27.8.14

O Povo de Deus Liberto

Deus manifesta seu poder
É ouvida pelo povo de Deus uma voz clara e melodiosa, dizendo: “Olhai para cima” (Lucas 21:28); e, levantando os olhos para o céu, contemplam o arco da promessa. As nuvens negras, ameaçadoras, que cobriam o firmamento se fendem e, como Estêvão, olham fixamente para o céu, e vêem a glória de Deus, e o Filho do homem sentado sobre o Seu trono. Divisam em Sua forma divina os sinais de Sua humilhação; e de Seus lábios ouvem o pedido, apresentado ante Seu Pai e os santos anjos: “Aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo.” João 17:24.
Novamente se ouve uma voz, melodiosa e triunfante, dizendo: “Eles vêm! Eles vêm! Santos, inocentes e incontaminados. Guardaram a palavra da Minha paciência; andarão entre os anjos”; e os pálidos, trémulos lábios dos que mantiveram firme a fé, proferem um brado de vitória.{ViC 26.2}
É à meia-noite que Deus manifesta o Seu poder para o livramento de Seu povo. O Sol aparece resplandecendo em sua força. Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios contemplam a cena com terror e espanto, enquanto os justos vêem com solene alegria os sinais de seu livramento. Tudo na natureza parece desviado de seu curso. As correntes de águas deixam de fluir. Nuvens negras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde vem a voz de Deus como o som de muitas águas, dizendo: “Está feito.” Apocalipse 16:17.
Os fundamentos da terra parecem ceder
Há um grande terremoto... O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus lampeja através da atmosfera. As montanhas agitam-se como arbustos ao vento, e rochas irregulares são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se o sibilar do furacão, semelhante à voz de demónios na missão de destruir. A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniquidade, se tornaram como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas. A grande
Babilónia veio em lembrança perante Deus, “para lhe dar o cálice do vinho da indignação da Sua ira”. Apocalipse 16:19, 21. Grandes pedras de saraiva, cada uma “do peso de um talento”, estão a fazer sua obra de destruição. As mais orgulhosas cidades da Terra são destruídas. Os suntuosos palácios em que os grandes homens do mundo dissiparam suas riquezas com a glorificação própria, desmoronam-se diante de seus olhos. ... {ViC 27.2}
Ressurreição especial antes que Jesus apareça
Abrem-se sepulturas, e “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. Daniel 12:2. Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. “Os mesmos que O traspassaram” (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais obstinados inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes.{ViC 28.1}
Densas nuvens ainda cobrem o céu; contudo o Sol de quando em quando irrompe, aparecendo como o olhar vingador de Jeová. Relâmpagos terríveis estalam dos céus, envolvendo a Terra num lençol de chamas. Por sobre o estrondo medonho do trovão, vozes misteriosas e terríveis declaram a sorte dos ímpios. As palavras proferidas não são compreendidas por todos; os falsos ensinadores, porém, as entendem distintamente. Os que pouco antes eram tão descuidados, tão jactanciosos e desafiadores, tão exultantes em sua crueldade para com o povo de Deus, observador dos mandamentos, acham-se agora vencidos pela consternação, e a estremecer de medo. Ouve-se o seu pranto acima do som dos elementos. Demónios reconhecem a divindade de Cristo, e tremem diante de Seu poder, enquanto homens estão suplicando misericórdia e rastejando em abjeto terror. ...{ViC 28.2}
Os dez mandamentos revelados
Por uma fenda nas nuvens, fulgura uma estrela cujo brilho aumenta quadruplicadamente em contraste com as trevas. Fala de esperança e alegria aos fiéis, mas de severidade e ira aos transgressores da lei de Deus. Os que tudo sacrificaram por Cristo estão agora em segurança, como que escondidos no lugar secreto da fortaleza do Senhor. Foram provados e, perante o mundo e os desprezadores da verdade, evidenciaram sua fidelidade Àquele que por eles morreu.{ViC 29.1}
Uma mudança maravilhosa sobreveio aos que mantiveram firme integridade em face até mesmo da morte. Foram subitamente libertos da terrível tirania de homens transformados em demónios. Seu rosto, pouco antes tão pálido, ansioso e descomposto, resplandece agora de admiração, fé e amor. Sua voz ergue-se em cântico triunfal: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a Terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.” Salmos 46:1-3.
Enquanto essas palavras de santa confiança sobem até Deus, as nuvens recuam, e se vêem os céus estrelados, indescritivelmente gloriosos em contraste com o firmamento escuro e carregado. A glória da cidade celestial provém de suas portas entreabertas. Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra dobradas uma sobre a outra. ... A mão abre as tábuas, e vêem-se os preceitos do decálogo, como que traçados com pena de fogo. As palavras são tão claras que todos as podem ler. Desperta-se a memória, varrem-se de todas as mentes as trevas da superstição e heresia, e os dez preceitos divinos, breves, compreensivos e autorizados, apresentam-se à vista de todos os habitantes da Terra. Maravilhoso código! Maravilhosa ocasião! — O Grande Conflito, 636-639; The Spirit of Prophecy 4:457.
Revelada a hora e o dia da volta de Jesus

A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e reafirmando o concerto eterno com Seu povo. Semelhantes a estrondos do mais forte trovão, Suas palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com o olhar fixo no alto. Tem o semblante iluminado com a Sua glória, brilhante como o rosto de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podem olhar para eles. E, quando se pronuncia a bênção sobre os que honraram a Deus, santificando o Seu sábado, há uma grande aclamação de vitória. — O Grande Conflito, 640.

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