29.12.09

A PONTE SOBRE O ABISMO II

O homem foi originariamente dotado de nobres faculdades e de um espírito bem equilibrado. Era um ser perfeito, e estava em harmonia com Deus. Os seus pensamentos eram puros, santos os seus intentos. Mas pela desobediência, suas faculdades foram pervertidas, e o egoísmo tomou o lugar do amor. Sua natureza tornou-se tão enfraquecida pela transgressão que lhe era impossível, em sua própria força, resistir ao poder do mal. Fez-se cativo de Satanás, e assim teria permanecido para sempre se Deus não tivesse intervindo de modo especial. Era desígnio do tentador frustrar o plano divino quanto à criação do homem, e encher a Terra de miséria e desolação. E todo este mal ele apontava como conseqüência da criação do homem por Deus.
Em seu estado de inocência mantinha o homem feliz comunhão com Aquele "em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência". Col. 2:3. Depois de pecar, porém, já não podia encontrar alegria na santidade, e procurou esconder-se da presença de Deus. Tal é ainda hoje o estado do coração não convertido. Não está em harmonia com Deus e não encontra prazer na comunhão com Ele. O pecador não poderia sentir-se feliz na presença de Deus; esquivar-se-ia ao contato dos seres santos. Se lhe fosse permitido entrar no Céu, este nenhuma alegria lhe proporcionaria. O espírito de abnegado amor que ali reina - onde cada coração reflete o Infinito Amor não encontraria eco em sua alma. Seus pensamentos, seus interesses, seus motivos seriam bem diferentes dos que animam os imaculados habitantes dali. Seria uma nota discordante na melodia celeste. O Céu ser-lhe-ia um lugar de suplícios; almejaria ocultar-se daquele que ali é luz e centro de todas as alegrias. Não é um decreto arbitrário da parte de Deus que veda o Céu aos ímpios; estes são excluídos por sua própria inaptidão para dele participar. A glória de Deus ser-lhes-ia um fogo consumidor. Prefeririam a destruição, para serem escondidos da face dAquele que morreu para os redimir.
É-nos impossível, por nós mesmos, escapar ao abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar. "Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!" Jó 14:4. "A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser." Rom. 8:7. A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade. Esse poder é Cristo. Sua graça, unicamente, é que pode avivar as amortecidas faculdades da alma, e atraí-la a Deus, à santidade. Disse o Salvador: "Aquele que não nascer de novo"- não receber um novo coração, novos desejos, propósitos e motivos, que conduzem a uma nova vida - "não pode ver o reino de Deus." João 3:3. A idéia de que basta desenvolver o bem que por natureza existe no homem, é um erro fatal. "O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." I Cor. 2:14. "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo." João 3:7. Acerca de Cristo diz a Escritura: "Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens" (João 1:4), e "nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." Atos 4:12.
Não basta percebermos a benignidade de Deus, vermos a benevolência, a ternura paternal de Seu caráter. Não basta reconhecermos a sabedoria e justiça de Sua lei, e que ela se baseia sobre o eterno princípio do amor. Paulo, o apóstolo, reconheceu tudo isto quando exclamou: "Consinto com a lei, que é boa." "A lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom." Acrescentou, porém, na amargura de sua íntima angústia e desespero: "Mas eu sou carnal, vendido sob o pecado." Rom. 7:16, 12 e 14. Ansiava a pureza, a justiça, as quais era impotente para alcançar por si mesmo e exclamou: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24. Tal é o brado que tem subido de corações oprimidos, em todas as terras e em todos os tempos. Para todos só existe uma resposta: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29.

A PONTE SOBRE O ABISMO I

É este o mesmo quadro ao qual Se referiu Cristo em Sua palestra com Natanael, quando disse: "Vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem." João 1:51. Apostatando, o homem alienou-se de Deus; a Terra foi separada do Céu. Através do abismo existente entre eles, não podia haver comunicação. Mas por Cristo a Terra foi de novo ligada ao Céu. Com Seus próprios méritos, Cristo lançou uma ponte através do abismo que o pecado cavara, de maneira que os anjos ministradores podem manter comunhão com o homem. Cristo une o homem caído, em sua fraqueza e desamparo, à Fonte de infinito poder.
Em vão sonham os homens com o progresso; frustrados são todos os empenhos para o enobrecimento da humanidade, se passam por alto a única fonte de esperança e auxílio para a raça caída. "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito" (Tia. 1:17) vêm de Deus. Não há verdadeira excelência de caráter fora dele. A única senda que conduz a Deus é Cristo. Diz Ele: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim." João 14:6.
O coração de Deus anseia por Seus filhos terrestres com amor mais forte que a morte. Entregando Seu Filho, nesse único Dom derramou sobre nós todo o Céu. A vida, morte e intercessão do Salvador, o ministério dos anjos, o pleitear do Espírito, o Pai operando acima de tudo e por tudo, o interesse incessante dos seres celestiais - tudo se empenha em favor da redenção do homem.
Oh! consideremos o maravilhoso sacrifício que foi feito por nós! Procuremos avaliar o esforço e energia que o Céu dedica para reivindicar os perdidos e reconduzi-los ao lar paterno. Motivos mais fortes e instrumentos mais poderosos não poderiam jamais ser postos em operação; as excelentes recompensas de fazer o bem, a alegria do Céu, a sociedade dos anjos, a comunhão e o amor de Deus e Seu Filho, o enobrecimento e dilatação de todas as nossas faculdades através dos séculos da eternidade - acaso não são, estes, poderosos incentivos e encorajamentos para nos impelir a consagrar ao nosso Criador e Redentor os mais amantes serviços do coração?
E, por outro lado, os juízos divinos pronunciados contra o pecado, a inevitável retribuição, a degradação
do nosso caráter e o final aniquilamento, são-nos apresentados na Palavra de Deus a fim de nos advertir contra o serviço de Satanás.
Não deveríamos considerar a misericórdia divina? Que mais poderia Deus fazer? Relacionemo-nos, pois, devidamente com Aquele que nos amou com maravilhoso amor. Prevaleçamo-nos dos meios que nos foram providos, para sermos transformados à Sua semelhança e restaurados à comunhão com os anjos ministradores, à harmonia e comunhão com o Pai e o Filho.

O AMOR DE DEUS II

JESUS não suprimiu uma única palavra da verdade, mas proferia-a sempre com amor. Ele exercia o maior facto, e ponderada e amável atenção, nas Suas relações com as pessoas. Ele nunca foi rude, nunca disse desnecessariamente uma palavra severa, nunca produziu dor desnecessária a uma alma sensível. Ele não censurava a fraqueza humana. Ele dizia a verdade, mas sempre com amor. Ele denunciava a hipocrisia, a descrença e o mal; mas havia lágrimas na Sua voz enquanto proferia as Suas censuras severas. Chorou sobre Jerusalém, cidade que Ele amava, que recusou recebê-l´O, ao Salvador, mas considerava os seus habitantes com terna simpatia. A Sua vida foi de abnegação e solícita consideração pelos outros. Casa alma era preciosa aos Seus olhos. Embora Se conduzisse sempre com dignidade divina, baixava-Se com o olhar mais terno para cada membro da família de Deus. em todos os homens Ele via almas caídas. Sendo a Sua missão salvá-las.
É assim o carácter de Deus revelado na vida de Cristo. Este é o carácter de Deus. é do coração do Pai que as correntes da compaixão divina, manifestadas em Cristo, fluem para os filhos dos homens. Jesus, o terno, compassivo Salvador, era Deus “manifesto na carne” (1ª Tim. 3:16).
Foi para nos redimir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Ele tornou-Se “um Homem de Dores”, para que pudéssemos ser participantes da alegria eterna. Deus permitiu ao Seu amado Filho, chio de graça e verdade, vir dum mundo de indiscutível glória, a um mundo manchado e afligido pelo pecado, escurecido com a sombra d a morte e da maldição. Ele permitiu-Lhe deixar o seio do Seu amor, a adoração dos anjos, para sofrer vergonha, insulto, humilhação, ódio e morte. “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5). Contemplem-n´O no deserto, no Getsémani, sobre a cruz! O imaculado Filho de Deus tomou sobre Si mesmo o fardo do pecado. Aquele que tinha sido um com Deus, sentiu na Sua alma a terrível separação que o pecado faz entre Deus e o homem. Isto fez brotar dos Seus lábios o angustiante clamor: “Deus meu, Deus meu, porque Me desamparaste?” (Mateus 27:46). Foi o fardo do pecado, o sentimento d sua terrível enormidade, da separação que ele causa entre a alma e Deus – foi isto que despedaçou o coração do Filho de Deus.
Mas este grande sacrifício não foi feito a fim de criar, no coração do Pai, amor pelo homem, nem para o tornar disposto a salvar. Não, não! “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigénito”. (João 3:16). O Pai ama-nos, não por causa da grande intercessão, mas Ele providenciou a intercessão porque nos ama. Cristo foi o meio através do qual Ele pôde derramar o Seu infinito amor sobre um mundo caído. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo” (2ª Cor. 5:19). Deus sofreu com o Seu Filho. Na agonia do Getsémani, a morte do Calvário, o coração de Infinito amor pagou o preço da nossa redenção.
Jesus disse: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la” (João 10:7). Isto é, “o meu Pai tem-vos amado de tal maneira que Ele até me ama mais por dar a minha vida para vos redimir. Ao tornar-me o vosso Substituo e Fiador, ao dar a minha vida para tomar as vossas fraquezas, as vossas transgressões, sou querido do meu Pai; pois pelo meu sacrifício, Deus pode ser justo, e todavia ser justificar daquele que crê em Jesus.
Ninguém senão o Filho de Deus podia realizar a nossa redenção; pois só Aquele que esteve no seio do Pai o podia revelar. Unicamente que conhecia a altura e a profundidade do amor de Deus podia manifestar esse amor. Apenas o infinito sacrifício feito por Cristo em favor do homem caído, podia expressar o amor do Pai para com a humanidade perdida.
“Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigénito”. Ele deu-O não só para viver entre os homens, para carregar os seus pecados, e morrer em sacrifico por eles. Ele deu-O à raça caída. Cristo devia identicar-Se com os interesses e necessidades da humanidade. Ele, que era um com Deus, ligou-Se com os filhos dos homens por laços que não devem nunca quebrar-se. Jesus “não se envergonha de lhes chamar irmãos.” (Heb. 2:11); Ele é o nosso Sacrifício, o nosso Advogado, o nosso Irmão; portanto, a nossa forma humana perante o trono do Pai, e através das eras eternas é um com a raça que Ele redimiu – o Filho do homem. E tudo isto para que o homem pudesse ser erguido da ruína e degradação do pecado, para que pudesse reflectir o amor de deus e participar da alegria da santidade.
O preço pago pela nossa redenção, o infinito sacrifício do nosso Pai celestial em dar o Seu Filho para morrer por nós, deveria dar-nos elevadas concepções daquilo que podemos tornar-nos mediante Cristo. Depois do inspirado apóstolo João ter percebido a altura, a profundidade, a largura do amor do Pai para com a humanidade, ele encheu-se de adoração e reverência; e, incapaz de encontrar linguagem adequada para expressar a grandeza e ternura de deste amor, apelou ao mundo para o contemplar. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai; que fôssemos chamados filhos de Deus.” (1ª João 3:1). Que valor isto coloca sobre o homem! Pela transgressão, os filhos do homem tornaram-se súbditos de Satanás. Pela fé no sacrifício de expiação de Cristo, os filhos de Adão podem tornar-se filhos de Deus. Ao tomar a natureza humana, Cristo eleva a humanidade. Homens caídos são colocados onde, pela união com Cristo, eles se podem tornar, na verdade, dignos do nome “filhos de Deus”.
Este amor não tem paralelo. Filhos do REI celestial! Preciosa promessa! Tema para a mais profunda meditação! O incomparável amor de Deus por um mundo que não O amava! O pensamento tem um poder subjugante sobre a alma e submete a mente cativa à vontade de Deus. Quanto mais estudarmos o carácter divino à luz da cruz, mais veremos misericórdia, ternura e perdão unidos com equidade e justiça, e mais claramente discerniremos evidências inumeráveis dum amor que é infinito e uma terna compaixão que ultrapassa a simpatia e o amor duma mãe ansiosa por um filho desviado.

