“Considerai pois Aquele.”
“E o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte,
Pai da eternidade, Príncipe da paz.” Isaías 9:6.{Ed 73.1}
No Mestre enviado de Deus, o Céu deu aos homens o que de
melhor e maior possuía. Aquele que tomara parte nos conselhos do Altíssimo, que
habitara no íntimo do santuário do Eterno, foi o escolhido para, em pessoa,
revelar à humanidade o conhecimento de Deus.{Ed 73.2}
Todo raio de luz divina que já atingiu o nosso mundo
decaído, foi comunicado por meio de Cristo. É Ele que tem falado por intermédio
de todos os que, em todos os tempos, têm declarado a Palavra de Deus ao homem.
Toda a excelência manifestada nas maiores e mais nobres almas da Terra, era
reflexo dEle. A pureza e beneficência de José; a fé, mansidão, longanimidade de
Moisés; a firmeza de Elias, a nobre integridade e firmeza de Daniel, o ardor e
sacrifício próprio de Paulo, o poder mental e espiritual manifesto em todos
estes homens e em todos os outros que viveram sobre a Terra, não foram senão
centelhas procedentes do resplendor de Sua glória. NEle se encontrara o
perfeito ideal.{Ed 73.3}
A fim de revelar este ideal como o único verdadeiro modelo a
ser atingido; a fim de mostrar o que todo ser humano poderia tornar-se; o que
mediante a habitação da divindade na humanidade se tornaria todos os que O
recebessem — para isso veio Cristo ao mundo. Veio para mostrar como os homens
devem ser ensinados conforme convém a filhos de Deus; como devem praticar na
Terra os princípios do Céu e viver a vida celestial. {Ed 73.4}
O maior dom de Deus foi concedido a fim de satisfazer a
maior necessidade do homem. A luz apareceu quando as trevas do mundo eram mais
intensas. Por meio dos falsos ensinos, a mente dos homens por muito tempo
andara desviada de Deus. No sistema de educação que então prevalecia, a
filosofia humana havia tomado o lugar da revelação divina. Em vez da norma de
verdade conferida pelo Céu, os homens haviam aceitado outra, de sua própria
criação. Tinham-se desviado da Luz da vida para caminhar nas fagulhas que eles
haviam acendido.{Ed 74.1}
Tendo-se separado de Deus, e confiando unicamente no poder
da humanidade, sua força não era senão fraqueza. Mesmo as normas estabelecidas
por eles próprios, eram incapazes de atingir. A falta da verdadeira excelência
era suprida pela aparência e profissão. A semelhança tomou o lugar da
realidade.{Ed 74.2}
De tempos em tempos levantavam-se mestres que apontavam aos
homens a Fonte da verdade. Enunciavam-se princípios retos, e vidas humanas
testemunhavam de seu poder. Mas tais esforços não produziam impressão
duradoura. Havia breve repressão na corrente do mal, mas o seu curso decadente
não estacionava. Os reformadores foram como luzes a brilhar nas trevas; mas
eles não as puderam repelir. O mundo amou “mais as trevas do que a luz”. João
3:19.{Ed 74.3}
Quando Cristo veio à Terra, a humanidade parecia estar
rapidamente atingindo seu ponto mais degradante. Os próprios fundamentos da
sociedade estavam minados. A vida se tornara falsa e artificial. Os judeus,
destituídos do poder da Palavra de Deus, davam ao mundo tradições e
especulações que obscureciam a mente e amorteciam a alma. A adoração de Deus,
“em espírito e verdade”, tinha sido suplantada pela glorificação dos homens em
uma rotina infindável de cerimónias de criação humana. Pelo mundo todo, os
sistemas todos de religião estavam perdendo seu poder sobre a mente e a alma.
