29.4.11

COMO COMEÇARAM AS TREVAS MORAIS

Ícone retratando o Primeiro Concílio de Niceia.
Data
Aceito por
Concílio anterior
Concílio seguinte
Convocado por
Imperador Constantino I
Presidido por
Afluência
250-318
Tópicos de discussão
Arianismo, celebração da Páscoa, cisma de Melécio, batismo de heréticos e o estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.
O apóstolo Paulo, na sua segunda carta aos tessalonicenses, predisse a grande apostasia que teria como resultado o estabelecimento do poder papal. Declarou que o dia de Cristo não viria "sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus". II Tess. 2:3 e 4. E, ainda mais, o apóstolo adverte os irmãos de que "já o mistério da injustiça opera". II Tess. 2:7. Mesmo naqueles primeiros tempos viu ele, insinuando-se na igreja, erros que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.
Pouco a pouco, a princípio furtiva e silenciosamente, e depois mais às claras, à medida em que crescia em força e conquistava o domínio da mente das pessoas, o mistério da iniquidade levou avante sua obra de engano e blasfémia. Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. Progredia rapidamente a obra de corrupção. O paganismo, conquanto parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito dominava a igreja. Suas doutrinas, cerimónias e superstições incorporaram-se à fé e culto dos professos seguidores de Cristo.
Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou no desenvolvimento do "homem do pecado", predito na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do poder de Satanás - monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.
Uma vez Satanás se esforçou por estabelecer um compromisso mútuo com Cristo. Chegando-se ao Filho de Deus no deserto da tentação, e mostrando-Lhe todos os reinos do mundo e a glória dos mesmos, ofereceu-se a entregar tudo em Suas mãos se tão-somente reconhecesse a supremacia do príncipe das trevas. Cristo repreendeu o pretensioso tentador e obrigou-o a retirar-se. Mas Satanás obtém maior êxito em apresentar ao homem as mesmas tentações. Para conseguir proveitos e honras humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo,

26.4.11

O REMANESCENTE: A EXPERIÊNCIA COM JESUS

Desde o inicio da sua passagem por esta Terra, Jesus vivia para um só objectivo: abençoar os outros. Desde os Seus tempos de infância na Judeia, até que soltou o último suspiro na cruz, a vida de abnegação e de sacrifício desinteressado de Cristo foi sempre para o bem da humanidade. A Sua compaixão não conhecia obstáculos; o Seu ministério não tinha limites. Se havia doentes, Ele curava-os, Ele dava-lhes esperança. Não havia clamor demasiado ténue para Jesus. Quantas vezes não transformou Ele o choro em riso, gritos de agonia em aclamações de louvor, lágrimas de tristeza em lágrimas de alegria. De cidade em cidade, de aldeia em aldeia, de casa em casa, Jesus trabalhava incansavelmente, pregando o evangelho e curando os doentes – o Rei do Universo revestido da humanidade.
Graças a Ele, os cegos de nascença ficavam com os olhos cheios de luz; os que coxeavam devido aos seus membros defeituosos corriam como veados; os que jaziam na podridão da morte despertavam com o vigor da juventude. Tudo por causa de Jesus – apenas d`Ele proferia, cada acto que praticava era tudo para elevar a humanidade.
Que mais podia dar o Céu do que deu no Salvador? “Que mais se podia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? (Isa. 5:4). Ele veio, serviu, curou, perdoou, confortou, ensinou – Ele deu tudo o que o próprio Deus podia dar, como homem.
Mas, o que aconteceu?
“Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades. E grande multidão