28.12.09

O AMOR DE DEUS - I


TANTO a Natureza como a Revelação testificam do amor de Deus. o nosso Pai celeste é a fonte da vida, sabedoria e alegria. Olhem para as coisas maravilhosas e belas da Natureza. Considerem as suas maravilhosas adaptações às necessidades e felicidade, não só dos seres humanos, mas também de todas as criaturas vivas. A luz solar e a chuva, que alegram e refrescam a terra, os montes, mares e planícies, tudo nos fala do amor do Criador. É Deus quem supre as necessidades diárias de todas as Suas criaturas. Nas belas palavras do salmista:
“Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo; abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes. (Salmo 145:15;16).
Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a bela terra, quando saiu das mãos do Criador, não revelava vestígio algum de decadência ou sombra de maldição. É a transgressão da lei de Deus – a lei do amor – que tem acarretado a dor e a morte. Todavia, mesmo no meio do sofrimento que resulta do pecado, o amor de Deus é revelado. Está escrito que Deus amaldiçoou o solo por amor do homem. Génesis 3:17.
Os cardos e espinhos – as dificuldades e provações que tornam a sua vida árdua e inquieta – foram determinados para o seu bem, como parte do treino necessário, no plano de Deus, para o seu erguimento da ruína e degradação que o pecado ocasionou. O mundo, embora caído, não é só tristeza e miséria. Na própria Natureza existem mensagens de esperança e conforto.
Há flores sobre os cardos, e os espinhos são cobertos com rosas. “Deus é amor” está escrito sobre cada rebento que desabrocha, sobre cada haste de erva que cresce. Os amorosos passarinhos, enchendo os ares e música com os seus alegres cantos, as delicadas flores, de cores variadas, na sua perfeição perfumam o ar, as altas árvores da floresta com a sua rica folhagem de verde vivo – todos testificam do cuidado solícito, paternal do nosso Deus e do Seu desejo de fazer os Seus filhos felizes.
A Palavra de Deus revela o Seu carácter. Ele próprio declarou o Seu infinito amor e compaixão. Quando Moisés orou: “Rogo-te que me mostres a tua glória, o Senhor respondeu, “Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti,” (Êxodo 33:18,19). Esta é a Sua glória. O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado.” (Êxodo 34:6,7). Ele é “tardio em irar-se e de grande amabilidade,” “porque Ele se deleita na misericórdia.” (Jonas 4:2; cf. Miqueias 7:18).
Deus tem ligado os nossos corações a Ele por inúmeros sinais no céu e na terra. Mediante as coisas da Natureza, e os mais profundos e ternos laços terrestres que os corações humanos possam conhecer, Ele tem procurado revelar-Se a nós. Todavia, tudo isso pode apenas representar imperfeitamente o Seu amor. Embora todas estas evidências tenham sido dadas, o inimigo do bem cegou as mentes dos homens, de maneira que eles olhassem para Deus com temor; O julgassem como severo e imperdoador. Satanás levou os homens a conhecerem Deus como um ser cujo atributo principal é a justiça implacável – credor duro e vingador. Ele pintou o Criador como um ser que observa com olhos ciumentos para discernir os erros e falhas dos homens, para que os possa ferir com os Seus juízos. Foi para remover esta sombra escura, ao revelar ao mundo o infinito amor d Deus, que Jesus veio viver entre os homens.
O Filho de Deus veio do Céu para manifestar o Pai. “Deus nunca foi visto por alguém; o Filho unigénito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer.” (João 1:18). “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mateus 11:27). Quando um dos discípulos fez o pedido: “Mostra-nos o Pai”, Jesus respondeu: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a Mim vê o Pai: e como dizes tu: mostra-nos o Pai?” (João 14:8,9).
Ao descrever a Sua missão terrestre, Jesus disse: o Senhor, “me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os cativos.” (Lucas 4:18). Este era o Seu trabalho. Ele ia por todo o lado fazendo o bem e curando todos os oprimidos de Satanás. Havia aldeias inteiras onde não se ouvia um único gemido de dor em nenhuma casa, pois Ele tinha passado por elas e curara todos os seus doentes. O Seu trabalho dava evidência da sua unção divina. Amor, misericórdia e compaixão eram revelados em cada acto da Sua vida; o Seu coração enchia-se de terna simpatia para com os filhos dos homens. Ele tomou a natureza do homem, a fim de poder compreender as necessidades do homem. Os mais pobres e os mais humildes não receavam aproximar-se d´Ele. Até mesmo as crianças pequenas eram atraídas para Ele. Elas gostavam de subir para os Seus joelhos e contemplar a face pensativa e bondosa.

13.12.09

ARREPENDIMENTO E FÉ

A palavra ARREPENDIMENTO resulta de uma palavra grega – metanoeo ou metanóia – esta palavra está associada à salvação. A palavra metanoeo ou metanóia são pois de uma expressão no Novo Testamento de capital importância. Recordemos os dois ladrões que foram crucificados com Cristo. Um é chamado o “bom ladrão”. A questão é: Era ele melhor do que o “mau ladrão”, não, ambos eram ladrões, ambos faziam as mesmas coisas e por esses crimes foram julgados e condenados. Porque razão ele é conhecido como o “bom ladrão”? a resposta é simples! Arrependimento.

1. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTO

Há um arrependimento bíblico e há também um arrependimento legal. O arrependimento legal surge inteiramente através do temor das consequências. Esta é a espécie de sentimento que Judas provou. O arrependimento bíblico é acompanhado de tristeza segundo Deus e opera no coração pelo Espírito de Deus levando à regeneração ou novo nascimento.

1.1 Reconhecimento do pecado. O Espírito Santo no ser humano leva-o a ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião contra Deus. Compreende que está em oposição a Deus e que a sua condição está em completa oposição à santidade de Deus. Discerne que Deus detesta a sua condição e o seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no arrependimento para a salvação tem a ver, primariamente, não com o facto que o pecado traz castigo senão com a sensibilidade que o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das consequências eternas do pecado; o que não é, porém, a coisa primária. Este reconhecimento do pecado é convicção e ele constitui o elemento intelectual do arrependimento.

1.2 O pecado é progressivamente aborrecido. A tristeza divina entra no arrependimento. Quando alguém se vê a si mesmo como se fora diante de Deus, ele é levado a lamentar o seu pecado e a aborrecê-lo. Isto é o elemento emocional do arrependimento.

1.3 O pecado é abandonado. Não é completo o arrependimento enquanto não houver uma íntima sensação de repúdio pelo pecado que conduz a uma mudança externa da conduta. Isto é o elemento voluntário ou volitivo do arrependimento. Assim o arrependimento concerne à inteira natureza interna: intelecto, emoção e vontade.

2. O ARREPENDIMENTO É INTERNO

Ao passo que o arrependimento se manifesta exteriormente, contudo de si mesmo é interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre arrependimento e frutos dignos de arrependimento (Mat. 3:8; Actos 26:20).

A tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui arrependimento por penitência. Como entender tal tradução? Assim lemos da Versão de Douay: Fazei penitência, porque o reino do céu está próximo." (Mat. 3:2); a menos que façais penitência, todos igualmente perecereis." (Luc. 13:5). Testificando tanto a judeus como gentios penitência para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo." (Actos 20:21). E da penitência diz a Versão de Douay no comentário a Mat. 3:2. Cuja palavra, segundo o uso das Escrituras e dos santos padres, não só significa arrependimento e correcção de vida senão também punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes." Três coisas podem ser ditas a respeito deste comentário:

(a). É absolutamente falso dizer que a punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios de penitências semelhantes sejam uma parte do sentido da palavra grega.

Como já foi notado, a palavra grega significa uma mudança interna. O verdadeiro arrependimento consiste de emoções mentais, emocionais e mudança de atitude, não de castigos externos auto-impostos. Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não como arrependimento senão frutos dignos de arrependimento.