Desgostosos com as fábulas e falsidades, e procurando abafar o pensamento, os
homens volviam à incredulidade e ao materialismo. Deixando de contar com a
eternidade, viviam para o presente. {Ed 74.4}
Como deixassem de admitir as coisas divinas, deixaram de
tomar em consideração as humanas. Verdade, honra, integridade, confiança,
compaixão, estavam abandonando a Terra. Ganância implacável e ambição
absorvente davam origem a uma desconfiança universal. A ideia do dever, da
obrigação da força para com a fraqueza, da dignidade e direitos humanos, era
posta de lado como um sonho ou uma fábula. O povo comum era considerado como
bestas de carga, ou como instrumentos e degraus para que subissem os
ambiciosos. Riqueza e poderio, comodidade e condescendência própria, eram
procurados como o melhor dos bens. Caracterizavam a época a degenerescência
física, o torpor mental e a morte espiritual.{Ed 75.1}
Assim como as más paixões e os maus propósitos dos homens
baniram a Deus de seus pensamentos, também o esquecimento d´Ele os inclinou
mais fortemente para o mal. O coração, amando o pecado, imputou a Deus os seus
atributos, e tal concepção fortaleceu o poder do pecado. Propensos à satisfação
própria, chegaram os homens a considerar a Deus tal como eles mesmos, a saber,
como um Ser cujo objetivo fosse a glorificação própria, cujas ordenanças se
acomodassem a Seu próprio prazer; Ser este pelo qual fossem os homens elevados
ou rebaixados, conforme favorecessem ou impedissem ao Seu propósito egoísta. As
classes inferiores consideravam o Ser supremo mal diferindo de seus opressores,
sobrepujando-os apenas no poder. Por tais ideias se modelava toda forma de
religião. Cada uma delas consistia num
sistema de exação. Por meio de dádivas e
cerimónias, os adoradores procuravam tornar propícia a Divindade, a fim de se
assegurarem de Seu favor para seus próprios fins. Tal religião, não tendo poder
sobre o coração e a consciência, não poderia deixar de ser senão uma rotina de
formalidades, de que se cansavam os homens, e de que anelavam libertar-se, excepto
naquilo que lhes aproveitasse. Assim o mal, sem restrições, tornava-se mais
forte, enquanto o apreço e o desejo do bem diminuíam. Os homens perderam a
imagem de Deus, e receberam o estigma do poder diabólico pelo qual eram
dirigidos. O mundo todo estava-se tornando uma fossa de corrupção. {Ed 75.2}
Havia apenas uma esperança para a raça humana: a de que
fosse lançado um novo fermento naquela massa de elementos discordantes e
corruptores; de que se trouxesse à humanidade o poder de uma nova vida; de que
o conhecimento de Deus fosse restaurado no mundo.{Ed 76.1}
Cristo veio para restaurar este conhecimento. Veio para
remover o falso ensino pelo qual os que pretendiam conhecer a Deus O haviam
representado de uma maneira errónea. Veio para manifestar a natureza de Sua
lei, para revelar em Seu próprio caráter a beleza da santidade.{Ed 76.2}
Cristo veio ao mundo com um amor que se fora acrescendo
durante a eternidade. Varrendo aquelas exações que tinham atravancado a lei de
Deus, mostrou Ele que esta é uma lei de amor, uma expressão da bondade divina.
Mostrou que na obediência a seus princípios se acha envolvida a felicidade da
humanidade, e com ela a estabilidade, o próprio fundamento e arcabouço da
sociedade humana.{Ed 76.3}
Longe de fazer exigências arbitrárias, a lei de Deus é dada
ao homem como um amparo e escudo. Quem quer que aceite seus princípios
achar-se-á preservado do mal. A fidelidade para com Deus compreende a
fidelidade para com o homem. Assim a lei resguarda os direitos, a
individualidade, de cada ser humano. Ela restringe da opressão os que estão em
posição superior, e da desobediência os que se acham em posição subordinada.
