“Ele me salvará agora”
Pode dizer o pecador a perecer: “Sou um pecador perdido; mas
Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido. Diz Ele: ‘Eu não vim chamar
os justos, mas sim os pecadores.’. Marcos 2:17. Sou pecador, e Ele morreu na
cruz do Calvário para me salvar. Nem um momento mais preciso ficar sem me
salvar. Ele morreu e ressurgiu para minha justificação, e me salvará agora.
Aceito o perdão que prometeu.” — Mensagens Escolhidas 1:392.
Aquele que se arrepende de seu pecado e aceita o dom da vida
do Filho de Deus, não pode ser vencido. Apoderando-se, pela fé, da natureza
divina, torna-se ele um filho de Deus. Ele ora, ele crê. Quando tentado e
provado, suplica o poder, pelo qual Cristo morreu para conceder, e vence pela
Sua graça. Isso todo pecador deve compreender. Deve arrepender-se de seu
pecado, deve crer no poder de Cristo e aceitar esse poder para salvá-lo e
guardá-lo do pecado. Quão gratos deveríamos ser pelo dom do exemplo de Cristo!
— Mensagens Escolhidas 1:224.
Por que preocupar-se?
A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver
êxtase de sentimentos, mas deve existir uma constante, serena confiança. Vossa
esperança não está em vós mesmos; está em Cristo. Vossa fraqueza se acha unida à
Sua força, vossa ignorância à Sua sabedoria, vossa fragilidade ao Seu eterno
poder. ... {RR 24.4}
Não devemos fazer de nós mesmos o centro, nutrindo ansiedade
e temor quanto à nossa salvação. Tudo isto desvia a pessoa da Fonte de nosso
poder. Confiai a Deus a preservação de vossa alma, e nEle esperai. Falai e
pensai em Jesus. Que o próprio eu se perca nEle. Ponde de parte a dúvida;
despedi vossos temores. Dizei com o apóstolo Paulo: “Vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de
Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim.” Gálatas 2:20. Repousai
em Deus. Ele é capaz de guardar aquilo que Lhe confiastes. Se vos abandonardes
em Suas mãos, Ele vos tornará mais que vencedores por Aquele que vos amou. —
Caminho a Cristo, 70-72.
Pode-se contar com
isto
Ele, que pela expiação proveu ao homem um infinito tesouro
de força moral, não deixará de empregar esse poder em nosso favor. ... Em todo
o poderio satânico não há força para vencer uma única pessoa que se rende
confiante a Cristo. — Parábolas de Jesus, 157.
Abundante graça foi provida para que o crente possa
manter-se livre do pecado. — Mensagens Escolhidas 1:394.
NEle temos uma oferta completa, um infinito sacrifício, um poderoso
Salvador, capaz de salvar
perfeitamente todos os que por Ele se chegam a Deus.
Com amor vem Ele revelar o Pai, para reconciliar com Deus o homem, fazê-lo nova
criatura, renovado segundo a imagem dAquele que o criou. — Mensagens Escolhidas
1:321.
Problema de Pedro
O mesmo mal que levou Pedro à queda [negando a Cristo,
quando era julgado] ... torna-se hoje a ruína de milhares. Nada é tão ofensivo
a Deus nem tão perigoso para o ser humano como o orgulho e a presunção. De
todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável. {RR
25.5}
A queda de Pedro não foi repentina, mas gradual. A confiança
em si mesmo induziu-o à crença de que estava salvo, e desceu passo a passo o
caminho descendente até negar a seu Mestre. Jamais podemos confiar seguramente
em nós mesmos ou sentir, aquém do Céu, que estamos livres de tentação. Nunca se
deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua conversão, que
digam ou sintam que estão salvos. (1) Isto é enganoso. Deve-se ensinar cada pessoa
a acariciar esperança e fé; mas, mesmo quando nos entregamos a Cristo e sabemos
que Ele nos aceita não estamos fora do alcance da tentação. A Palavra de Deus
declara: “Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados.” Daniel
12:10. Só aquele que “sofre a tentação... receberá a coroa da vida”. Tiago
1:12.
