
Em alguns lugares, antes do tempo para se executar o
decreto, os ímpios caíram sobre os santos para os matar; mas anjos, sob a forma
de homens de guerra, combatiam por eles. Satanás desejava ter o privilégio de
destruir os santos do Altíssimo; Jesus, porém, ordenou a seus anjos que
vigiassem sobre eles. Deus queria ser honrado fazendo um concerto com aqueles
que haviam guardado Sua lei, à vista dos gentios em redor deles; e Jesus queria
ser honrado, trasladando, sem que vissem a morte, os fiéis e expectantes, que
durante tanto tempo O haviam esperado.
Logo vi os santos sofrendo grande angústia de espírito.
Pareciam cercados pelos ímpios habitantes da Terra. Todas as aparências eram
contra eles. Alguns começaram a recear que finalmente Deus os houvesse deixado
a perecer nas mãos dos ímpios. Se, porém, seus olhos se pudessem abrir,
ver-se-iam rodeados dos anjos de Deus. Veio em seguida a multidão dos ímpios,
cheios de ira, e, atrás, uma multidão de anjos maus, compelindo os primeiros a
matar os santos. Antes que pudessem, porém, aproximar-se do povo de Deus, os
ímpios deveriam passar primeiro por essa multidão de anjos poderosos e santos.
Isso seria impossível. Os anjos de Deus os estavam fazendo recuar, e também
fazendo com que os anjos maus que os cercavam de todos os lados caíssem para
trás.
O Clamor por
Livramento
Foi uma hora de angústia assustadora, terrível, para os
santos. Dia e noite clamavam a Deus, pedindo livramento. Quanto à aparência
exterior, não havia possibilidade de escape. Os ímpios já tinham começado a
triunfar, clamando: "Por que vosso Deus não vos livra de nossas mãos? Por
que não ascendeis ao Céu, e salvais a vossa vida? Mas os santos não lhes
prestavam atenção. Como Jacó, estavam lutando com Deus. Os anjos ansiavam
libertá-los, mas deviam esperar um pouco mais; o povo de Deus devia beber o
cálice e ser batizado com o batismo. Os anjos, fiéis à sua incumbência,
continuavam a vigiar. Deus não consentiria que Seu nome fosse vituperado entre
os gentios. Quase chegara o tempo em que Ele deveria manifestar Seu grande
poder, e gloriosamente libertar Seus santos. Pela glória de Seu nome, Ele
desejava libertar cada um daqueles que O haviam esperado pacientemente, e cujos
nomes estavam escritos no livro.
Foi-me indicado o fiel Noé. Quando a chuva desceu e veio o dilúvio,
Noé e sua família já haviam entrado na arca, e Deus os encerrara ali. Noé tinha
fielmente avisado os habitantes do mundo antediluviano, enquanto estes caçoavam
e escarneciam dele. E quando as águas caíram sobre a Terra, e um após outro se
afogava, viam a arca, da qual haviam feito objeto de tantas pilhérias, livre de
perigo a flutuar sobre as águas, preservando o fiel Noé e sua família. Assim,
vi que o povo de Deus, o qual havia fielmente avisado o mundo de Sua ira
vindoura, teria livramento. Deus não consentiria que os ímpios destruíssem
aqueles que estavam esperando pela trasladação, e que se não encurvaram ao
decreto da besta nem receberam o seu sinal. Vi, que, se fosse permitido aos
ímpios matar os santos, Satanás e todo seu exército maléfico, e todos os que
odeiam a Deus, ficariam satisfeitos. E, oh! que triunfo seria para sua
majestade satânica ter poder, na luta final sobre os que por tanto tempo haviam
esperado ver Aquele a quem amaram! Aqueles que haviam zombado da idéia de os
santos ascenderem para o Céu, serão testemunhas do cuidado de Deus para com o
Seu povo, e contemplarão seu glorioso libertamento.
Ao deixarem os santos as cidades e vilas, eram perseguidos
pelos ímpios, que os procuravam matar. Mas as espadas que se levantavam para
matar o povo de Deus, quebravam-se e caíam tão impotentes como uma palha. Anjos
de Deus protegiam os santos. Clamando eles dia e noite, pedindo livramento, seu
clamor subia perante o Senhor.
História da Redenção p. 406 – 408
E.G. White
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