Garante o bem-estar do homem, tanto neste mundo como no vindouro. Ao que
obedece é o penhor da vida eterna; pois exprime os princípios que permanecem
para sempre. {Ed 76.4}
Cristo veio para demonstrar o valor dos princípios divinos,
revelando o seu poder na regeneração da humanidade. Veio para ensinar como
estes princípios devem ser desenvolvidos e aplicados.{Ed 77.1}
Para o povo daquela época, o valor de todas as coisas era
determinado pela aparência exterior. À medida que aumentara em pompa, a religião
declinara em eficácia. Os educadores de então procuravam impor-se ao respeito
pelo aparato e ostentação. Com tudo isto a vida de Jesus apresentava assinalado
contraste. Sua vida demonstrou a inutilidade das coisas que os homens
consideravam como as essenciais na vida. Nascido no mais rude ambiente,
participando do lar e passadio de um camponês, da ocupação de operário, vivendo
vida de obscuridade, identificando-Se com os labutadores desconhecidos do
mundo, seguiu Jesus, entre tais condições e ambiente, o plano divino da
educação. As escolas de Seu tempo, que engrandeciam as pequenas coisas e
amesquinhavam as grandes, Ele as não procurou. Sua educação foi adquirida
diretamente das fontes indicadas pelo Céu: do trabalho útil, do estudo das
Escrituras e da Natureza, e da experiência da vida — compêndios divinos, cheios
de instruções a todos os que lhes trazem mãos voluntárias, olhos que vêem e
coração entendido.{Ed 77.2}
“E o Menino crescia e Se fortalecia em espírito, cheio de
sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele.” Lucas 2:40.{Ed 78.1}
Assim preparado saiu para Sua missão, exercendo no Seu
contato com os homens, a cada momento, benéfica influência e poder
transformador, como jamais havia testemunhado o mundo.{Ed 78.2}
Aquele que procura transformar a humanidade deve compreender
ele próprio a humanidade. Unicamente pela simpatia, fé e amor podem os homens
ser atingidos e enobrecidos. Neste ponto Cristo Se revela o Mestre por
excelência; de todos os que viveram sobre a Terra, somente Ele tem perfeita compreensão
da alma humana.{Ed 78.3}
“Não temos um sumo sacerdote” — máximo mestre, pois os
sacerdotes eram mestres — “não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi
tentado.” Hebreus 4:15.{Ed 78.4}
“Naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode
socorrer aos que são tentados.” Hebreus 2:18.{Ed 78.5}
Cristo somente teve experiência de todas as tristezas e
tentações que recaem sobre os seres humanos. Jamais outro nascido de mulher foi
tão terrivelmente assediado pela tentação; jamais outro suportou fardo tão
pesado dos pecados e das dores do mundo. Nunca houve outro cujas simpatias
fossem tão amplas e ternas. Como participante em todas as experiências da
humanidade, Ele poderia não somente condoer-Se dos que se acham sobrecarregados,
tentados e em lutas, mas partilhar-lhes os sofrimentos.{Ed 78.6}
Em conformidade com o que Ele ensinava, vivia. “Eu vos dei o
exemplo, disse Ele a Seus discípulos, para que, como Eu vos fiz, façais vós
também.” “Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai.” João 13:15; 15:10.
Assim, em Sua vida, as palavras de Cristo tiveram perfeita ilustração e apoio.
E mais do que isto: Ele era aquilo que ensinava. Suas palavras eram a expressão
não somente da experiência de Sua própria vida, mas de Seu próprio caráter. Não
somente ensinava Ele a verdade, mas era a verdade. Era isto que Lhe dava poder
aos ensinos. {Ed 78.7}
Cristo reprovava com fidelidade. Jamais viveu alguém que
odiasse tanto o mal; ou alguém que o condenasse tão destemidamente. A todas as
coisas falsas e vis, Sua própria presença era uma reprovação. À luz de Sua
pureza os homens se viam impuros, e medíocres e falsos os objetivos de sua
vida. Não obstante, Ele os atraía. Aquele que criara o homem, compreendia o
valor da humanidade. Condenava o mal como o inimigo daqueles que procurava
abençoar e salvar. Em cada ser humano, apesar de decaído, contemplava um filho
de Deus, ou alguém que poderia ser restaurado aos privilégios de seu parentesco
divino.{Ed 79.1}
“Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” João 3:17. Olhando aos homens
em seu sofrimento e degradação, Cristo entrevia lugar para esperança onde
apenas apareciam desespero e ruína. Onde quer que se sentisse a percepção de uma
necessidade, ali via Ele oportunidade para reerguimento. As almas tentadas,
derrotadas, que se sentiam perdidas, prontas a perecer, Ele defrontava, não com
acusações mas com bênçãos.{Ed 79.2}
As bem-aventuranças foram a Sua saudação à família humana
toda. Olhando para a vasta multidão reunida para ouvir o Sermão da Montanha,
parecia Ele por momentos haver-Se esquecido de que não estava no Céu, e
empregou a saudação usual no mundo da luz. De Seus lábios manaram bênçãos como
o jorro de uma fonte há muito fechada.{Ed 79.3}
Desviando-Se dos ambiciosos e bem-favorecidos deste mundo,
declarou serem bem-aventurados os que, embora grandes as suas necessidades,
recebessem Sua luz e amor. Aos pobres de espírito, aos tristes, aos
perseguidos, estendeu os braços, dizendo: “Vinde a Mim, ... Eu vos aliviarei.”
