador ao Calvário, muitos O haviam seguido com jubilosas hosanas e agitando palmas, enquanto marchava triunfalmente para Jerusalém. Mas não poucos dos que então Lhe entoaram louvores porque era popular assim fazer, avolumavam agora o clamor: “Crucifica-O, crucifica-O”! Lucas 23:21. Quando Jesus cavalgava o jumento em direção de Jerusalém, as esperanças dos discípulos subiram ao mais alto grau. Tinham-se-Lhe aglomerado em torno, sentindo ser elevada honra estar ligados a Ele. Agora, em Sua humilhação, seguiam-nO à distância. Estavam possuídos de pesar e curvados ante o malogro de suas esperanças. Como se verificavam as palavras de Cristo: “Todos vós esta noite vos escandalizareis em Mim; porque está escrito: Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão”. Mateus 26:31.{DTN 526.1}
Chegando ao lugar da execução, os presos foram ligados ao instrumento da tortura. Os dois ladrões lutaram às mãos dos que os puseram na cruz; Jesus, porém, nenhuma resistência opôs. A mãe de Jesus, apoiada por João, o discípulo amado, seguira seu Filho ao Calvário. Vira-O desmaiar sob o peso do madeiro, e anelara suster com a mão aquela cabeça ferida, banhar aquela fronte que um dia se lhe reclinara no seio. Não lhe era, no entanto, concedido esse triste privilégio. Ela, como os discípulos, acalentava ainda a esperança de que Jesus manifestasse Seu poder e Se livrasse dos inimigos. Mais uma vez seu coração desfaleceria, ao evocar as palavras em que lhe haviam sido preditas as próprias cenas que se estavam desenrolando então. Enquanto os ladrões eram amarrados à cruz, ela observava em angustiosa suspensão. Haveria de Aquele que dera vida aos mortos, sofrer o ser Ele próprio crucificado? Suportaria o Filho de Deus o ser tão cruelmente morto? Deveria ela renunciar a sua fé de que Jesus era o Messias? Deveria testemunhar-Lhe a vergonha e a dor, sem ter sequer o consolo de servi-Lo em Sua aflição? Viu-Lhe as mãos estendidas sobre a cruz; foram trazidos o martelo e os pregos, e, ao serem estes cravados na tenra carne, os discípulos, fundamente comovidos, levaram da cruel cena o corpo desfalecido da mãe de Jesus.{DTN 526.2}
O Salvador não murmurou uma queixa. O rosto permaneceu-Lhe calmo e sereno, mas grandes gotas de suor borbulhavam-Lhe na fronte. Nenhuma mão piedosa a enxugar-Lhe do rosto o suor da morte, nem palavras de simpatia e inabalável fidelidade para Lhe confortar o coração humano. Enquanto os soldados executavam a terrível obra, Jesus orava pelos inimigos: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Lucas 23:34. Seu pensamento passou da dor própria ao pecado dos que O perseguiam, e à terrível retribuição que lhes caberia. Nenhuma maldição invocou sobre os soldados que O estavam tratando tão rudemente. Nenhuma vingança pediu contra os sacerdotes e príncipes que contemplavam com maligna satisfação o cumprimento de seu desígnio. Cristo Se apiedou deles em sua ignorância e culpa. Só exalou uma súplica por seu perdão — “porque não sabem o que fazem”. {DTN 526.3}
Soubessem eles que estavam torturando Aquele que viera salvar da eterna ruína a raça pecadora, e ter-se-iam possuído de remorso e horror. Sua ignorância, porém, não lhes tirava a culpa; pois era seu privilégio conhecer e aceitar a Jesus como seu Salvador. Alguns deles veriam ainda o seu pecado, e arrepender-se-iam e se converteriam. Alguns, por sua impenitência, tornariam, a seu respeito, uma impossibilidade o

