13.8.12

A Indescritível Solidão

O lagar, Eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo. Isaías 63:3.

Jesus atravessou sozinho a infância, a mocidade e os anos varonis. Em Sua pureza e fidelidade, pisou sozinho o lagar, e do povo ninguém havia com Ele. Carregou o tremendo peso da responsabilidade pela salvação dos homens. Sabia que, a menos que houvesse decidida mudança nos princípios e desígnios da raça humana, todos estariam perdidos. Isso era o peso de Sua alma, e ninguém podia avaliar a carga que sobre Ele repousava.

Durante Sua existência, nem a mãe nem os irmãos Lhe tinham compreendido a missão. Os próprios discípulos não O entendiam. Habitara na eterna luz, sendo um com Deus, mas Sua vida na Terra devia ser vivida em solidão. Como um connosco, cumpria-Lhe suportar o fardo de nossa culpa e aflição. O Inocente devia sentir a vergonha do pecado. O Amigo da paz tinha que habitar entre a luta, a verdade com a mentira, a pureza com a vileza. Todo pecado, toda discórdia, toda contaminadora concupiscência trazida pela transgressão, Lhe era uma tortura para o espírito.

Sozinho devia trilhar a vereda; sozinho carregaria o fardo. Sobre Aquele que abrira mão de Sua glória, e aceitara a fraqueza da humanidade, devia repousar a redenção do mundo. Viu e sentiu tudo isso; firme, porém, permaneceu o Seu desígnio. De Seu braço dependia a salvação da raça caída, e Ele estendeu a mão para agarrar a do Omnipotente Amor.

A solidão de Cristo, separado das cortes celestiais, vivendo a vida da humanidade, nunca a compreenderam nem apreciaram devidamente os discípulos. … Quando não mais Jesus Se achava entre eles, e se sentiam na verdade como ovelhas sem pastor, começavam a ver como poderiam ter manifestado para com Ele atenções que Lhe teriam alegrado o coração.

A mesma falta se manifesta hoje, em nosso mundo. Poucos somente apreciam o que Cristo é para eles. Fizessem-no, no entanto, e o grande amor de Maria seria expressado, a unção liberalmente feita. … Coisa alguma se consideraria demasiado preciosa para Cristo, nenhuma abnegação nem sacrifício grande demais para ser suportado por amor d´Ele.

Ellen G. White, Cuidado de Deus, pág. 227.

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