Os que aceitam a Cristo e dizem em sua primeira confiança:
“Estou salvo!” estão em perigo de depositar confiança em si mesmos. Perdem de
vista a sua fraqueza e necessidade constante do poder divino. Estão
desapercebidos para as ciladas de Satanás, e quando tentados, muitos, como
Pedro, caem nas profundezas do pecado. Somos advertidos: “Aquele, pois, que
cuida estar em pé, olhe que não caia.” 1 Coríntios 10:12. Nossa única segurança
está na constante desconfiança de nós mesmos e na confiança em Cristo. —
Parábolas de Jesus, 154, 155.
Nunca estar
“satisfeito”
Há muitos que professam a Cristo, mas nunca se tornam
cristãos amadurecidos. Admitem que o homem caiu, que suas faculdades estão
enfraquecidas, que ele está incapacitado para as realizações morais, mas dizem
que Cristo arcou com todo o peso, todo o sofrimento, toda a abnegação, e estão
dispostos a deixar que Ele isso faça. Dizem eles que não há coisa alguma que
devam fazer senão crer; Cristo, porém, disse: “Se alguém quiser vir após Mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me.” Mateus 16:24.
Jesus guardou os mandamentos de Deus. ...{RR 26.2}
Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar
de fazer progresso, dizendo: “Estou salvo.” Se é entretida esta ideia, deixam
de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir
para a frente, rumo de realizações mais elevadas. Nenhuma língua santificada
será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos
pelas portas da cidade de Deus. Então, com a maior propriedade, poderemos dar
glória a Deus e ao Cordeiro, pelo livramento eterno. Enquanto o homem estiver
carregado de fraquezas — pois por si mesmo não pode salvar a alma — não deve
nunca atrever-se a dizer: “Estou salvo.”{RR 26.3}
Não é aquele que se reveste da couraça que pode orgulhar-se
da vitória, pois tem ele pela frente a batalha, e a vitória a ser alcançada. É
o que persevera até ao fim, que será salvo. — Mensagens Escolhidas 1:313-315.
União com Cristo —
Pretensa, ou real?
Há na igreja tanto crentes como descrentes. Cristo apresenta
essas duas classes, em Sua parábola da videira e seus ramos. Exorta Ele a Seus
seguidores: “Estai em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar
fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim.
Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em Mim, e Eu nele, este dá muito
fruto, porque sem Mim nada podereis fazer.” João 15:4, 5.
Há grande diferença entre uma suposta união e uma união
verdadeira com Cristo, pela fé. O professar crer na verdade põe homens na
igreja, mas isso não prova que tenham união vital com a Videira verdadeira.
É-nos dada uma regra pela qual pode ser distinguido o verdadeiro discípulo,
daqueles que alegam seguir a Cristo mas nEle não têm fé. Aqueles produzem
fruto; este são infrutíferos. Aqueles são muitas vezes sujeitos à podadeira de
Deus, para que possam produzir mais fruto; estes, como ramos murchos, estão
para ser cortados da Videira viva. ...{RR 27.1}
As fibras dos ramos são quase idênticas às da videira. A
comunicação da vida, força e frutificação, do tronco para os ramos, é constante
e sem obstáculos. A raiz envia seu alimento através dos ramos. Tal é a
verdadeira relação do verdadeiro crente para com Cristo. Permanece em Cristo, e
dEle obtém sua nutrição.{RR 27.2}
Questão pessoal
Esta relação espiritual só pode ser estabelecida pelo
exercício da fé pessoal. Essa fé deve expressar suprema preferência de nossa
parte, perfeita confiança, inteira consagração. Nossa vontade tem de estar
completamente submetida à vontade divina, nossos sentimentos, desejos,
interesses e honra, identificados com a prosperidade do reino de Cristo e a
honra de Sua causa, nós constantemente dEle recebendo graça, e Cristo aceitando
nossa gratidão.{RR 27.3}
Formada essa intimidade de relação e comunhão, nossos
pecados são postos sobre Cristo e Sua justiça nos é imputada. Ele foi feito
pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus. Por Ele temos
acesso a Deus; somos aceitos no Amado. ...{RR 27.4}
Foi quando Cristo estava para Se despedir de Seus
discípulos, que Ele lhes deu o lindo emblema de Sua relação com os crentes.