15.4.11

UM POVO QUE DIFUNDE LUZ

Por entre as trevas que baixaram à Terra durante o longo período da supremacia papal, a luz da verdade não poderia ficar inteiramente extinta. Em cada época houve testemunhas de Deus - homens que acalentavam fé em Cristo como único mediador entre Deus e o homem, que mantinham a Escritura Sagrada como a única regra de vida, e santificavam o verdadeiro sábado. Quanto o mundo deve a estes homens, a posteridade jamais saberá. Foram estigmatizados como hereges, impugnados os seus motivos, criticado o seu carácter, e suprimidos, difamados ou mutilados os seus escritos. No entanto, permaneceram firmes, e de século em século mantiveram a fé em sua pureza como sagrado legado às gerações vindouras.
A história do povo de Deus durante os séculos de trevas que se seguiram à supremacia de Roma, está escrita no Céu, mas pouco espaço ocupa nos registos humanos. Poucos traços de sua existência se podem encontrar, a não ser nas acusações de seus perseguidores. Foi tática de Roma obliterar todo vestígio de dissidência de suas doutrinas ou decretos. Tudo que fosse herético, quer pessoas quer escritos, procurava ela destruir. Expressões de dúvida ou questões quanto à autoridade dos dogmas papais eram suficientes para tirar a vida do rico ou pobre, elevado ou humilde. Roma se esforçava também por destruir todo registo de sua crueldade para com os que discordavam dela. Os concílios papais decretavam que livros ou escritos contendo relatos desta
natureza deviam ser lançados às chamas. Antes da invenção da imprensa, os livros eram pouco numerosos, e de forma desfavorável à preservação; portanto, pouco havia a impedir que os romanistas levassem a efeito o seu desígnio.
Nenhuma igreja dentro dos limites da jurisdição romana ficou muito tempo sem ser perturbada no gozo da liberdade de consciência. Mal o papado obtivera poder, estendeu os braços para esmagar a todos os que se recusassem a reconhecer-lhe o domínio; e, uma após outra, submeteram-se as igrejas ao seu governo.
Na Grã-Bretanha o primitivo cristianismo muito cedo deitou raízes. O evangelho, recebido pelos bretões nos primeiros séculos, não se achava então corrompido pela apostasia romana. A perseguição dos imperadores pagãos, que se estendeu mesmo até àquelas praias distantes, foi a única dádiva que a primeira igreja da Bretanha recebeu de Roma. Muitos dos cristãos, fugindo da perseguição na Inglaterra, encontraram refúgio na Escócia; daí a verdade foi levada à Irlanda, sendo em todos estes países recebida com alegria.
Quando os saxões invadiram a Bretanha, o paganismo conseguiu predomínio. Os conquistadores desdenharam ser instruídos por seus escravos, e os cristãos foram obrigados a retirar-se para as montanhas e os pântanos. Não obstante, a luz por algum tempo oculta continuou a arder. Na Escócia, um século mais tarde, brilhou ela com um fulgor que se estendeu a mui longínquas terras. Da Irlanda vieram o piedoso

