“E Jesus, andando junto ao Mar da Galileia, viu dois irmãos,
Simão, chamado Pedro, e André... e disse-lhes: Vinde após Mim, e Eu vos farei
pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-nO.” ...
Mateus 4:18-19.
A obediência pronta, implícita desses homens, sem promessas
de remuneração, parece notável; mas as palavras de Cristo eram um convite que
encerrava um poder dinâmico. Cristo faria desses humildes pescadores, ligados
com Ele, o meio de tirar homens do serviço de Satanás, levando-os ao serviço de
Deus. Nessa obra eles se tornariam Suas testemunhas, levando ao mundo Sua
verdade sem mistura de tradições e enganos de homens. Mediante a prática de
Suas virtudes, o andar e trabalhar com Ele, haviam de se qualificar para serem
pescadores de homens. ... {RC 18.3}
Durante três anos, trabalharam junto ao Salvador, e, por
Seus ensinos, obras e exemplo, prepararam-se para levar avante a obra que Ele
começara. Pela simplicidade da fé, pelo serviço puro, humilde, os discípulos
foram ensinados a assumir responsabilidades na causa de Deus. Há, na
experiência dos apóstolos, lições que nos convém aprender. Esses homens eram
como o aço em sua fidelidade ao princípio. Eram homens incapazes de falhar, ou
de desanimar-se. Eram cheios de reverência e zelo para com Deus, de nobres
desígnios e aspirações. Eram por natureza tão fracos e impotentes como qualquer
dos que se acham agora empenhados na obra, mas punham no Senhor toda a sua
confiança. Eram ricos, mas sua riqueza consistia na cultura da mente e da alma,
e isso pode conseguir todo aquele que colocar a Deus como primeiro, e último, e
melhor em tudo. Longamente labutaram para aprender as lições que lhes foram
dadas na escola de Cristo, e não labutaram em vão. Ligaram-se com o mais forte
dos poderes, e ansiavam sempre uma compreensão mais profunda, elevada e ampla
das realidades eternas, a fim de poderem com êxito apresentar ao mundo
necessitado os tesouros da verdade. ... {RC 18.4}
Por toda parte a luz da verdade deve brilhar, para que os
corações possam despertar e converter-se. Em todos os países deve ser
proclamado o evangelho. Os servos de Deus devem trabalhar em lugares vizinhos e
distantes, alargando as porções cultivadas da vinha, e indo às regiões além.
Devem trabalhar enquanto dura o dia; pois vem a noite, na qual nenhum homem
pode trabalhar. — Obreiros Evangélicos, 24-26. {RC 18.5}
Cristo e a dignidade
humana
Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe,
fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque Ele é a nossa paz, o qual de
ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio.
Efésios 2:13-14.
Cristo não conhecia distinção de nacionalidade, posição ou
credo. Os escribas e fariseus desejavam fazer dos dons celestes um privilégio
local e nacional, e excluir o resto da família de Deus no mundo. Mas Cristo
veio derrubar todo muro de separação. Veio mostrar que Seu dom de misericórdia
e amor é tão ilimitado como o ar, a luz ou a chuva que refrigera a terra. {RC
19.2}
A vida de Cristo estabeleceu uma religião em que não há diferenças, a religião em que judeus e gentios, livres e servos são ligados numa fraternidade comum, iguais perante Deus. Nenhuma questão política Lhe influenciava a maneira de agir. Não fazia diferença alguma entre vizinhos e estranhos, amigos e inimigos. O que tocava Seu coração era uma pessoa sedenta pelas águas da vida. {RC 19.3}
Não passava nenhum ser humano por alto como indigno, mas
procurava aplicar a toda pessoa o remédio capaz de sarar. Em qualquer companhia
em que Se encontrasse, apresentava uma lição adequada ao tempo e às
circunstâncias. Cada negligência ou insulto da parte de alguém para com seu
semelhante servia apenas para fazê-Lo mais consciente da necessidade que tinha
da Sua simpatia divino-humana. Procurava inspirar esperança aos mais rudes e
menos promissores, prometendo-lhes a certeza de que haveriam de tornar-se
irrepreensíveis e inocentes, alcançando um caráter que manifestaria serem
filhos de Deus. {RC 19.4}
Muitas vezes Jesus encontrava pessoas que haviam caído no
poder de Satanás e que não tinham forças para romper os laços. A essas
criaturas, desanimadas, doentes, tentadas, caídas, costumava dirigir palavras
da mais terna piedade, palavras adequadas e que podiam ser compreendidas. Quando
encontrava pessoas
empenhadas numa luta renhida com o adversário das pessoas, Ele as animava a perseverar, assegurando-lhes que haviam de triunfar, pois anjos de Deus se achavam a seu lado e lhes dariam a vitória. {RC 19.5}
empenhadas numa luta renhida com o adversário das pessoas, Ele as animava a perseverar, assegurando-lhes que haviam de triunfar, pois anjos de Deus se achavam a seu lado e lhes dariam a vitória. {RC 19.5}
À mesa dos publicanos Ele Se sentava como hóspede de honra,
mostrando por Sua simpatia e benevolência social que reconhecia a dignidade
humana; e os homens anelavam tornar-se dignos de Sua confiança. Sobre seu
coração sedento, as palavras d´Ele caíam com bendito poder vivificante. Novos impulsos
eram despertados, e abria-se para esses excluídos da sociedade a possibilidade
de vida nova. {RC 19.6}
Conquanto fosse judeu, Jesus Se associava sem reserva com os
samaritanos... Enquanto lhes atraía o coração pelos laços de humana simpatia,
Sua divina graça levava-lhes a salvação que os judeus rejeitavam. — A Ciência
do Bom Viver, 25-26. {RC 19.7}
Cristo e os direitos
humanos
Em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe
é aceitável. Atos 10:35.