(b). Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com a Escritura (Cf. Rom. 4:7,8; 10:4; Heb. 10:14; 1 João 1:7).

Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós punição a actual, excepto as consequências naturais do pecado. O crente sobre as consequências aqui, tanto ao nível das emoções, falta de paz, insegurança, não tendo a certeza que os méritos de Cristo sejam suficientes. Instala-se no coração a dor por não fazer o que Deus nas Sagradas Escrituras diz que deve fazer. Com o tempo, o crente pode deixar de sentir tal sentimento e ajustar-se a uma autojustificação. O castigo real de Deus será a perda da vida eterna. Quando Deus exercer o juízo final será sobre Satanás e as obras deste, o pecado é uma obra do Diabo, por essa razão os pecadores que não se arrependeram plenamente serão destruídos por serem em consciência pecadores.

As três passagens seguintes provam isto:

“A Ele Deus exaltou com a Sua destra para ser Príncipe e Salvador, para dar o arrependimento a Israel e remissão dos pecados." (Actos 5:31)

“Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2 Tim. 2:24,25).

“E quando ouviram estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade, até aos gentios concedeu Deus o arrependimento para a vida” (Actos 11:18).

O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem pelo poder vivificador do Espírito Santo, como já o notamos.

3. A FÉ

Nos textos acima citados percebemos referências à fé salvadora.

3.1 Definição da fé. A fé salvadora é confiança e firmeza no Senhor Jesus Cristo como o Salvador pessoal de alguém e portador de pecados. E, desde que a salvação inclui a santificação tanto como a justificação, a fé salvadora alcança a entrega do ser a Cristo.

3.2 A fé salvadora é distinta da “crença”.

A crença; Isto é mera crença nos factos da revelação como matérias de história, incluindo a crença na existência de Deus e em que houve um homem chamado Jesus que pretendeu ser o Filho de Deus. Pode ver-se prontamente que semelhante crença não tem valor salvador.

Assentimento intelectual; Isto sobe mais um degrau, trazendo aceitação mental das coisas reveladas de Deus e Jesus Cristo. Assim, um que crê na existência de Deus vem a crer n´Ele como sendo um ser segundo a Bíblia O revela ser e um que crê que semelhante pessoa como Jesus viveu, vem a crer que Ele era o Filho de Deus e que Ele morreu como sacrifício pelo pecado. Isto é um passo para a fé salvadora, mas não é ela mesma.

Esta pessoa olha as seguintes passagens como 1 João 4:15 e 5:1. Mas estas passagens devem ser compreendidas à luz de toda a outra Escritura e esta certamente proíbe que a crença referida nessas passagens deveriam ser entendida como sendo mero assentimento intelectual à deidade de Cristo. A fé salvadora não é meramente mental (intelecto), mas do coração (emoções). Vide Rom. 10:9,10. A crença de que se falou nas passagens supra é tal como é produzida no coração por um conhecimento experimental do poder de Cristo.

4. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS

Isto está provado pelas passagens já citadas que designam o arrependimento como um dom de Deus; porque, como veremos, o arrependimento e a fé são graças inseparáveis. Cada uma, quando aparece só nas Escrituras, abraça a outra; porque, se isto não fosse verdade, as passagens que mencionam só uma ou outra, ensinavam que alguém possa salvar-se tanto sem arrependimento como sem fé. Isto também está provado por passagens que ensinam que a nossa vinda a Cristo e crença nEle são o resultado da obra do poder de Deus. Vide João 6:37,65; Efe. 1:19,20. Isto está ainda provado pelo fato que a fé é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22).

4.1 A fé não tem mérito em si mesma; A fé é meramente o canal através do qual a graça justificante e santificante de Deus flui na alma. A Fé não é mais meritória do que o acto de se receber um dom. A Fé não é de modo algum substituto de nossa obediência à Lei, nem ela traz um rebaixamento da Lei de modo que preenchamos as suas exigências. A fé está uma vez referida na Escritura como trabalho (João 6:29), não que seja da Lei, mas somente que o homem esteja activamente engajado no seu exercício. Como um dom de Deus e como a mera tomada de misericórdia imerecida, está expressamente excluída da categoria de obras sobre a base de que o homem pretenda salvação (Rom. 3:28; 4:4,5,16). Não é o acto da alma completa dar senão o acto da alma vazia receber. Conquanto esta recepção seja movida por uma entrada no coração de Deus, pela a acção do Espírito Santo, o amor cônscio e assumido começa: semelhantemente amor é o resultado da fé (Gal. 5:6)? (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 469, 470).

4.2 A fé necessariamente exprime-se em obras; A fé é um princípio dinâmico. Ela ergue o amor e, portanto as obras (Gal. 5:6). A fé que não se expressa em obras é uma fé morta, o que é só uma outra maneira de dizer que é espúria ou irreal (Tia. 2:17).

4.3 Fé é confiança, esperança e expectativa; A diferença aqui é estreita, mas é uma diferença tal como é comum entre vários termos um tanto parecidos. Tanto a fé como a esperança envolvem a ideia de confiança, mas com o uso de preposições diferentes. Confiamos como um acto de fé. Confiamos para a esperança ou expectativa. A Fé é firmeza sobre algo agora presente como conhecido ou crido, Esperança é olhar para diante, para algo no futuro. Cristo é o objecto da fé; ao passo que a salvação, liberdade do pecado, glorificação e céu são os objectos da esperança. A esperança resulta da fé e, portanto, não pode ser fé. Vide Rom. 5:2-6; 15:4-13; Gal. 5:5; Heb. 11:1.

4.4 Cristo, objectivamente revelado à mente e ao coração, é o alicerce da Fé; isto está implicado em toda a Bíblia e está iniludivelmente ensinado em Rom. 10:11-17. Lemos ali que a fé vem pelo ouvir e ali também achamos a pergunta (implicando uma possibilidade): Como crerão naquele de quem não ouviram." A Bíblia nada sabe, absolutamente nada, sobre uma fé secreta, assim chamada, que pode existir à parte do conhecimento de Cristo, tal como alguns ensinam. No Velho Testamento Cristo foi revelado, não somente através de tipos e sombras, mas por meio de profetas, tal como Isaias. E nos é dito plenamente que o Evangelho foi pregado a Abraão e a Israel (Gal. 3:8; Heb. 4:2).

11.12.09

AS TRÊS MENSAGENS ESPECIAIS DO APOCALIPSE

Acreditamos que estamos a viver os últimos dias da história do mundo e que Jesus voltará em breve?

Vivemos os últimos dias e Jesus em breve virá, que mensagens tem Deus nestes últimos dias para os seus filhos que vivem no planeta Terra?

Os cristãos têm uma grande esperança. Os sonhos e realizações concentram-se na breve Volta de Jesus.

O grande sonho da vida de todos os filhos de Deus, é a segunda vinda de Cristo, que virá libertar do pecado e levar os fiéis para o novo lar.

Em Apocalipse 14:6-12, há três mensagens especiais de Deus para os habitantes deste mundo. Mas seriam estas as advertências finais de Deus à terra? Podemos afirmar que sim, pois no mesmo texto em Apocalipse 14:14, a Bíblia descreve a volta de Jesus. João viu em visão “uma nuvem branca e sentado sobre a nuvem, um semelhante ao filho do homem tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada”. Este verso descreve Jesus regressando como “Rei dos reis”, “Senhor dos Senhores” e também como “Justo juiz”.

As três mensagens.

O livro de Apocalipse é um livro cheio de símbolos. Os três anjos representam os mensageiros divinos, encarregados de anunciar ao mundo antes do retorno de Cristo. Cristãos sinceros a quem foi dada a ordem de Mateus 28:18-20: “Ide portanto e pregai”.

Nenhum texto na Bíblia afirma que o evangelho seria pregado por anjos. Esta responsabilidade foi dada por Jesus aos discípulos, os seus seguidores.

1- Que mensagem é dada pelo primeiro anjo?

Apocalipse 14:6-7.

Este é um chamado à adoração do verdadeiro Deus e é também o anúncio da hora do juízo.

Esta é uma mensagem que deve ser pregada no mundo inteiro, a todos quantos habitam sobre a terra.

Desde que em 1859 Charles Darwin publicou o livro sobre a Evolução, a crença em Deus como Criador de todas as coisas, tem sido abandonada e o evolucionismo inundou o mundo científico e até mesmo o mundo cristão.

Enquanto o evolucionismo tenta apagar do mundo a ideia de um Deus Criador, o primeiro anjo chama os habitantes do planeta para a adoração do Deus, que criou todas as coisas.

O homem abandonou o Senhor e tornou-se infiel aos Mandamentos. Se os mandamentos tivessem sido objecto do amor, ninguém se teria esquecido de que Deus é o Criador de todas as coisas.

Em Êxodo 20 encontramos a declaração de que Deus criou todas as coisas em seis dias e no sétimo dia descansou.

Se o dia de repouso tivesse sido guardado e observado pelos cristãos desde os dias de Cristo até agora, não teria surgido o ateísmo, e o evolucionismo, mas abandonando os mandamentos de Deus, o homem abandonou o próprio Deus.

O ilustre escritor Crawfor Johnson interpela: “Sem o domingo, nenhuma adoração; sem adoração, nenhuma religião; sem religião, nenhuma moral; sem moral, então, o quê?”

Na sua autobiografia, o político e filósofo Benjamin Franklin relata o seguinte episódio: Carlos I (1600-1649) – rei da Inglaterra e da Escócia – foi um déspota e tirano para os seus súbditos; omitiu-se quando o parlamento ordenou a decapitação do bispo Laud, seu preceptor. Na sua impiedade e, em pleno desafio às leis divinas, num gesto tresloucado, o rei assinou um decreto permitindo que os seus vassalos assistissem a competições desportivas aos domingos, determinando, ainda, nessa proclamação real, que a mesma fosse lida do púlpito em todas as igrejas.

Certo pároco, para assombro e estupefacção dos membros da sua igreja leu pausadamente o édito do rei – procedimento que muitos clérigos tinha recusado seguir. A seguir leu um breve versículo da Bíblia: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar.” (Ex. 20:8), e acrescentou com veemência: “Prezados irmãos, acabo de apresentar-vos o mandamento do vosso rei e o mandamento do vosso Deus. Deixo à vossa livre escolha o julgamento de qual deles deve ser obedecido!”