9.4.11

O GRANDE CISMA DO OCIDENTE

ARAUTOS DE UMA ERA MELHOR

João Wicliffe foi professor da
 Universidade de Oxford,
teólogo e reformador
 religioso inglês
Antes da Reforma, houve por vezes pouquíssimos exemplares da Escritura Sagrada; mas Deus não consentira que Sua Palavra fosse totalmente destruída. Suas verdades não deveriam estar ocultas para sempre. Tão facilmente poderia Ele desacorrentar as palavras da vida como abrir portas de prisões e desaferrolhar portais de ferro para pôr em liberdade a Seus servos. Nos vários países da Europa homens eram movidos pelo Espírito de Deus a buscar a verdade como a tesouros escondidos. Providencialmente guiados às Santas Escrituras, estudavam as páginas sagradas com interesse profundo. Estavam dispostos a aceitar a luz, a qualquer custo. Posto que não vissem todas as coisas claramente, puderam divisar muitas verdades havia muito sepultadas. Como mensageiros enviados pelo Céu, saíam, rompendo as cadeias do erro e superstição e chamando aos que haviam estado durante tanto tempo escravizados, a levantar-se e assegurar sua liberdade.
Com exceção do que se passava entre os valdenses, a Palavra de Deus estivera durante séculos encerrada em línguas apenas conhecidas pelos eruditos; chegara, porém, o tempo para que as Escrituras fossem traduzidas e entregues ao povo dos vários países em sua língua materna. Passara para o mundo a meia-noite. As horas de trevas estavam a esvair-se, e em muitas terras apareciam indícios da aurora a despontar.
No século XIV surgiu na Inglaterra um homem que devia ser considerado "a estrela da manhã da Reforma". João Wycliffe foi o arauto da Reforma, não somente para a Inglaterra mas para toda a cristandade. O grande protesto contra Roma, que lhe foi dado proferir, jamais deveria silenciar. Aquele protesto abriu a luta de que deveria resultar a emancipação de indivíduos, igrejas e nações.
Wycliffe recebeu educação liberal, e para ele o temor do Senhor era o princípio da sabedoria. No colégio se distinguira pela fervorosa piedade bem como por seus notáveis talentos e perfeito preparo escolar. Em sua sede de saber procurava familiarizar-se com todo ramo de conhecimento. Foi educado na filosofia escolástica, nos cânones da igreja e na lei civil, especialmente a de seu próprio país. Em seus trabalhos subsequentes evidenciou-se o valor destes primeiros estudos. Um conhecimento proficiente da filosofia especulativa de seu tempo, habilitou-o a expor os erros dela; e, mediante o estudo das leis civis e eclesiásticas, preparou-se para entrar na grande luta pela liberdade civil e religiosa. Não só sabia manejar as armas tiradas da Palavra de Deus, mas também havia adquirido a disciplina intelectual das escolas e compreendia a tática dos teólogos escolásticos. O poder de seu génio e a extensão e proficiência de seus conhecimentos impunham o respeito de amigos bem como de inimigos. Seus adeptos viam com satisfação que seu herói ocupava lugar preeminente entre os espíritos dirigentes da nação; e seus inimigos eram impedidos de lançar o desprezo à causa da Reforma, exprobrando a ignorância ou fraqueza do que a mantinha.
Quando ainda no colégio, Wycliffe passou a estudar as Escrituras Sagradas. Naqueles primitivos tempos em que a Bíblia existia apenas nas línguas antigas, os eruditos estavam habilitados a encontrar o caminho para a fonte da verdade, o qual se achava fechado às classes incultas. Assim, já fora preparado o caminho para o trabalho futuro de Wycliffe como Reformador.
Homens de saber haviam estudado a Palavra de Deus e encontrado a grande verdade de Sua livre graça, ali revelada. Em seus ensinos tinham disseminado o conhecimento desta verdade e levado outros a volver às Sagradas Escrituras.
Quando a atenção de Wycliffe se volveu às Escrituras, passou a pesquisá-las com a mesma proficiência que o havia habilitado a assenhorear-se da instrução das escolas. Até ali tinha ele sentido grande necessidade que nem seus estudos escolásticos nem o ensino da igreja puderam satisfazer. Na Palavra de Deus encontrou o que antes em vão procurara. Ali viu revelado o plano da salvação, e Cristo apresentado como único advogado do homem. Entregou-se ao serviço de Cristo e decidiu-se a proclamar as verdades que havia descoberto.
Página da tradução de Wycliffe do
 evangelho de João
Semelhante aos reformadores posteriores, Wycliffe não previu, ao iniciar a sua obra, até onde ela o levaria. Não se opôs deliberadamente a Roma. A dedicação à verdade, porém, não poderia senão levá-lo a conflito com a falsidade. Quanto mais claramente discernia os erros do papado, mais fervorosamente apresentava os ensinos da Escritura Sagrada. Via que Roma abandonara a Palavra de Deus pela tradição humana; destemidamente acusava o sacerdócio de haver banido as Escrituras, e exigia que a Bíblia fosse devolvida ao povo e de novo estabelecida sua autoridade na igreja. Wycliffe era ensinador hábil e ardoroso, eloquente pregador, e sua vida diária era uma demonstração das verdades que pregava. O conhecimento das Escrituras, a força de seu raciocínio, a pureza de sua vida e sua coragem e integridade inflexíveis conquistaram-lhe geral estima e confiança. Muitas pessoas se tinham tornado descontentes com sua fé anterior, ao verem a iniquidade que prevalecia na Igreja de Roma, e saudaram com incontida alegria as verdades expostas por Wycliffe; mas os dirigentes papais encheram-se de raiva quando perceberam que este reformador conquistava maior influência que a deles mesmos.
Wycliffe era perspicaz descobridor de erros e atacou destemidamente muitos dos abusos sancionados pela autoridade de Roma. Quando agia como capelão do rei, assumiu ousada atitude contra o pagamento do tributo que o papa pretendia do monarca inglês e mostrou que a pretensão papal de autoridade sobre os governantes seculares era contrária tanto à razão