2.6.14

Sinais de que Cristo voltará em breve

A grande profecia de nosso Senhor
Cristo preveniu Seus discípulos da destruição de Jerusalém e dos sinais que ocorreriam antes da vinda do Filho do homem. Todo o capítulo vinte e quatro de Mateus é uma profecia a respeito dos acontecimentos que precederão esse evento, e a destruição de Jerusalém é usada para representar a última grande destruição do mundo pelo fogo. — Manuscrito 77, 1899.{EF 18.1}
Cristo, no Monte das Oliveiras, enumerou os juízos terríveis que deviam preceder Sua volta: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras.” “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Mateus 24:6-7. Se bem que essas profecias tivessem tido cumprimento parcial na destruição de Jerusalém, aplicam-se mais diretamente aos últimos dias. — Testemunhos Seletos 2:351.{EF 18.2}
Sinais nos céus
Ao fim da grande perseguição papal, declarou Cristo, o Sol se escureceria, e a Lua não daria sua luz. Em seguida, cairiam as estrelas do céu. E Ele diz: “Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele está próximo às portas.” Mateus 24:32-33.{EF 19.1}
Cristo deu sinais de Sua vinda. Declara que podemos conhecer quando Ele está perto, às portas. Ele diz daqueles que vêem estas coisas: “Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” Estes sinais apareceram. Agora sabemos com certeza que a vinda do Senhor está às portas. — O Desejado de Todas as Nações, 632.{EF 19.2}
Sinais na terra
Declara Jesus: “E haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e na Terra angústia das nações.” Nos Lugares Celestiais, 21.25; Mateus 24:29; Marcos 13:24-26; Apocalipse 6:12-17. Os que contemplam estes prenúncios de Sua vinda, devem saber que “está próximo, às portas”. Mateus 24:33. — O Grande Conflito, 37-38.{EF 19.3}
As nações estão agitadas. Tempos de perplexidade se acham diante de nós. O coração dos homens está desmaiando de terror das coisas que sobrevirão ao mundo. Mas os que crêem em Deus ouvirão Sua voz em meio à tormenta, dizendo: “Sou Eu. Não temais.” — The Signs of the Times, 9 de Outubro de 1901.{EF 19.4}
Estranha e momentosa história está sendo registrada nos livros do Céu — eventos que, segundo foi declarado, precederiam de perto o grande dia de Deus. Tudo no mundo está em agitação. — Manuscript Releases 3:313.{EF 20.1}
Falsos profetas
Como um dos sinais da destruição de Jerusalém, Cristo havia dito: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.” Mateus 24:11. Ergueram-se falsos profetas, enganando o povo, e levando grande número ao deserto. Mágicos e exorcistas, pretendendo miraculoso poder, arrastaram o povo após si, às solidões das montanhas. Mas esta profecia foi dada também para os últimos dias. Este sinal é o indício do segundo advento. — O Desejado de Todas as Nações, 631.{EF 20.2}
Encontraremos falsas pretensões; erguer-se-ão falsos profetas; haverá falsos sonhos e visões falsas; pregai, porém, a Palavra, não vos desvieis da voz de Deus em Sua Palavra. — Mensagens Escolhidas 2:49.{EF 20.3}
Têm-me sido mostrados muitos que pretenderão ser especialmente ensinados por Deus, e tentarão levar outros, e por erradas ideias de dever empreenderão uma obra que Deus nunca pôs sobre eles. O resultado será confusão. Busque cada um a Deus com mais fervor por si mesmo, para que possa compreender individualmente Sua vontade. — Mensagens Escolhidas 2:72.{EF 20.4}
Uma experiência com um falso profeta
Ontem à noite um jovem, estranho a todos nós, mas alegando ser um irmão de Vitória [Austrália], veio visitar-nos e disse que queria ver a Irmã White. Era de noite, e eu recusei vê-lo. Nós o convidamos, porém, a permanecer conosco durante a noite, e a tomar o desjejum. Após o nosso costumeiro culto matinal, ao estarmos prestes a nos dirigir a nossas várias ocupações, esse jovem se levantou, e com um gesto autoritário pediu que nos sentássemos. Ele disse: “Vocês têm hinários? Cantaremos um hino e então lhes transmitirei uma mensagem.” Declarei: “Se tem uma mensagem, transmita-a sem demora, pois estamos com muita pressa de remeter a correspondência para a América, e não temos tempo a perder.” Ele começou então a ler alguma coisa que havia escrito, declarando, entre outras coisas, que agora começou o julgamento dos vivos. ...{EF 21.1}
Eu prestei atenção enquanto ele prosseguia, e disse finalmente: “Meu irmão, você não está em perfeitas condições mentais. Exponha claramente como a sua mensagem se refere a nós. Por favor, nos diga isso imediatamente. Seu espírito está muito tenso e você compreende mal o seu trabalho. Grande parte do que disse está de acordo com a Bíblia e cremos em cada uma dessas palavras. Mas você se acha extremamente agitado. Por favor, declare o que tem para nós!”{EF 21.2}
Bom, ele disse que devíamos encaixotar as coisas e mudar-nos imediatamente para Battle Creek. Perguntei por que razão, e ele respondeu: “Para transmitir esta mensagem de que começou o julgamento dos vivos.” Repliquei: “A obra que o Senhor nos deu para fazer ainda não está terminada. Quando nossa obra aqui estiver concluída, teremos certeza de que o Senhor nos fará saber que chegou a ocasião de nos mudarmos para Battle Creek, em vez de mostrar-lhe qual é o nosso dever.” ... Deixei que o irmão Starr continuasse a falar com ele, enquanto eu reassumia o meu trabalho de escrever. {EF 21.3}
Ele disse ao irmão Starr que quando a Irmã White lhe falou tão bondosamente, mas com tanta autoridade, começou a ver que cometera um erro, e que as impressões que o haviam incitado tão vigorosamente não eram coerentes ou razoáveis. Embora nossa família seja grande, compondo-se de dez membros, além de três visitantes, decidimos deixar que este jovem fique conosco durante algum tempo. Não podemos permitir que vá ter com pessoas que o tratem asperamente e o condenem, nem desejamos que repita suas “revelações”. Queremos que permaneça por um pouco de tempo onde possamos comunicar-nos com ele e, se for possível, conduzi-lo a caminhos seguros. — Carta 66, 1894.{EF 22.1}
Glutonaria e intemperança
A glutonaria e a intemperança constituem o fundamento da grande depravação moral em nosso mundo.