O Senhor requer que reconheçamos os direitos de todos os
homens. Os direitos sociais dos homens, e seus direitos como cristãos, devem
ser tomados em consideração. Todos têm de ser tratados fina e delicadamente,
como filhos e filhas de Deus. {RC 20.2}
O cristianismo tornará o homem cavalheiro. Cristo era
cortês, mesmo com Seus perseguidores; e Seus verdadeiros seguidores
manifestarão o mesmo espírito. Vede Paulo, quando levado perante governadores.
Seu discurso perante Agripa é uma ilustração da verdadeira cortesia, bem como
de persuasiva eloquência. O evangelho não estimula a polidez formal que circula
no mundo, mas a cortesia que parte de real bondade do coração. {RC 20.3}
A mais cuidadosa atenção às exteriores conveniências da
vida, não basta para evitar toda a irritabilidade, severidade de juízo e
linguagem imprópria. A verdadeira fineza não se revelará nunca enquanto o
próprio eu for considerado o objeto supremo. Importa que o amor habite no
coração. Um perfeito cristão encontra seus motivos de ação no profundo e sincero
amor ao seu Mestre. Das raízes de sua afeição a Cristo, brota o abnegado
interesse por seus irmãos. O amor comunica a seu possuidor, graça, critério e
modéstia na conduta. Ilumina o semblante e rege a voz; afina e eleva o ser
inteiro. — Obreiros Evangélicos, 123.
Alguns daqueles com quem entrais em contato, podem ser rudes
e descorteses; mas nem por isso, mostreis de vossa parte menos cortesia. Aquele
que deseja manter o respeito próprio, deve ter cautela de não ferir
desnecessariamente o dos outros. Essa regra deve ser sagradamente observada
para com o mais néscio, o mais imprudente. O que Deus pretende fazer com essas
pessoas aparentemente não prometedoras, vós não sabeis. Ele já tem aceito
pessoas que não davam mais esperanças nem eram mais atrativas, para fazer uma
grande obra para Ele. Seu Espírito, movendo-Se sobre o coração, tem despertado
cada faculdade para uma ação vigorosa. O Senhor viu nessas pedras brutas, sem
polimento, um material precioso, que haveria de suportar a prova da tempestade,
do calor e da pressão. — Obreiros Evangélicos, 122. {RC 20.5}
Sede polidos com aqueles com os quais entrais em contato;
assim sereis polidos com Deus. Louvai-O por Sua bondade, e assim Lhe sereis
testemunhas, e estareis preparando-vos para a sociedade dos anjos. Neste mundo
estais aprendendo a conduzir-vos na família de Cristo no Céu. — Manuscrito 31,
1903. {RC 20.6}
Cristo não faz
acepção de pessoas
Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que
Deus não faz acepção de pessoas. Atos 10:34. {RC 21.1}
A religião de Cristo eleva o que a recebe a um plano mais
alto de pensamento e ação, ao mesmo tempo que apresenta toda a família humana
como sendo, semelhantemente, objeto do amor de Deus, sendo comprados pelo
sacrifício de Seu Filho. Vêm encontrar-se aos pés de Jesus, o rico e o pobre, o
letrado e o ignorante, sem nenhuma ideia de discriminação ou preeminência
mundana. Todas as distinções terrestres desaparecem ao contemplarmos Aquele a
quem nossos pecados traspassaram. A abnegação, a condescendência, a infinita
compaixão d´Aquele que era tão exaltado no Céu, faz envergonhar o orgulho
humano, a presunção e as classes sociais. A religião pura e imaculada manifesta
seus celestiais princípios, levando à unidade todos quantos são santificados
pela verdade. Todos se unem como pessoas compradas por sangue, igualmente
dependentes d´Aquele que os redimiu para Deus. {RC 21.2}
O Senhor emprestou aos homens talentos para desenvolver.
Aqueles a quem Ele dotou com recursos, devem levar seus talentos de meios ao
Mestre. Homens e mulheres de influência, devem usar aquilo que Deus lhes deu.
Aqueles a quem Ele dotou de sabedoria, cumpre trazerem à cruz de Cristo este
dom, para ser usado para Sua glória. {RC 21.3}
E os pobres têm seus talentos, os quais talvez sejam maiores
do que qualquer dos mencionados. Pode ser simplicidade de caráter, humildade,
virtude provada, confiança em Deus. Mediante paciente esforço, mediante inteira
dependência de Deus, estão mostrando Jesus, o Redentor, àqueles com quem estão
em contato. Têm um coração cheio de simpatia para com o pobre, um lar para o
necessitado e o oprimido, e dão um testemunho claro e decidido quanto ao que
Jesus é para eles. Buscam glória, honra e imortalidade, e sua recompensa será a
vida eterna. {RC 21.4}
São necessárias, na fraternidade humana, todas as espécies
de talentos para formar um todo perfeito; e a igreja de Cristo é composta de
homens e mulheres de talentos vários, e de todas as categorias e classes. Nunca
foi desígnio de Deus que o orgulho humano houvesse de desfazer aquilo que foi
ordenado por Sua própria sabedoria — a combinação de toda sorte de espíritos,
de todos os vários talentos que compõem um todo completo. Não deve haver
depreciação de parte alguma da grande obra de Deus, sejam os instrumentos
elevados ou humildes. Todos têm sua parte na difusão da luz, em proporções
diversas. ... Estamos todos entretecidos na grande teia da humanidade, e não
podemos, sem prejuízo, retirar nossas simpatias uns dos outros. — Obreiros
Evangélicos, 330-331.
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