Seremos nós como este homem que colocou a vida em risco para levantar a Palavra de Deus, porém cego de entendimento:

- Cego porque o dia é o Sábado e não o domingo.

- Cego porque a adoração é a dádiva da vida e não uma pequena parte.

- Cegos porque Deus não aceita a fidelidade numa coisa e a infidelidade noutras coisas. Entre as quais o Dízimos, as ofertas, os dons que Ele nos deus.

- Cegos porque Deus nos chamou a ser mordomos dos Seus bens e não donos!

- Cegos porque sabendo como deve ser o estilo de vida cristão mais nos parecemos com os pagãos!

- Cegos porque os de fora vê as nossas incoerências e descrêem no Evangelho Eterno!

A mensagem do primeiro anjo diz que devemos adorar a Deus, obedecer à Sua Lei, ela é a regra do juízo, no qual cada um prestará contas da sua obediência ou desobediência.

2- Mensagem do segundo anjo: Em Apocalipse 14:8 lemos: “caiu, caiu a grande Babilónia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria de sua prostituição”.

Neste verso temos que usar o princípio da interpretação profética, pois, Babilónia, a cidade, já não existia há muitos séculos.

O nome Babilónia aqui, representa o poder apóstata que, em nome de Deus e procura usurpar o poder de Deus, tem, durante séculos ensinado doutrinas aparentemente cristãs - cheias de apostasia, de ensinos pagãos que não tem base bíblica.

A palavra babilónia vem de “Babel” que quer dizer confusão. A mensagem ensinada pelo segundo anjo é que todos os sistemas religiosos falsos, que ensinam heresias – vão cair.

E mais, “o vinho de sua prostituição” refere-se claramente à adulteração da verdadeira religião cristã, a religião de Jesus.

É nosso dever escolher agora, abandonar Babilónia, deixar o erro e unirmo-nos a Deus e ao seu povo remanescente.

3- A mensagem do terceiro anjo: Em Apocalipse 14:9-12 encontramos esta mensagem, cujo resumo é: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem, e receber o seu sinal na fronte ou na mão, também este beberá do vinho da ira de Deus...”.

Este é um chamado à obediência e observância do dia do Sábado como dia de repouso, que é o selo de Deus. Esta é a única maneira de permanecermos fiéis a Deus não recebendo assim o selo da besta.

Deus enviou a Verdade personificada ao mundo, Jesus. Enviou a verdadeira Luz que ilumina, mas os homens amaram mais Babilónia com todas as suas trevas e erros espirituais.

Deus declara que no fim do tempo haverá aqui na terra apenas duas classes: Uma – Os que adoram a besta, os que estão em Babilónia, que rejeitam a luz do céu. A outra – Os que seguem e obedecem a Jesus Cristo, guardando os Seus mandamentos. Isto é: o fiel remanescente de Deus.

Estes são definidos assim: “Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas que não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona a sua posição, passando para as fileiras do adversário.” Conflitos dos Séculos, p.659

“Os membros da igreja serão individualmente provados. Serão colocados em circunstâncias em que se verão forçados a dar testemunho da verdade. Muitos serão chamados a falar diante de concílios e em tribunais de justiça, talvez separadamente e sozinhos. A experiência que os teria ajudado nesta emergência, não a quiseram obter, e a sua alma encontra oprimida de remorsos pelas oportunidades desperdiçadas e os privilégios que negligenciaram.” Testemunhos Selectos, vol.2, p.164,165.

“Logo o povo de Deus será provado pró provas difíceis, e a grande proporção dos que agora parecem genuínos e verdadeiros, demonstrar-se-á metal vil. Em vez de se fortalecerem e confirmarem com a oposição, as ameaças e abusos, tomarão covardemente o lado dos oponentes.” Testemunhos Selectos, vol. 3.p.31.

O povo de Deus dos últimos dias é descrito em Apocalipse 14:12 como os que tem “a perseverança dos santos, guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus”.

Apocalipse 12:17 declara que Satanás está irado com todos os seguidores de Cristo, que guardam os mandamentos de Deus. O terceiro anjo declara que Deus castigará os que insistirem em permanecer no erro. Por outro lado se permanecermos do lado de Jesus, Ele nos livrará das horas mais difíceis que os filhos de Deus terão que passar.

Quando Cristo regressar daremos as boas vindas a Jesus.

30.11.09

UM MOVIMENTO DENTRO DA IGREJA IMPRESSIONADO PELO ESPÍRITO SANTO

“Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera que fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: - Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma. E nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestes brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato...” Apocalipse 3:14-20
Dado que a salvação e a perdição são individuais, a aceitação do testemunho da Testemunha Verdadeira por uma boa parte da igreja militante resultará em reavivamento e reforma, os que o negarem serão joeirados na sacudidura. A Testemunha Fiel apresenta a última Igreja como num estado de apatia. O contrário de fé não é apostasia, mas apatia, e este estado leva ao orgulho do alcançado. Porém, e mesmo assim, Jesus garante a Igreja o Seu amor manifesto em repreensão e conselho: “és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.” Que triste situação, mais triste ainda é o tom da correcção!
Conselho: comprar ouro refinado pelo fogo, que é uma fé purificada e colírio para clarear a nossa percepção espiritual, ambas as situações são obra do Espírito Santo em nós e vestes brancas, que reflectem a justiça de Cristo por nós.
Qual é a garantia que a Igreja aceitará o testemunho fiel?
Em Apocalipse 19:7,8 é apresentada a Igreja como vitoriosa e triunfante: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os actos de justiça dos santos.”
Ao saber da situação prevista para a Igreja nestes últimos dias, é tempo de tomar a nossa decisão individual de fazer parte dos sinceros, reavivados e reformados nos últimos dias, ou, daqueles que se retirarão da igreja em virtude do testemunho fiel?
Lembremo-nos a salvação e a perdição são individuais, devemos tomar a nossa decisão, ela é pessoal e intransferível: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo, sê, pois, zeloso e arrepende-te”
“A mensagem a Laodicéia aplica-se ao povo de Deus que professa crer na verdade presente. A maior parte são professos mornos, tendo o nome, mas faltando-lhes o zelo...
Aplica-se a esta classe o termo “morno”. Professam amar a verdade, todavia são deficientes no fervor e na consagração cristã. Não ousam desistir inteiramente e correr o risco dos incrédulos, não se acham, no entanto, dispostos a morrer para o próprio eu e seguir exactamente os princípios da sua fé... Não se empenham inteiramente e de coração na obra de Deus, identificando-se com os Seus interesses; mas mantêm-se afastados, e estão prontos a deixar os seus postos quando os interesses mundanos e pessoais o exijam. Carecem da obra interior da graça no coração.” ITS, págs. 476 e 477
“A mensagem de Laodicéia aplica-se aos Adventistas do Sétimo Dia que têm recebido grande luz e não têm andado nela. São os que têm feito uma grande profissão, mas não se têm mantido em passo com o seu Director, os que serão vomitados da Sua boca a menos que se arrependam.” II ME, pág. 66.
“Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os enfermos”, declarou o Senhor. E acrescentou: “Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.” Marcos 2:17
“Pois todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus”. Rom. 3:10 e 23
Somente os indiferentes não se revêem nas palavras descritas acima, o Espírito Santo é aquele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo. Os presunçosos, porque não crêem estar tão mal, ou, porque não têm discernimento da sua própria condição de desespero, estão apegados a apatia do pecado. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual.
“O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov. 28:13
O Espírito de Profecia tem palavras de ânimo: “As condições para obter misericórdia de Deus são simples, justas e razoáveis. O Senhor não requer de nós actos penosos a fim de que alcancemos o perdão dos pecados. Não precisamos empreender longas e fatigantes peregrinações, nem praticar duras penitências a fim de recomendar a nossa alma ao Deus do Céu ou expiar nossas transgressões. Mas o que confessa os seus pecados e os deixa, alcançará misericórdia. Diz o apóstolo: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis.” Tiago 5:16 Confessai vossos pecados a Deus, que é o único que os pode perdoar, e vossas faltas uns aos outros. Se ofenderdes o vosso amigo ou vizinho, deveis reconhecer vossa culpa, e é seu dever perdoar-vos plenamente. Deveis buscar então o perdão de Deus, porque o irmão a quem feristes é propriedade de Deus e, ofendendo-o, pecastes contra seu Criador e Redentor. O caso será levado perante o único mediador verdadeiro, nosso grande Sumo Sacerdote, que “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”, e que Se compadece “das nossas fraquezas”, Hebreus 4:15, sendo apto para purificar-nos de toda mancha de iniquidade. Os que não humilharam ainda a alma perante Deus, reconhecendo sua culpa, não cumpriram ainda a primeira condição de aceitabilidade. Se não experimentamos ainda aquele arrependimento do qual não há arrepender-se, e não confessamos os nossos pecados com verdadeira humilhação de alma e contrição de espírito, aborrecendo nossa iniquidade, nunca procuramos verdadeiramente o perdão dos pecados, e se nunca buscamos a paz de Deus, nunca a encontramos... A confissão de pecados quer pública quer privada, deve ser de coração, expressa francamente... e tem sempre carácter específico e faz distinção de pecados... sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais sois culpados. CC págs. 37 e 38
“Justificados, pois mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo... Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Rom. 5:1 e 8:1
Reforma
Conta-se que um besouro estava a tentar subir pela centésima vez uma rampa que ficava cada vez mais alta, porém, todas as vezes que ele atingia certa altura ele caia na base e, ficava de patas para o ar.
O que faria para ajudá-lo e tirá-lo desta situação? Pense um pouco.
Não vale coloca-lo lá no alto, não vale empurralo, o que fazer?
Coloca-lo de patas no chão? Muito bem façamos isto, porém, veja, ele começa a subir novamente e novamente cai. Qual a solução? A solução é colocá-lo de pé, porém, você precisa mudar a direcção, senão ele repetirá o caminho errado novamente, e cairá até ao fim da vida. Entendeu?
Assim, é o que acontece na vida de muitos cristãos. Estão subindo na vida cristã, porém, vivem caindo em pecado, deixam-se levar pela apatia e desejos carnais, consequência, cansam-se e desistem, apostatam de vez, outros, porém, vivem uma vida de perplexidades sem fim, o que fazer?
A mesma coisa que fizemos com o besouro, mudar a direcção para não repetir o mesmo caminho que levou à queda.
“A confissão não será aceitável a Deus sem o sincero arrependimento e reforma. É preciso que haja decisivas mudanças na vida; tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Este será o resultado da genuína tristeza pelo pecado. A obra que nos cumpre fazer de nossa parte, é-nos apresentada claramente: ‘Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos actos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; praticai o que é repto, ajudai o oprimido, fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas, Isaias 1:16 e 17. ‘Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá’, Ezequiel 33:15. CC pág. 39
Passos Práticos para a Reforma Pessoal :
1. Reconheça pessoalmente suas falhas de carácter e de seus pecados cometidos.
2. Confesse seus pecados quer publicamente, quando o pecado for contra um grupo de pessoas, e de forma particular directamente a Deus e para com o próximo quando for o caso, seja específico.
3. Mude a direcção da vida, saia do caminho já trilhado que leva para compromissos e atitudes pecaminosas.
4. Seja zeloso na prática das virtudes cristãs.
5. Busque mais fé e devoção pessoais diariamente.
6. Empenhe-se inteiramente e de coração na obra de Deus. Seja activo na igreja.
7. Cuide que os interesses mundanos e pessoais não tomem o primeiro lugar, que é do reino de Deus.
8. Busque uma experiência mais profunda da graça em seu coração.
9. Ande no Espírito, na luz do conhecimento já recebido, um dia de cada vez. Alguém, ainda, poderia perguntar: “Será que o apelo da Testemunha Fiel vai ser atendido pelo povo da igreja”?
Veja por si mesmo: “Em visões da noite passaram perante mim representações de um grande movimento reformatório entre o povo de Deus. Muitos estavam louvando a Deus. Os enfermos eram curados, e outros milagres eram operados. Viu-se um espírito de intercessão tal como se manifestou antes do grande dia de Pentecostes. Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte para a proclamação da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celestial. Grandes bênçãos eram recebidas pelo fiel e humilde povo de Deus. Ouvi vozes de acções de graças e louvor, e parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844.” III TS pág. 345.
A pergunta deve ser esta: “Farei eu parte desse movimento?”.