Mateus 11:28. {Ed 79.4}
Em cada ser humano Ele divisava infinitas possibilidades.
Via os homens como poderiam ser, transfigurados por Sua graça — “na graça do
Senhor nosso Deus”. Salmos 90:17. Olhando para eles com esperança,
inspirava-lhes esperança. Encontrando-os com confiança, inspirava-lhes
confiança. Revelando em Si mesmo o verdadeiro ideal do homem, despertava para a
consecução deste ideal tanto o desejo como a fé. Em Sua presença as almas
desprezadas e caídas compreendiam que ainda eram homens, e anelavam mostrar-se
dignas de Seu olhar. Em muitos corações que pareciam mortos para as coisas
santas, despertavam-se novos impulsos. A muito desesperançado abriu-se a
possibilidade de uma nova vida.{Ed 80.1}
Cristo ligou os homens ao Seu coração pelos laços da
dedicação e do amor; e pelos mesmos laços ligou-os a seus semelhantes. Para Ele
o amor era a vida, e a vida era o serviço em prol de outrem. “De graça
recebestes”, disse Ele, “de graça dai.” Mateus 10:8.{Ed 80.2}
Não foi somente na cruz que Cristo Se sacrificou pela
humanidade. À medida que andava fazendo o bem (Atos dos Apóstolos 10:38), a
experiência de cada dia era um transvasar de Sua vida. De uma maneira apenas
poderia Ele manter uma vida tal. Jesus vivia na dependência de Deus e em
comunhão com Ele. Ao lugar secreto do Altíssimo, à sombra do Todo-poderoso, os
homens de quando em quando se refugiam; habitam ali por algum tempo, e o
resultado se patenteia nas boas ações; então sua fé falta, interrompe-se a comunhão,
e se desmerece a obra daquela vida. A vida de Jesus, porém, foi de constante
confiança, mantida por uma comunhão contínua; e Seu serviço em prol do Céu e da
Terra foi sem falhas ou defeitos.{Ed 80.3}
Como homem, implorava ao trono de Deus, de maneira que Sua
humanidade veio a saturar-se da corrente celeste que ligava a humanidade com a
divindade. Recebendo vida de Deus, comunicava-a aos homens. {Ed 80.4}
“Nunca homem algum falou assim como este homem.” João 7:46.