2.4.11

MENSAGEM PARA O TEMPO DO FIM

Para cada período da História, Deus tem uma mensagem específica. Essa mensagem é denominada “verdade presente” Exemplo disso é a pregação de Noé, que conclamou o mundo antediluviano ao arrependimento e anunciou a destruição por meio do dilúvio (Gn 6 e 7).
No Novo Testamento, encontramos outro exemplo em que a mensagem presente consistia em aceitar Jesus de Nazaré como o Filho de Deus e Salvador do mundo. Embora essa pregação cristocêntrica permeie a Bíblia em todos os tempos, naquela época, os apóstolos tinham o desafio de levar as pessoas a aceitar o Carpinteiro judeu como o prometido Messias do Antigo Testamento (At 2:22-36; 4:11,12; 5:30,31).
Avançando na História, encontramos no século dezesseis o movimento da Reforma Protestante com a mensagem de que a Bíblia é a única regra de fé (Sola Scriptura) e de que a fé nos méritos de Cristo é o único meio pelo qual alguém pode ser aceito e salvo por Deus (Sola Fide). Tais aspectos da mensagem eram apropriados ao contexto em que os reformadores viviam, pois o papado havia exaltado a tradição em lugar do ‘Assim diz o Senhor” e a salvação pelas obras em lugar da justiça de Cristo.
Tempo do fim.
Qual é a mensagem de Deus para nosso tempo? Para entendermos isso, precisamos identificar o período da História em que vivemos. No capítulo 12 do livro de Daniel, Deus revela ao profeta que o entendimento do seu livro só ocorreria no “tempo do fim” (v. 9). Esse tempo chegaria após o período profetizado “de um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (v. 7), o que equivale a 1260 anos (538 d.C – 1798 d.C), nos quais o Romanismo mudaria o Decálogo, perseguiria os fiéis de Deus e lançaria a verdade por terra (Dn 7:25; 8:12; Ap 12:6,13,14; 13:5,6).
Portanto, em 1798, começou o ”tempo do fim” um período singular em que as principais profecias de Daniel se cumpririam (Dn 8:14; 12:11, 12), haveria um crescente avanço do conhecimento profético e também científico (Dn 12:4) e a História registraria importantes sinais preditos nos evangelhos e no livro do Apocalipse (Mt 24:29; Mc 13:24,25; Lc 21:11,25; Ap 6:12-14). (2)
Para esse tempo, Deus tem uma advertência de especial importância para os habitantes da Terra. É o último aviso de misericórdia a este mundo mergulhado nas trevas do pecado. Encontramos essa mensagem em Apocalipse 14:6-12 – a tríplice mensagem angélica. Essa tríplice mensagem antecede a cena da segunda vinda de Cristo – o Cavaleiro que vem para ceifar a seara da Terra (versos 14-16). Portanto, é uma advertência que deve ser comunicada no tempo do fim, uma solene mensagem que visa a preparar um povo para o encontro com o Rei que Se aproxima. O verso 13, que está entre a tríplice mensagem e os textos da Segunda Vinda, pronuncia uma bênção sobre aqueles que morrem no período em que essas mensagens são pregadas e crêem nelas: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor.”(3)
A pessoa de Cristo e Sua obra salvadora constituem o tema catalisador dessa tríplice mensagem. Nela, o ”evangelho eterno” as boas novas da justiça e da salvação em Cristo são o tema central e predominante, como demonstrado na introdução da passagem (v. 6).(4)
O primeiro anjo proclama o juízo de Deus (v. 7), o qual começou sua primeira fase em 22 de outubro de 1844. Nessa data, terminou o grande período profético dos 2300 anos de Daniel 8:14, e começou a purificação do santuário celestial, a qual corresponde ao mesmo julgamento visto pelo profeta no (capítulo 7:9-10) (5).
Nessa nova fase de Seu ministério, Cristo não só intercede pela humanidade, como já vinha fazendo, mas atua no juízo em defesa de Seu povo, que está sendo julgado conforme os registros celestiais (Dn 7:10). Para essa fase do julgamento, usam-se os termos juízo pré-advento ou juízo investigativo, pois ocorre no

DOIS HERÓIS DA IDADE MÉDIA

Papa Gregório VII.
O Evangelho fora implantado na Boémia já no século IX. A Bíblia achava-se traduzida, e o culto público era celebrado na língua do povo. Mas, à medida que aumentava o poderio do papa, a Palavra de Deus se obscurecia. Gregório VII, que tomara a si o abater o orgulho dos reis, não tinha menos intenções de escravizar o povo, e de acordo com isto expediu uma bula proibindo que o culto público fosse dirigido na língua boémia. O papa declarava ser "agradável ao Omnipotente que Seu culto fosse celebrado em língua desconhecida, e que muitos males e heresias haviam surgido por não se observar esta regra". - Wylie. Assim Roma decretava que a luz da Palavra de Deus se extinguisse e o povo fosse encerrado em trevas. O Céu havia provido outros fatores para a preservação da igreja. Muitos dos valdenses e albigenses, pela perseguição expulsos de seus lares na França, e Itália, foram à Boémia. Posto que não ousassem ensinar abertamente, zelosos trabalhavam em segredo. Assim se preservou a verdadeira fé de século em século.
Antes dos dias de Huss, houve na Boémia homens que se levantaram para condenar abertamente a corrupção na igreja e a dissolução do povo. Seus trabalhos despertaram interesse que se estendeu largamente. Suscitaram-se os temores da hierarquia e iniciou-se a perseguição contra os discípulos do evangelho.
Compelidos a fazer seu culto nas florestas e montanhas, davam-lhes caça os soldados, e muitos foram mortos. Depois de algum tempo se decretou que todos os que se afastassem do culto romano deviam ser queimados. Mas, enquanto os cristãos rendiam a vida, olhavam à frente para a vitória de sua causa. Um dos que "ensinavam que a salvação só se encontra pela fé no Salvador crucificado", declarou ao morrer: "A fúria dos inimigos da verdade agora prevalece contra nós, mas não será para sempre; levantar-se-á um dentre o