26.11.09

ESTUDO SOBRE A VERDADE PRESENTE

O QUE SIGNIFICA A VERDADE PRESENTE?

1- Como é o ser humano santificado?
(João 17:17) - Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.

2- A que conhecimento quer Deus que cheguem todos os homens?
(I Timóteo 2:4) - Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.

3- Depois de receber o conhecimento da verdade, que deve a pessoa fazer a fim de ser por ela santificada?
(II Tessalonicenses 2:13) - Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, ...por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.

4- Que é necessário além da mera crença na verdade?
(I Pedro 1:2) - Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.

5- Que efeito tem a obediência à verdade?
(I Pedro 1:22) - Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro.

6- Como deve a verdade ser sempre acariciada?
(Provérbios 23:23) - Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o entendimento.

7- Reconhece a Bíblia o que pode ser chamado a "presente verdade"?
(II Pedro 1:12) - Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.
Nota: Tais verdades são aplicáveis a todas as eras, e são portanto verdade presente para toda a geração; outras são de carácter especial, e aplicando-se únicamente a uma geração. Não são, no entanto, de modo nenhum menos importantes por esse motivo; pois da sua aceitação ou rejeição depende para as pessoas dessa época o salvarem-se ou perderem-se. Desta espécie era a mensagem de Noé, de um Dilúvio por vir. Para a geração a quem foi pregada, aquela mensagem era verdade presente; para as gerações posteriores, ela tem sido verdade passada, e não uma mensagem actual. Semelhantemente, houvesse a mensagem do primeiro advento proclamada por João Baptista, de que o Messias estava às portas, sido proclamada uma geração antes ou uma geração depois do tempo de João, e não teria sido aplicável - não teria sido verdade presente. O povo da geração da geração da geração anterior não teria vivido para ver-lhe o cumprimento, e para os que vivessem depois teria sido fora de lugar. Não é assim com as verdades gerais, como o amor, a fé, a esperança, o arrependimento, a obediência, a justiça e a misericórdia. Estas são sempre oportunas, e de carácter salvador. As presentes verdades, no entanto, incluem sempre todas essas, sendo assim de carácter salvador, e de importância vital.
8- Qual foi a mensagem especial para a época de Noé?
(Gênesis 6:13) - Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. (Gênesis 6:14) - Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.

9- De que modo mostrou Noé fe nessa mensagem?

(Hebreus 11:7) - Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.

10- Quantos se salvaram na arca
?
(I Pedro 3:20) - Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.
Nota: Indubitavelmente muitos dos que se perderam no Dilúvio mantinham, normalmente, a fé em Deus; mas a prova quanto à genuinidade da mesma veio com a mensagem especial de Noé; e a diferença entre a a fé que eles tinham e a de Noé e da sua família tornou-se evidente quando eles rejeitaram a salvadora mensagem para aquele tempo - a mensagem de advertencia quanto ao Dilúvio iminente.

11- Que mensagem especial foi dada a Ninive?
(Jonas 3:3,4) - E levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de caminho. E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

12- O que salvou o povo da destruição anunciada?
(Jonas 3:5-10) - E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor. ... E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
Nota: Assim teria Deus poupado o povo no tempo de Noé, tivessem eles recebido a mensagem e convertido dos seus pecados e maus caminhos.
13- Qual era a missão especial de João Baptista?
(João 1:6,7) - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.

14- Que resposta deu João quando questionado sobre a sua missão?
(João 1:23) - Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

15- Como se referiu o Senhor Jesus aos que rejeitaram a mensagem pregada por João?
(Lucas 7:30) - Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele.

16- O que fazia o povo que foi baptizado por João?
Lucas 7:29) - E todo o povo que O ouviu e os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus.
Nota: Isto é, honraram a Deus por esse acto, que mostrava a fé na verdade de Deus para aquele tempo.

17- O povo escolhido (Israel) de Deus recebeu a Cristo, quando Ele veio ao mundo?
(João 1:11) - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

18- Que razão apresentaram para O não receber?
(João 9:29) - Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
Comentário: Esta era a questão; eles não tinham fé em coisa alguma nova. Sabiam que Deus falara por meio de Moisés: aparentemente exigia pouca fé crer nesta verdade. Sentiam-se perfeitamente seguros que quando viesse O reconheceriam e naturalmente O aceitariam, tudo demonstraria que era O enviado de Deus. Todos o poderiam ver. Mas ali estava Alguém que, embora houvesse vindo em cumprimento das profecias de Moisés e dos Profetas como o tão ansiado Messias, o povo e especialmente os dirigentes raciocionaram que era um risco muito grande aceitá-Lo, e isto porque não compreenderam as profecias tão claramente exaradas nas Escrituras. O aceitar a Cristo exigia fé e eles queriam aceitar por vista, intelectualmente (a fé e a inteligência são duas irmãs que caminham de mãos dadas e por vezes a fé deve prevalecer). Por outro lado, aceitar a Jesus exigia uma mudança dos pontos de vista, uma reforma na maneira de viver. Por tudo isto Cristo veio e foi rejeitado. Acreditavam no Dilúvio, acreditavam nos Profetas; mas no que dizia respeito a esta verdade especial para o seu tempo, recusaram-se em aceitá-la. Tem sido sempre assim ao longo do tempo, assim acontecerá até ao fim.

19- Qual foi o resultado dos Judeus terem recusado Jesus?
(Lucas 19:41,42) - E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.

20- Terá Deus uma mensagem especial para os últimos dias?
(Mateus 24:44,45) - Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
Nota: Nos últimos dias uma mensagem será proclamada e será "sustento a seu tempo" para o povo. Ela deve ser a advertencia quanto à próxima vindo do Senhor, e a preparação necessárias para com Ele se encontrar. O facto dessa mensagem não ter sido sempre pregada, não é prova de que o não deva ser agora. No seu discurso de despedida aos pais peregrinos, quando deixaram a Holanda e ir para a América, João Robinson disse: "O Senhor sabe se vos voltarei a ver um dia; mas seja o que for que Ele tenha designado, conjuro-vos diante de Deus e dos Seus benditos anjos a não me seguirdes mais além do que eu haja seguido a Cristo. Se Deus vos revelar qualquer coisa por meio de outro instrumento Seu, sede tão prontos a recebe-la como sempre fostes a receber qualquer verdade por meu ministério; pois tenho muita confiança que que o Senhor tenha mais verdade e luz a fazer irradiar da Sua Palavra."

21- Que diz Cristo do servo que, quando Ele vier for achado a dar "o sustento a seu tempo"?
(Mateus 24:46) - Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim.
Nota: A vinda de Cristo em glória tem sido a esperança dos fiéis de todos os séculos.
Lutero declarou: "Persuado-me de que o dia do juízo não tardará nem trezentos anos. Deus não há de, não pode sofrer por muito mais tempo este mundo ímpio. Aproxima-se o grande dia em que será subvertido o reino da abominação."
Calvino pediu aos cristãos que "não hesitassem, desejando ardentemente o dia da vinda de Cristo, como o mais auspicioso de todos os acontecimentos;" declarou que: "toda a família humanados fiéis há de conservar em vista aquele dia." "Devemos ter fome de Cristo, devemos buscar, contemplar" acrescenta ele, "até a aurora daquele grande dia, quando nosso Senhor há de manifestar a glória do Seu reino."

22- Qual será o tema principal da final mensagem evangélica?
(Apocalipse 14:7-10) - Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.

23- Como são descritos os que aceitam essa mensagem?
(Apocalipse 14:12) - Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

24- Com que zêlo deve esta obra ser levada avante?
(Lucas 14:23) - E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.