Isto seria verdade em relação a Cristo, tivesse Ele falado apenas sobre o mundo
físico e intelectual, ou meramente em assuntos teóricos e especulativo. Poderia
Ele ter revelado mistérios que requereriam séculos de trabalho e estudo para
serem penetrados. Poderia ter feito sugestões nos ramos científicos, as quais
até o final do tempo proporcionariam nutrição ao pensamento, e estímulo às
invenções. Mas Ele não fez isto. Nada disse para satisfazer a curiosidade, ou
estimular ambição egoísta. Não tratou de teorias abstratas, mas do que é essencial
ao desenvolvimento do caráter, e daquilo que alarga a capacidade do homem para
conhecer a Deus e aumenta seu poder para fazer o bem. Falou daquelas verdades
que se referem à conduta da vida, e que unem o homem com a eternidade.{Ed 81.1}
Em vez de dirigir o povo ao estudo das teorias humanas a
respeito de Deus, Sua Palavra ou Suas obras, ensinava-os a contemplá-Lo,
conforme Se acha Ele manifestado em Suas obras, em Sua Palavra e em Suas
providências. Punha-lhes a mente em contato com a mente do Infinito.{Ed 81.2}
As pessoas “admiravam a Sua doutrina, porque a Sua palavra
era com autoridade”. Lucas 4:32. Nunca dantes falou alguém com tal poder para
despertar o pensamento, acender aspirações, suscitar todas as capacidades do
corpo, espírito e alma.{Ed 81.3}
O ensino de Cristo, assim como Suas simpatias, abrangia o
mundo. Jamais poderá haver uma circunstância na vida, um momento crítico na
experiência humana, que não tenha sido antecipado em Seu ensino, e para os
quais seus princípios não tinham uma lição. Príncipe dos ensinadores, serão
Suas palavras reconhecidas como um guia para os Seus cooperadores até o fim do
tempo. {Ed 81.4}
Para Ele o presente e o futuro, o próximo e o distante, eram
um. Tinha em vista as necessidades de toda a humanidade. Perante Seus olhos
espirituais estendiam-se todas as cenas do esforço e consecução humana, de
tentações e conflitos, de perplexidades e perigo. Todos os corações, lares,
prazeres, alegrias e aspirações eram conhecidos dEle.{Ed 82.1}
Ele falava não somente por toda a humanidade, mas a toda a
humanidade. À criancinha, nas alegrias da manhã da vida; ao ansioso e inquieto
coração do jovem; aos homens na força dos anos, suportando o peso das
responsabilidades e cuidados; ao idoso em sua fraqueza e cansaço, a todos,
enfim, era levada Sua mensagem, sim, a todos os filhos da humanidade, em todos
os países e em todas as épocas.{Ed 82.2}
Em Seu ensino abrangiam-se coisas temporais e eternas,
coisas visíveis em sua relação com as invisíveis, incidentes passageiros da
vida usual e as questões solenes da vida por vir.{Ed 82.3}
As coisas desta vida Ele as colocava na sua verdadeira
relação, como subordinadas que são às de interesse eterno; mas não ignorava sua
importância. Ensinava que o Céu e a Terra estão ligados um ao outro, e que o conhecimento
da verdade divina prepara melhor o homem para cumprir os deveres da vida
diária.{Ed 82.4}
Para Ele nada havia sem um determinado fim. Os jogos
infantis, o trabalho dos homens, os prazeres, cuidados e dores da vida — tudo
eram meios que conduziam a um determinado fim, a saber, a revelação de Deus
para o erguimento da humanidade.{Ed 82.5}
De Seus lábios a Palavra de Deus era recebida no coração dos
homens, com novo poder e nova significação. Seus ensinos faziam com que as
coisas da criação se apresentassem sob uma nova luz. Sobre a face da Natureza
de novo repousavam raios daquele fulgor que o pecado havia banido. Em todos os
fatos e experiências da vida revelavam-se uma lição divina e a possibilidade de
divina companhia. Novamente Deus habitava sobre a Terra; corações humanos se
tornavam cônscios de Sua presença; o mundo era circundado por Seu amor. O Céu
desceu aos homens. Seus corações reconheceram em Cristo Aquele que lhes abrira
a ciência da eternidade: {Ed 82.6}
“Emanuel, ... Deus conosco.”{Ed 83.1}
Todo verdadeiro trabalho educativo encontra seu centro no
Mestre enviado de Deus. De Sua obra hoje, precisamente como da que estabeleceu
há mil e oitocentos anos*, fala o Salvador nestes termos:{Ed 83.2}
“Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo.”{Ed 83.3}
“Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim.” Apocalipse
1:17; 21:6.{Ed 83.4}
Na presença de tal Ensinador, de tais oportunidades para
educação divina, é mais que loucura procurar educação fora d´Ele, quer dizer,
procurar ser sábio desviado da Sabedoria, querer ser verdadeiro ao mesmo tempo
em que se rejeita a Verdade, procurar iluminação fora da Luz, e existência sem
a Vida, enfim, deixar a Fonte das águas vivas e cavar cisternas rotas que não
podem fornecer água.{Ed 83.5}
Eis que Ele ainda convida: “Se alguém tem sede, venha a Mim
e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão
dele.” “A água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a
vida eterna.” João 7:37, 38; 4:14
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