"Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia; o Senhor que faz os relâmpagos, lhes dará chuveiro de água." Zac. 10:1. "E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia." Joel 2:23. No Oriente a chuva temporã cai no tempo da semeadura. Ela é necessária, para que a semente possa germinar. Sob a influência de fertilizantes aguaceiros, brota o tenro rebento. Caindo perto do fim da estação, a chuva serôdia amadurece o grão, e o prepara para a foice. O Senhor utiliza esses elementos da natureza para representar a obra do Espírito Santo. Como o orvalho e a chuva são dados primeiro para fazer com que a semente germine, e então para amadurecer a colheita, assim é dado o Espírito Santo para levar avante, de um estágio para outro, o processo de crescimento espiritual. O amadurecimento do grão representa a terminação do trabalho da graça de Deus na alma. Pelo poder do Espírito Santo deve a imagem moral de Deus ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser completamente transformados à semelhança de Cristo.
A chuva serôdia, amadurecendo a seara da Terra, representa a graça espiritual que prepara a igreja para a vinda do Filho do homem. Mas a menos que a chuva temporã haja caído, não haverá vida; a ramagem verde não brotará. Se a chuva temporã não fizer seu trabalho, a serôdia não desenvolverá a semente até a perfeição.
Deve haver "primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga". Mar. 4:28. Deve haver um desenvolvimento constante das virtudes cristãs, um avanço constante na experiência cristã. Isso devemos nós buscar com intenso desejo, para que possamos adornar a doutrina de Cristo, o nosso Salvador.
Muitos têm em grande medida deixado de receber a chuva temporã. Não têm obtido todos os benefícios que Deus assim para eles tem provido. Esperam que as falhas sejam supridas pela chuva serôdia. Quando a maior abundância da graça estiver para ser outorgada, esperam poder abrir o coração para recebê-la. Estão cometendo um erro terrível. O trabalho que Deus começou no coração humano mediante Sua luz e conhecimento, deve estar continuamente avançando. Cada indivíduo deve estar cônscio de sua própria necessidade. Deve o coração ser esvaziado de toda a mancha, purificado para habitação do Espírito. Foi pela confissão e pelo abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega pessoal a Deus, que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecoste. O mesmo trabalho, apenas em grau mais elevado, deve ser feito agora. Então o agente humano só teve de pedir a bênção e esperar que o Senhor aperfeiçoasse a obra a seu respeito. Foi Deus que começou a obra, e Ele terminará Sua obra, tornando o homem perfeito em Jesus Cristo. Mas não se deve negligenciar a graça representada pela chuva temporã. Só os que estiverem vivendo de acordo com a luz que têm recebido poderão receber maior luz. A não ser que nos estejamos desenvolvendo diariamente na exemplificação das ativas virtudes cristãs, não reconheceremos as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode ser que ela esteja sendo derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a discerniremos nem a receberemos.” Testemunhos para Ministros, ps. 506,507.
UM DESAFIO À ORAÇÃO.
Deus não quer que nos sentemos comodamente numa poltrona, sem fazer nada a não ser esperar pelo dia do grande e último derramamento do Espírito Santo sobre a igreja. Pelo contrário, temos que desempenhar papel ativo ao cooperar com Ele para esse dia venha breve. Em “Atos Um”, os cristãos primitivos seguiram as instruções de Cristo de orar pelo prometido derramamento do Espírito Santo, e Deus honrou as orações deles com a experiência do Pentecostes.
Hoje, devemos fazer a mesma coisa. Orar e buscar o baptismo espiritual da chuva temporã para a nossa vida. E também orar fervorosamente para que Deus derrame o Seu Espírito copiosamente sob a forma de chuva serôdia (Zacarias 10:1).
Ellen White dá-nos instruções claras a respeito de como orar pela chuva serôdia:
“A descida do Espírito Santo sobre a igreja é olhada como estando no futuro; é, porém, o privilégio da igreja tê-la agora. Buscai-a, orai por ela, crede nela. Precisamos tê-la, e o Céu espera concede-la.” Evangelismo, p. 701.
“A medida do Espírito Santo que recebemos será proporcional à intensidade do nosso desejo, à fé exercida neste sentido e ao uso que fizermos da luz e do conhecimento que nos forem concedidos.” Eventos Finais, p. 188.
“Não estamos suficientemente dispostos a insistir com o Senhor com as nossas petições, e a suplicar-Lhe o dom do Espírito Santo. O Senhor quer que O importunemos a esse respeito. Deseja que apresentemos com insistência as nossas petições diante do trono.” Fundamentos da Educação Cristã, p. 537.
Estamos a viver entre “Atos Um” e “Atos Dois”. É tempo de “Atos Dois” começar! É certo no entanto, que Satanás fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que isso aconteça, pois sabe que isso representará o princípio do fim do seu reino neste planeta. Ele buscará manter-nos tão ocupados e envolvidos nos cuidados e preocupações deste mundo a ponto de negligenciarmos buscar fervorosamente o Espírito de Deus. Jesus nos adverte desse perigo em Lucas 21:34.
A questão é: estamos dispostos a buscar a Deus de todo o nosso coração? Só assim O encontraremos e O “conheceremos” como as cinco virgens prudentes chegaram a conhecê-Lo (Jeremias 29:13). Em primeiro lugar, devemos, dia após dia, buscar fervorosamente a plenitude ou baptismo do Espírito Santo. Em segundo lugar, com essa atitude de submissão, demos suplicar-Lhe, dia e noite, que nos reavive individualmente e como igreja (Isaías 62:6,7; 2ª Crónicas 7:14). Finalmente, devemos orar, dia após dia, pelo derramamento do Espírito Santo sob a forma de chuva serôdia em abundância e poder (Zacarias 10:1).
Estamos, realmente, dispostos a fazer o que fizeram os crentes primitivos em “Atos Um”? Se for assim, começaremos a vivenciar “Atos Dois” de forma individual e colectiva.
Seja Deus louvado! Amem
por Pr. José Carlos Costa
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