Conclusão: Esta obra está a ser cumprida agora. Em toda a parte do Mundo a mensagem presente está a ser pregada. Esta mensagem como vimos em Apocalipse 14:12 apresenta-se com 3 itens: Perseverança, Fé em Jesus e Guarda dos mandamentos de Deus. Este é o povo que à semelhança de João Baptista está a preparar um povo para a vinda de Jesus. Quer tomar a decisão de preparar-se para este evento de esperança? Aceite A VERDADE PRESENTE!

19.11.09

UMA MENTIRA ACEITE COMO VERDADE

Sobre o assunto da imortalidade da alma, povos e religiões tem crenças diferentes. De Babel veio a doutrina, e com a confusão das línguas espalhou-se na formação das nações do mundo. Assim se desenvolveu uma religião falsa baseada na mentira de Lúcifer aplicada a Eva e seu marido: “É certo que não morrereis” Gén 3:4.
No Irão e no Império Persa os mortos eram enterrados com as suas melhores roupas para desfrutarem o melhor possível na outra vida. Os egípcios tinham na imortalidade da alma uma crença fundamental. Osíris era o deus principal do além da vida. Por isso preservavam os corpos dos mortos para permitir a reencarnação. Na Grécia, Pitágoras (matemático) defendia que a alma era imortal. Tales de Milleto, o primeiro filósofo conhecido criou a tese que a alma era imortal, e ela existia também nos animais e nas plantas, até nas rochas, no vento e no imã. Assim também Sócrates e Platão, e os outros filósofos defendiam existir uma alma imortal. Na Índia é aceite em todas as religiões como no budismo, jainismo, siquismo, hinduísmo, assim em toda Ásia Oriental. “A lei do karma, da causa a efeito, combinada com a imortalidade da alma e a possibilidade da reencarnação funcionavam perfeitamente como lei moral, anunciando a recompensa ou a punição na próxima vida.” O budismo por exemplo, prega um ciclo de mortes e de renascimentos de aperfeiçoamento até atingir a Paz. Com variações às crenças na Índia, na China, Japão e no Tibet aceita-se a imortalidade. No Xintoísmo, por exemplo, acredita-se que a alma sobrevive à morte. Os enlutados fazem cerimónias para pacificar a alma do morto que não tenha sido uma boa pessoa. Eles tem um culto aos espíritos dos antepassados, e com o tempo a alma pode tornar-se um deus e vir a ser um guardião ancestral.
“Para o taoísmo o objetivo da vida é harmonizar a actividade humana com Tao, o “caminho da natureza”. Tao é o princípio governante do Universo, não teve princípio nem terá fim e se a pessoa conseguir viver de modo natural (em conformidade com a natureza) participa do Tao e torna-se eterna, como ele. Os taoístas fazem experiências de meditação, exercícios respiratórios e dieta severa em busca do equilíbrio físico e mental que resulta da combinação das forças opostas yin e yang (feminina e masculina).”
O confucionismo, de Kung Fu Tse, preocupa-se com o Além. Faz culto aos antepassados e cerimónias em que envolvem os mortos. Até entre os judeus se infiltrou a crença na imortalidade da alma. Filo, um filósofo judeu, influenciado por Platão do qual era discípulo, defendeu a idéia de que na morte a alma retorna ao seu estado pré-natal original. Ela volta ao mundo espiritual. Os rabinos do Talmude (livro das tradições judaicas escrito após o século II dC) acreditavam na continuidade da vida da alma após a morte do corpo. Criam na preexistência da alma. A Cabala ensina até a reencarnação.
No cristianismo JESUS cria na ressurreição da carne e não na imortalidade da alma. Mas a partir de meados do segundo século da era cristã, a filosofia grega platónica influenciou muitos líderes da igreja, como Orígenes (185–254) e Agostinho de Hippona (354–430), esse neoplatonismo. E a crença na imortalidade invadiu o cristianismo, e não foi revogada pelo protestantismo, senão pelos adventismas, no século XIX.
No islamismo, surgido com Maomé em 632 dC, o Corão regista que a alma é imortal, que continua viva após a morte e que as almas premiadas viverão num paraíso após a morte do corpo e as condenadas vão para o inferno.
Assim a mentira que nos fez cair em desgraça continua a fazer o mesmo efeito ao longo dos séculos e dos milénios. Parece mais facil aceitar uma mentira que aceitar uma verdade. Já estudou este assunto a sério? Não espere! CLIQUE.

15.11.09

ELLEN WHITE E A MENSAGEM DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

FACULDADE ADVENTISTA DE TEOLOGIA
MATÉRIA: HISTÓRIA DO ADVENTISMO – 2008
DESENVOLVIDO POR:
ADILSON B.
LUIZ CASTANHA
ROBERTO LOPES
FELIPE F.
TIAGO CÉSAR

INTRODUÇÃO
Deus tem guiado seu povo, desde a queda no Edem, o Senhor tem livrado os Seus das trevas. E para sair das trevas para a sua maravilhosa luz o fogo purificador de Deus agi de diversas maneiras. Assim como agiu com o povo de Israel para a primeira vinda de Jesus, tem agido com os santos dos últimos dias para a Segunda vinda do nosso glorioso e majestoso, Senhor Jesus Cristo.
O movimento adventista começou com Guilherme Miller, o homem que Deus usou para iniciar a igreja remanescente nos fins dos tempos, o movimento Milerita estava equivocado, não com a data de 22/10/1844, mas sim com o evento, pois não seria esta data a volta de Cristo e sim o inicio do juízo investigativo ou como também conhecido o juízo pré-advento.
Esse movimento hoje tem 164 anos. E é o que é pela condução de Deus, quando o homem por si só tenta fazer a obra de Deus não há ordem, e sim caos, trevas. A herança religiosa do povo do advento era perfeccionista, os dirigentes da obra, homens inteligentíssimos, tinham um zelo extremo pelas verdades que haviam recebido e que lhes fechava a porta para outras verdades que Deus ainda lhes queria revelar. Isso causava entre os próprios irmãos discórdias, mas o Senhor de alguma forma mediou por nós. E durante os meses de novembro e Dezembro de 1888, na reunião anual da assembléia geral, houve um dos maiores “acontecimentos” teológicos da igreja adventista do sétimo dia, principalmente na doutrina da justificação pela fé.

CAPITULO I
OS ADVENTISTAS E AS OBRAS
O ano de1888 começou sem problemas para a igreja. Uriah Smith em seu editorial na aberturada Reviw and Herald escreveu, “Voltamos nossos olhos para o futuro, ano após ano temos recebido mais luz e as mais seguras evidências de que não estamos seguindo fábulas artificialmente compostas ao tornar conhecida a breve vinda do Senhor”.
O presidente da Associação Geral George L. Butler pensava da mesma forma que o amigo Smith “Temos muito a agradecer a Deus e estar animosos ao entrarmos no ano de 1888”. O que eles não imaginavam é que o ano de “1888 seria marcado por um confronto aberto entre duas interpretações com respeito a salvação que haviam se polarizado gradativamente na década de 1880. De um lado estavam os delegados da assembléia que apoiavam a Butler e Smith em uma compreensão mais legalista de salvação, e do outro lado, encontrava-se aqueles que simpatizavam mais com a ênfase sobre a justificação pela fé advogada por Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner”.
Os adventistas do sétimo dia criam na justificação pelas obras? Sim, visto que as especulações com respeito a salvação pela fé foi destrinchada na Assembléia Geral de 1888, antes da Assembléia artigos escritos por Smith na Reviw como o intitulado “O Ponto Principal” nutriam o pensamento legalista na mente dos irmãos adventistas da época. “Smith declarou que o propósito dos pioneiros era anunciar a última proclamação do segundo advento e levar as almas a Cristo mediante a obediência”, mesmo tendo em anos anteriores sido discutido a importância da fé, acreditava-se que as doutrinas da igreja que foram estabelecidas pelo povo por 40 anos não poderiam ser mudadas, isso significava um desastre total, pois “os adventitas eram conhecidos por defender a perpetuidade da lei”.
Smith ligava as questões da guarda dos mandamentos devido a forte pressão da lei dominical imposta na época, “por essa razão ele realçava o “guardar” quando citava Apocalipse 14:12 “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”....... e baseou seus comentários na pergunta do jovem rico a Jesus “bom mestre que devo fazer eu para ser salvo ?” a resposta bíblica proclama Smith, pode ser resumida numa única afirmação : “se queres entrar na vida, guarde os mandamentos”. Smith e Butler criam que justificação pela fé só servia para ser aplicada aos pecados passados.
“Waggoner, co-editor da Signs of the Times com A.T. Jones, criticou os editoriais de janeiro assinados por Smith e a teologia a eles subjacentes. Waggoner afirmava que “uma pessoa não conseguia aperfeiçoar-se em justiça moral, pois tais pessoas confiavam em suas próprias obras e não se submetia à justiça de Deus” Waggoner acreditava que Deus nunca teria dado a lei como meio de alcançarmos o céu , tanto Waggoner como Jones criam que a lei servia para mostrar os pecados e levar as pessoas a Cristo. Waggoner junto com Jones “ levaram a restauradora concepção de uma plena justiça pela fé às igrejas por toda a América do Norte, primeiramente no circuito de reuniões campais e depois nos centros institucionais”.

