A obra terrestre de Jesus estava concluída. Havia chegado o
tempo de regressar ao lar celestial. Ele vencera e devia agora tomar Seu lugar
ao lado do Pai no trono de luz e glória.
Jesus escolheu o Monte das Oliveiras como o lugar de Sua
ascensão. Acompanhado dos onze, dirigiu-Se ao Monte. Os discípulos, porém, não
sabiam que esse seria o último contato com o Mestre. Durante o trajeto, Jesus
lhes deu as últimas orientações e, pouco antes de partir, deixou a preciosa
promessa a cada um de Seus seguidores:
"Eis que estou convosco todos os dias até à consumação
do século." Mat. 28:20.
Atravessaram o monte para o lado dos arredores de Betânia.
Ali pararam e os discípulos se juntaram ao redor do Mestre. Raios de luz
pareciam emanar de Seu rosto quando os contemplou com amor. As últimas palavras
do Salvador foram repletas do mais profundo sentimento de ternura.
Com as mãos estendidas para abençoar, lentamente começou a
subir. Os discípulos maravilhados, esforçavam a visão para não perder a imagem
que desaparecia nas alturas. Uma nuvem de glória arrebatou-O da vista de todos.
Ao mesmo tempo, a mais bela e harmoniosa melodia cantada pelo coro angelical
encheu o ar. Eles se voltaram e viram dois mensageiros celestes que lhes
disseram:
"Varões galileus, por que estais olhando para as
alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu virá do modo como O
vistes subir." Atos 1:11.
Esses anjos pertenciam ao exército que tinha vindo para
acompanhar o Salvador ao lar celestial. Demonstrando amor e simpatia pelos que
ficavam, eles permaneceram ali mais um pouco para assegurá-los de que a
separação não duraria para sempre.
Um Amigo nos Céus
Quando os discípulos retornaram a Jerusalém, as pessoas os
olhavam com surpresa. Depois do julgamento e crucifixão de seu Mestre, pensavam
que eles ficariam deprimidos e envergonhados. Seus inimigos esperavam ver em
seu rosto uma expressão de tristeza e derrota. Ao invés disso, havia apenas
alegria e triunfo. Em suas faces transparecia uma felicidade sobrenatural. Não
lamentavam suas esperanças frustradas, mas sentiam-se cheios de louvor e
gratidão a Deus.
Com júbilo, contaram a maravilhosa história da ressurreição
de Cristo e de Sua ascensão ao Céu e muitos receberam esse testemunho. Os
discípulos não precisavam mais duvidar do futuro, pois sabiam que o Salvador
estava no Céu e que Seus cuidados os acompanhariam. Sabiam que Ele estava
apresentando diante de Deus os méritos do Seu sangue, mostrando ao Pai Suas
mãos e pés traspassados, como uma evidência do preço pago pelos Seus remidos.
Sabiam que Ele voltaria outra vez, com todos os santos
anjos, e aguardavam ansiosamente esse evento com grande alegria e saudosa
antecipação.
Chegada Triunfal do Rei da Glória
Quando Jesus desapareceu da vista dos discípulos no Monte
das Oliveiras, Ele foi recebido por um exército de anjos que veio para
acompanhá-Lo com cânticos de alegria e triunfo.
Nos portais da cidade de Deus, anjos incontáveis aguardavam Sua
chegada. Ao Cristo Se aproximar dos portões, os anjos que O acompanhavam, em
tons de triunfo, dirigem-se aos que se encontram nos portais:
"Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó
portais eternos, para que entre o Rei da Glória."
Os anjos que esperam nas portas perguntam:
"Quem é o Rei da Glória?"
Eles fazem essa pergunta, não porque não sabem quem Ele é,
mas porque desejam ouvir a resposta em exaltação e louvor:
"O Senhor, forte e poderoso,
O Senhor, poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, ó portais eternos,
Para que entre o Rei da Glória."
Novamente, os anjos que aguardam perguntam:
"Quem é esse Rei da Glória?"
E a escolta de anjos responde em acordes melodiosos:
"O Senhor dos Exércitos,
Ele é o Rei da Glória." Sal. 24:7-10.
Então os portais se abrem completamente e a multidão de
anjos entra na cidade de Deus em majestosa marcha. A mais enlevada música
irrompe em belas e melodiosas antífonas de louvor. Toda a hoste angelical
aguarda para honrar seu Comandante. Esperam que Ele tome o Seu lugar no trono
do Pai.
Mas Jesus ainda não pode receber o diadema de glória e as
vestes reais, pois precisa apresentar diante do Pai um pedido em relação aos
Seus escolhidos na Terra. Não pode aceitar as honrarias até que, diante do
universo celestial, Sua igreja seja justificada e aceita.
Pede para que onde Ele esteja, Seu povo possa estar. Se Ele
for honrado, eles devem partilhar a honra com Ele. Os que sofrem com Ele na
Terra, devem reinar com Ele em Seu reino.
Por esse propósito, Cristo intercede por Sua igreja.
Identifica Seus interesses com os do Seu povo e com amor e constância mais
fortes do que a morte, advoga os direitos e títulos comprados com Seu sangue.
A resposta do Pai a esse apelo segue adiante na proclamação:
"E todos os anjos de Deus O adorem." Heb. 1:6. Com grande júbilo, os
líderes das hostes celestiais adoram o Redentor. Os incontáveis exércitos de
anjos prostram-se diante d´Ele, e as cortes do Céu ecoam e tornam a ecoar com
um brado de alegria:
"Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e
riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor." Apoc. 5:12.
Os seguidores de Cristo são aceitos no Filho Amado. Na
presença dos anjos celestiais, o Pai ratificou o concerto feito com Cristo de
que Ele receberá pessoas arrependidas e obedientes e as amará como ama Seu
Filho. Onde o Redentor estiver, os remidos hão-de estar.
O Filho de Deus triunfou sobre o príncipe das trevas e
venceu a morte e o pecado. O Céu vibra com as vozes harmoniosas que proclamam:
"Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o
louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos."
Apoc. 5:13.
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