Estivera a apresentar-lhes a íntima união com Ele, pela qual podiam manter a
vida espiritual quando fosse afastada Sua presença visível. Para
impressionar-lhes o espírito, apresentou-lhes a videira como seu símbolo mais
notável e apropriado. ...{RR 27.5}
Todos os seguidores de Cristo têm nesta lição um interesse
tão profundo como o tinham os discípulos que ouviam Suas palavras. Na
apostasia, os homens alienaram-se de Deus. A separação é vasta e medonha; mas
Cristo tomou providência para de novo nos ligar a Ele. O poder do mal acha-se
tão identificado com a natureza humana que homem algum pode vencer a não ser
pela união com Cristo. Mediante esta união recebemos poder moral e espiritual.
Se tivermos o espírito de Cristo, produziremos os frutos de justiça, frutos que
hão de honrar e abençoar os homens e glorificar a Deus. {RR 27.6}
O Pai é o podador da vinha. Hábil e misericordiosamente Ele
poda cada um dos ramos que produz fruto. Os que participam dos sofrimentos e
vitupérios de Cristo agora, participarão de Sua glória no além. Ele “não Se
envergonha de lhes chamar irmãos”. Hebreus 2:11. Seus anjos os servem. No
segundo aparecimento Ele virá como o Filho do homem, identificando-Se assim com
a humanidade, mesmo em Sua glória. Aos que se Lhe uniram, declara Ele: Ainda
que uma mãe possa esquecer-se de seu filho, “Eu, todavia, não Me esquecerei de
ti. Eis que, na palma das Minhas mãos, te tenho gravado”. Isaías 49:15, 16.
Estás continuamente perante Mim.{RR 28.1}
Poda dos ramos
Oh, que maravilhosos privilégios nos são oferecidos!{RR
28.2}
Empenharemos os mais fervorosos esforços para formar essa
aliança com Cristo, mediante a qual, tão-somente, alcançaremos essas bênçãos?
Volvendo-nos ao Senhor, desfaremos os nossos pecados e iniquidades pela
justiça? O ceticismo e a incredulidade estão por toda parte. Cristo formulou a
pergunta: “Quando... vier o Filho do homem, porventura, achará fé na Terra?”
Lucas 18:8. Temos de acariciar uma fé viva, ativa. A permanência de nossa fé é
a condição de nossa união. {RR 28.3}
A união com Cristo pela fé viva é duradoura; qualquer outra
união se desfará. Cristo nos escolheu primeiro, pagando por nossa redenção um
preço infinito; e o crente verdadeiro escolhe a Cristo como o primeiro e último
e melhor em tudo. Mas esta união nos custa algo. É uma união de completa
dependência, efetuada por um ser orgulhoso. Todos os que formam esta união têm
de sentir sua necessidade do sangue expiador de Cristo. Têm de ter uma mudança
de coração. Têm de submeter sua vontade à vontade de Deus. Haverá uma luta com
obstáculos externos e internos. Tem de haver uma dolorosa obra de desligamento,
assim como uma obra de ligamento. Orgulho, egoísmo, vaidade, amor do mundo — o
pecado em todas as suas formas — têm de ser vencidos, se é que queremos entrar
em união com Cristo. A razão de acharem muitos a vida cristã tão
deploravelmente árdua, de serem tão inconstantes, tão volúveis, está em procurarem
apegar-se a Cristo sem primeiro desligar-se desses ídolos acariciados. {RR
28.4}
Uma vez formada a união com Cristo, só pode ser preservada
mediante fervorosa oração e esforço incansável. Temos de resistir, temos de
negar-nos, temos de vencer o próprio eu. Pela graça de Cristo, pelo ânimo, pela
fé, pela vigilância, podemos alcançar a vitória. — Testimonies for the Church
5:228-231.
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