CAPITULO II
ELLEN G. WITHE NO DESENVOLVIMENTO DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ?
É fundamental para os servos de Deus examinar os pontos que Ellen White (1827- 1915) co-fundadora da Igreja adventista do Sétimo Dia considerou a respeito da importante mensagem da Justificação pela fé, sendo ela Profetisa do Senhor nos últimos tempos.
Seria está uma mensagem de Deus, uma revelação dos Céus? Sendo que os próprios Ministros da igreja duvidaram do ministério profético da Sra. White.
Especificamente nesse capítulo, demonstraremos de uma forma objetiva como Deus, em meio a esse conflito, pode usar essa Importante Mulher.
Dos autores mais prolíficos deste mundo sobre assuntos religiosos está Ellen Withe.
Certamente se ela não tivesse ouvido a voz de Deus na maioria dos momentos de sua vida não teríamos a verdade que o Senhor quis apresentar pelos pastores Alonzo. T Jones(1850-1923) – ex-militar do exército americano, e Ellet. J. Woggoner (1855-1916) que obteve o titulo de medicina de Nova York, ambos editores da Sing of The Time. Esses dois Ministros formaram a parte mais fraca da corrente de posições em Minneapolis, e eram um dos principais protagonistas entre a controvérsia com George Butler (1834-1918) que era o presidente da associação geral de 1871-1874 e de 1880- 1888, e Uriah Smith (1832-1903) editor (25 anos) da Review and Herald, autoridade reconhecida sobre interpretação profética para a IASD. Os dois últimos Ministros por suas posições eram a parte mais forte da corrente em Minneapolis.
Posições eram um dos contrastes, e se não fosse a Sra. Withe, os dois primeiros pastores citados, não teriam apresentado essa mensagem da “justificação pela fé” (elucidada por Waggoner), um dos temas da assembléia, tema crucial, e que sem dúvida é a mensagem que trousse a vida da igreja.
Nessa controvérsia ela poderia ter tomado uma posição ao lado dos lideres, Butler e Smith, porque Butler (1834-1918) era o presidente da associação e Smith autoridade profética, mas por ser ela Profetisa, serviu como mediadora do Senhor, e em nenhum momento desprezando ou apoiando posições; como defensora da verdade bíblica revelada, humildemente ela exaltou a Luz maior (Bíblia), chamando o pecado pelo nome de quem quer que fosse o erro, ela também não assumiu a posição de autoridade teológica e nem tampouco usou seus escritos para abrandar os temperamentos na assembléia. A fiel mediadora de Minneapolis também não se pôs ao lado de Waggoner e Jones porque era de fato a parte mais frágil da corrente, e sim porque nas questões em que eles tinham a luz de Deus ela confirmava, mas quando não tinha ela reprovava. Assim procedeu a essa história.
Ellen G. Withe embora não ocupasse nenhuma posição oficial na Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Sra. White foi uma das principais personagens do movimento. Isso aconteceu devido à crença da denominação na validade de seu chamado como profetisa para o povo nos últimos dias.
Do início ao fim da década de 1880 ela havia sentido a necessidade de enfatizar mais o aspecto evangélico dos ensinamentos adventistas. Entre 1884 a 1886, a Sra. Withe tentou desempenhar a função de um mediador até certo ponto neutro entre as duas facções teológicas contendoras. Apesar disso, por volta de 1887 ela estava declarando com muita veemência que Jones e Woggoner tinham algo para dizer que a igreja Adventista do Sétimo Dia precisava urgentemente ouvir.
Ela pode confirmar que a mensagem de que Woggoner enfatizou... “Ela se harmonizava perfeitamente com a luz que o Senhor achou por bem comunicar-me durante todos os anos de minha experiência”.
Sem dúvidas a irmã White confirmou que Deus revelou a mensagem da Justificação pela fé para Woggoner, e ela sendo a profetisa do Senhor ratificou, como sendo aquela mensagem apresentada em Minneapolis, uma mensagem qual o povo de Deus necessita e sem ela não pode viver. Porque a lei em si sem apontar para a cruz não pode salvar, mas o sacrifício do nosso Senhor Jesus Cristo, quando apontado pela lei, tem poder para nos perdoar de qualquer pecado confessado, pois o pecador crendo pela fé terá o que não merece o perdão que é o mesmo que justificação, através do ato de Cristo Jesus que pagou o preço da nossa salvação, doando-se por completo, entregando-se até a morte e morte de cruz, podemos ter vida e vida eterna.
Pelo fato de o povo adventista enfatizar muito a lei, a contribuição teológica de Woggoner foi uma das mais importantes da teologia adventista. O povo não deixou de pregar a lei, mas passou a pregar os mandamentos e a fé em Jesus, Conforme Apocalipse 14:12, porem isso só ocorreu por causa da atuação de Deus por Ellen White.
Em todos os momentos de Minneapolis principalmente nos sermões em que era discutida a Justificação pela fé a Mensageira do Senhor esteve ao lado da bíblia, e incentivando ambas as posições a não usarem de política e sim buscarem a solução na palavra do Senhor. [Porque a posição de George Ide Butler o fazia pensar] “que sua posição lhe da tal poder que a sua voz é infalível”.
A mensageira do Senhor apontou tanto a Butler como Uriah Smith por dificultarem o caminho, de forma tal que a luz a respeito desse assunto foi tratada como hospede indesejado. Negando a mensagem de Jesus eles estavam negando o próprio Cristo, como fizeram os Judeus que se diziam guardadores da lei.
Por causa da demonstração de poder de Uriah e Butler o ministério profético de Ellen White também foi posto em jogo, pelo fato de existir uma amizade entre o filho da profetisa com Waggoner e Jones. Eles estavam certos de que Wiliam C. White fazia parte da conspiração da Califórnia, ou seja, eles estavam certos de que havia uma facção e então se rebelaram, ao invés dela como pensavam eles, eles foram quem conspiraram. E a obra que Deus confiou a ela foi desacreditada. Ela designou o “Espírito de Minneapolis” como “Espírito dos fariseus”.
Porem ela não desanimou, mesmo que tivesse feito declarações de que Minneapolis foi uma das experiências mais amargas de sua vida, ela continuou a crer no Senhor.
“Na verdade, ela mesma se tornou uma das mais prolíficas escritoras sobre os temas de 1888. A mensagem de 1888 transformou literalmente seu ministério literário. Após a assembléia de Minneapolis, ela publicou uma continua corrente de livros sobre cristo e o plano da salvação: Caminho a Cristo em 1892, O Maior Discurso de Cristo em 1896, O Desejado de Todas as Nações em 1898, Parábolas de Jesus em 1900 e os cristocêntricos capítulos de abertura A Ciência do Bom Viver em 1905. Após 1888, o grande tema de Ellen Withe passou a ser Cristo e sua justiça. Isso ficou evidente não apenas em seus livros, mas também em centenas de artigos e incontáveis sermões e cartas. Não que ela tenha mudado de opinião sobre tais assuntos em 1888, senão que passou a lhes dar maior ênfase depois de ver quanto o adventismo precisava, em 1888 e na década de 1890, de uma melhor compreensão de Cristo e da salvação que Ele concede”.
A mensagem de 1888 teve seu desenvolvimento com a contribuição desses importantíssimos livros acima citados que conhecemos como espírito de profecia. Seus escritos, artigos, sermões e cartas, fazem-nos entender que ela levou militantemente a mensagem de Jones e Waggoner. Ela reconheceu que Deus usou aqueles dois importantes homens, embora ela não tenha concordado com todos os seus ensinos, a Senhora White conhecia intimamente quando Deus falava e ele falou através da corrente mais fraca.
E Minneapolis que foi um sofrimento, por causa da descrença em seu ministério profético, tornou-se uma poderosa benção na contribuição da pregação do evangelho com essa nova ênfase na justificação pela fé.
Como em vários outros exemplos das Sagradas escrituras, homens de Deus puderam fazer a sua vontade através de lutas e sofrimentos, e hoje podemos ver que Ellen G. Withe fez a vontade de Deus pela revelação dos Céus a humildes pecadores, não merecedores de Graça, pois se pela visão humana analisarmos os méritos e feitos pelos protagonistas, eles não mereceriam a graça, mas Cristo morreu por todos. A única conclusão que chegamos que alguém fez algo fiel e coerente por Deus, e ainda assim era como nós pecadores, foi uma honesta mulher, fiel Cristã e poderoso modelo de Cristo, Ellen G.White.

CAPITULO III
MINEÁPOLIS E O ALTO CLAMOR
Em abril de 1890, Ellen White, tendo maior entendimento, aplicou a linguagem de Apocalipse 18 para a mensagem de 1888 (justificação pela fé), pois muitos naquela época criam que iriam ser salvos pelas obras da lei "Vários têm-me escrito perguntando se a mensagem [de 1888] de justificação pela fé é a terceira mensagem angélica, e tenho respondido: 'É a terceira mensagem angélica em verdade'. O profeta declara: 'Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra seiluminou com a sua glória' [Apoc. 18:1]. "(RH, 1º de abril de 1890). "O alto clamor do terceiro anjo já se iniciou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa o pecado. Este é o começo da luz do anjo cuja glória encherá a terra toda." (RH, 22 de novembro de 1892).
Algums não aceitaram a mensagem o Pastor Butler, o oficial mais responsável da igreja, destacou-se em sua oposição à preciosa luz do alto clamor. Poucos outros eram espiritualmente capazes de transcender sua influência negativa. Em sua cega oposição ao alto clamor podemos ver o trágico cumprimento da advertência inspirada que lhe foi enviada em 1º de outubro de 1885 (cf. TM 300):"Nunca me esquecerei da experiência que tivemos em Mineápolis, ou das coisas que foram-me então reveladas com respeito ao espírito que controlava homens, as palavras proferidas, as ações praticadas em obediência aos poderes do maligno. Eles eram movidos na reunião por outro espírito, e ignoravam que Deus havia enviado esses jovens homens... para apresentarem-lhes uma mensagem especial que trataram com ridicularia e desprezo, deixando de reconhecer que inteligências celestiais estavam velando por elas... Eu sei que naquele tempo o Espírito de Deus foi insultado." (Ct. 24, 1892).As cartas do secretário da Associação Geral, Dan T. Jones diz "Temos tido boas reuniões aqui . . . O irmão A.T. Jones tem feito a maior parte das pregações. Gostaria que pudesse ouvir alguns de seus sermões. Ele parece totalmente diferente do que fez [sic] em Mineápolis. Alguns de seus sermões são os melhores, penso, que já ouvi. São todos inéditos também. Ele é original em sua pregação e em sua pregação prática parece muito terno e sente profundamente tudo quanto diz. O meu conceito a respeito dele subiu consideravelmente desde que vi o outro lado do homem."(Carta a J. W. Watt, 1º de janeiro de 1889).
Um ano depois, por alguma estranha razão, Dan Jones deixou o coração tornar-se endurecido contra os mensageiros de 1888, enquanto, durante esse mesmo período a atitude de Ellen White para com eles tinha se tornado de crescente apoio. Aqui vemos um misterioso fermento do espírito humano. Como um oficial administrativo responsável, ele escreve à liderança da Associação do Missouri, sua região nativa. Ele deve comunicar seu errôneo julgamento. Aqui se vê uma influência operando "debaixo da mesa", o "antagonismo secreto" a que se referira A. T. Jones:"Creio que um Instituto no Missouriseria uma coisa esplêndida; mas creio que um instituto num plano menos destacado seria preferível a realizar um grande evento e ter . . . Pastores A. T. Jones e E. J. Waggoner.
Para dizer a verdade, não tenho muita confiança em algumas de suas maneiras de apresentar as coisas. Eles tentam conduzir tudo diante deles e não admitem que suas posições sejam sujeitas à mínima crítica. De fato, eles não se fixam quase em nenhum outro assunto, mas esses sobre que há diferença de opinião entre nossos irmãos da direção. Não creio que desejará trazer esse espírito à Associação do Missouri." (Carta a N.W. Alee, 23 de janeiro de 1890; ênfase destacada).As cartas informativas de Dan Jones a G. I. Butler concernentes a desenvolvimentos em Battle Creek revelam o "antagonismo" em operação. Ele incentiva Butler em sua oposição à mensagem: "Estou contente, de fato,de que esteja considerando as questões do ponto de vista em que o faz, e não se está desmotivando e se inclinando sob a carga que parece ser-lhe imposta.
Quando Dan Jones ouviu as notícias a respeito dos dois concertos, não pôde conterse.
Imediatamente tomou medidas para deter Waggoner, apelando a Urias Smith e mesmo a Ellen White em busca de apoio. Ele estava tão profundamente agitado com o incidente que escreveu consideravelmente a respeito em cartas para G. I. Butler, O. A. Olsen, J. D.Pegg, C. H. Jones, R. C. Porter, J. H. Morrison, E. W. Farnsworth, e R. A. Underwood. Suas cartas não podem disfarçar a antipatia pessoal pela mensagem e os mensageiros, enquanto, logicamente, professando aceitação da "doutrina da justificação pela fé".É de conhecimento comum que Urias Smith foi um dos mais persistentes opositores da mensagem. Como editor da Review and Herald e com seu bem adquirido prestígio como autor destacado, ele podia ter exercido a mais poderosa influência pela mensagem "O Pastor Urias Smith pensava que seria melhor que [A. T. Jones] não fosse convidado a falar, pois ele tinha posições bastante fortes. E os arranjos foram feitos para excluí-lo da escola [de Battle Creek]." (Ms. 16, 1889).
A influência negativa do redator da Review expandiu-se largamente. Ellen White tinha-o como responsável em grande medida:"Tens fortalecido as mãos e mentes de homens tais como Larson, Porter, Dan Jones, Eldridge e Morrison e Nicola e vastos números mediante eles. Todos citam-te, e o inimigo da justiça observa isso com prazer. . .
Se tiveres de recuperar a fé como podes remover as impressões de descrença que tens semeado em outras mentes? Não labores tão duramente para cumprir a própria obra que Satanás realiza. Esta obra foi realizada em Mineápolis. Satanás triunfou." (Carta 59, 1890). Num editorial na Review de 10 de maio, Smith indispôs-se abertamente contra E. J.Waggoner. No mesmo ano ele novamente se meteu em aberta disputa com A. T. Jones a respeito da "imagem da besta". Nosso povo observava esses conflitos. O irmão Foster da Igreja de Prahran, na Austrália, expressou sua perplexidade a Ellen White. Ela narra o incidente"Se homens tais como o Pastor Smith, Pastor Van Horn e Pastor Butler se mantiverem à parte, não se unindo com os elementos que Deus vê como essenciais para levar avante a obra nestes tempos perigosos, serão deixados para trás.
“Para fazer justiça ao irmão J. H. Morrison, deve ser dito que ele se isentou de toda ligação com aquela oposição, e dedicou-se de corpo, alma e espírito à verdade e bênção da justificação pela fé, numa das mais finas e nobres confissões que jamais ouvi.” (Carta a C. E. Holmes, 22 de maio de 1921) A. T. Jones"Estamos tendo reuniões extraordinariamente excelentes. O espírito que prevalecia na reunião de Mineápolis não se faz sentir aqui. Todos marcham em harmonia. O testemunho universal daqueles que têm falado tem sido de que essa mensagem de luz e verdade que tem vindo ao nosso povo é exatamente a verdade para este tempo, e onde quer que vão entre as igrejas, luz, e alívio, e a bênção de Deus certamente advirão." (Ms. 10, 1889)."O Senhor não estava dirigindo nossa saída da América. Ele não revelou que era Sua vontade que eu deixasse Battle Creek. O Senhor não planejou isso, mas permitiu que agissem segundo vossa própria imaginação, aqueles que dizem que a mensagem de 1888 foi aceita pela liderança da Igreja podem interpretar os anos de Ellen White na Austrália como cooperação com o Espírito Santo.

CAPITULO IV

A MENSAGEM DA FÉ CHEGOU ATÉ NÓS
Hoje muitas discussões em nosso meio sobre a assembléia da conferência geral de 1888. Será que aquilo que acreditamos hoje é o mesmo que foi pregado e aceito em 1888? Por vezes a doutrina da justificação pela fé foi colocada em conciliação com a justificação pelas obras. Por outro lado a doutrina gerou linhas de pensamentos benéficas para o corpo de doutrinas da Igreja adventista. Hoje a igreja desfruta de certa solidez no entendimento desta doutrina, há uma conciliação entre a lei e a graça ou se preferir o evangelho.
Resumimos aquilo que se acreditava antes da assembléia geral de uma maneira bem simples como “arrependa-se, creia, obedeça e viva” desta maneira era entendida a palavra justificação. Aquilo que A. T. Jones e Waggoner pregaram foi bem aceito no meio adventista, tanto que a igreja contou com um crescimento considerável. Mas é necessário lembrar que nem Ellen White concordava com tudo o que eles pregavam até com respeito à Justificação pela fé. Já em assuntos como a lei em Gálatas continua ainda sendo ponto de discussões não somente para membros da Igreja e sim para pessoas extremistas ou de outras religiões. Waggoner em seus livros com pensamentos como Cristo como nossa única salvação, a lei que nos mostra o nosso pecado que separa-nos de Deus, mas, mostra que precisamos ir ao salvador que é Cristo, e a mesma lei que foi gravada em tábuas de pedra são escritas pelo Espírito Santo nas tábuas do coração após a conversão. Posições ainda tomadas pela igreja hoje.
A doutrina da justificação pela fé trouxe como resultado livros com O Desejado de Todas as Nações e Caminho a Cristo. Em primeira ênfase da pregação da Igreja Adventista do Sétimo dia que sob forte influência de A. Daniells que compilou dos escritos de Ellen White o livro “Christ our Righteousnes” e influenciou em toda a literatura adventista o tema da salvação em Cristo e ainda outra sobre o Espírito Santo por Leroy E. Froom, que escreveu o Livro “A vinda do consolador” o “primeiro livro escrito por um adventista a apresentar o Espírito Santo como uma pessoa”.
Porém nas décadas de 1930 e 1940 surge um teólogo, muito influente neste período, M. L Andreasen que criou a teologia da “ultima geração” que era uma combinação das interpretações pré-1888 com as pós-1888 “uma teologia escatológica integrada capaz de cativar os adventistas” e ainda hoje aceito por alguns de nosso meio. Com alguns pontos fortes como “interesse na santificação, sua concepção de que a justificação de Deus aos olhos do universo é mais importante do que a justificação das pessoas e sua compreensão de que Satanás acusa a Deus de criar uma lei que nenhum ser humano consegue obedecer”. Em resumo a teologia de Andreasen abordava pecado, santificação e a perfeição de maneira comportamentista mais próximo da teologia pré-1888, Na realidade, de acordo com a teologia dele, os seres humanos devem alcançar a condição em que não precisem mais de Cristo, e seria tema de discussões posteriores e abordaria também a natureza de Cristo gerando separação entre alguns lideres.
Na década de 1960 surge “o mais influente erudito a declarar-se contra a teologia da ultima geração defendida por Andreasen foi Edward Hepenstall,...” uma teologia “mais centrada em Cristo e na cruz de Cristo” demonstrando de maneira diferente que perfeição é relativa, é essencialmente ter maturidade espiritual. Sua teologia seria divulgada através e Hans La Rondelle e Raoul Dederen e no púlpito por Morris Venden. Ainda outro que podemos destacar um pupilo de Hepenstall, Desmond Ford iria além de seu professor e faria uma teologia cheia de distorções e perfeccionista muito se assemelhando a teologia perfeccionista de Adreasen e a de Jones e Waggoner pós-1888.
Concluímos dizendo que da mesma forma como Jones e Waggoner “conseguiram aliar as concepções do adventismo sobre a lei de Deus, no contexto do centro do livro do apocalipse, com a ênfase evangélica na salvação em Cristo. Eles uniram, portanto, a lei e o evangelho, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus como descrita na mensagem do terceiro anjo de apocalipse 14:12” · na conferência geral de 1888. Aquilo que foi concluído é o mesmo que cremos hoje.

CONCLUSÃO
Concluímos que a igreja adventista acredita sim na mensagem da justificação pela fé. E que Jones e Waggoner saíram da igreja por terem idéias que iam contra aquilo em que pregaram chegando a extremos. Ellen White de maneira poderosa também intercedeu em favor da mensagem necessária para aquele tempo. Passo muito importante para entendermos a salvação. Aquilo que foi desenvolvido ao longo de anos por teólogos influentes como Urias, Daniells, Andreasen e Hampenstall foi de ótimo proveito para igreja hoje.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kniht, George R. A mensagem de 1888. (Casa Publicadora Brasileira, tradução
José Barbosa da Silva, 2004.
Timm, Alberto R. História da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Douglas, Herbert E. Mensageira do Senhor.
George, R.Knight. Em Busca de Identidade: o desenvolvimento das doutrinas
Adventistas do Sétimo dia; Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.
Withe, Ellen. Primeiros Escritos Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.
Christ and His righteouness EGW, MS 24 1888