O Senhor deseja que cada um de nós seja decididamente
sincero. Não nos podemos permitir um erro em assuntos espirituais. A questão de
vida e morte quanto a nós, é: "Que farei para que me possa salvar - salvar
eternamente?" "Que farei para herdar a vida eterna - uma vida que se
meça pela vida de Deus?" Esta é uma pergunta que nos convém, a cada um,
considerar cuidadosamente. ...
Enquanto vivemos neste mundo devemos ser a mão ajudadora de
Deus. Paulo declarou: "Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus."
I Cor. 3:9. Devemos cooperar com Deus em toda medida que Ele deseja executar.
Estamos nós cumprindo o eterno desígnio de Deus? Estamos buscando dia a dia ter
a mente de Cristo e fazer Sua vontade em palavras e obras?
Em que condição se encontra hoje a família humana! Tendes
acaso visto nunca dantes tal tempo de confusão - de violência, de homicídio,
roubo e toda espécie de crime? Onde, neste tempo, nos achamos nós,
individualmente?
No capítulo cinquenta e oito de Isaías, lemos a respeito
daqueles que jejuam "para contendas e debates" e "para dardes
punhadas impiamente" e aprendemos que Deus não aceitará esse jejum.
"Não jejueis como hoje", declara Ele, "para fazer ouvir a vossa
voz no alto." Isa. 58:4.
"Seria este o jejum que Eu escolheria: que o homem um
dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como junco, e estenda debaixo
de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?
"Porventura não é este o jejum que escolhi? que soltes
as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo [em vez de
atá-las]? e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em
casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua
carne?" Isa. 58:5-7.
Recompensa
"Então [depois de praticarem essas obras de
misericórdia e necessidade] romperá a tua luz como a alva, e a tua cura
apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do
Senhor será a tua retaguarda." Isa. 58:8.
Devemos pôr em prática os preceitos da lei, e assim temos a
justiça diante de nós; a retaguarda será a glória de Deus. A luz da justiça de
Cristo será nossa vanguarda, e a glória do Senhor será nossa retaguarda. Demos
graças ao Senhor por esta certeza. Fiquemos sempre numa posição em que o Senhor
Deus do Céu nos possa favorecer. Consideremos que é nosso alto privilégio estar
em ligação com Deus - servir-Lhe de mão ajudadora.
No grande plano de Deus para redenção da raça perdida, Ele
Se colocou na necessidade de empregar os instrumentos humanos como Sua mão
ajudadora. Ele precisa ter uma mão ajudadora para atingir a humanidade. Precisa
ter a cooperação dos que hão de ser ativos, prontos a ver oportunidades,
prontos a discernir o que precisa ser feito por seus semelhantes.
Cristo deu a vida por homens e mulheres pecadores. Desejava
salvar a raça de uma vida de transgressão para a vida de obediência e justiça;
e aos que O aceitam como seu Redentor Ele oferece a mais preciosa recompensa
que o Céu pode outorgar - isto é, a herança da vida eterna. ...
Oh! se pudéssemos compreender mais plenamente o preço
infinito que foi pago por nossa redenção! Paulo declara: "Fostes comprados
por bom preço" (I Cor. 6:20); e é verdade; pois o preço pago não é nada
menos que a vida do unigénito Filho de Deus. Consideremos todos isto. Podemos
recusar os convites que Cristo nos envia; podemos negligenciar Seu oferecimento
de perdão e paz; permanece, porém, um fato, que cada um de nós foi comprado por
preço - o precioso sangue do Filho de Deus. Portanto, "considerai, pois,
Aquele". Heb. 12:3.Custastes muito. "Glorificai pois a Deus no vosso
corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." I Cor. 6:20.
Aquilo que considerais como vosso é de Deus. Cuidai de Sua propriedade. Ele vos
comprou com preço infinito. Vosso espírito pertence-Lhe. Que direito tem uma
pessoa de maltratar um corpo que não lhe pertence, mas ao Senhor Jesus Cristo?
Que satisfação pode alguém ter em diminuir gradualmente as faculdades do corpo
e da mente mediante condescendências egoístas de qualquer espécie?
Deus deu a todo ser humano um cérebro. Deseja que ele seja
usado para glória Sua. Por meio dele é o homem habilitado a cooperar com Deus
em esforços para salvar semelhantes mortais prestes a morrer. Não possuímos
demasiado poder cerebral ou faculdades de raciocínio. Cumpre-nos educar e
exercitar toda faculdade da mente e do corpo - o mecanismo humano que Cristo
adquiriu - de maneira a podermos pô-lo no melhor uso possível. Devemos fazer
tudo quanto pudermos para fortalecer essas faculdades; pois Deus Se agrada de
que nos tornemos mais e mais eficientes colaboradores Seus.
Diz-se daqueles que fizerem fielmente sua parte: "Somos
cooperadores de Deus." I Cor. 3:9. Separado do auxílio divino, o homem bem
pouco pode fazer; mas o Pai celeste e Seu Filho estão prontos a trabalhar por
meio de todo aquele que se consagra inteiramente no altar do serviço. Toda alma
diante de mim pode cooperar com Deus, e trabalhar de maneira aceitável para
Ele. O Senhor deseja que todos nós nos arregimentemos. Ele deu a todo homem
determinada obra, segundo suas várias aptidões. ...
Experiência
Individual
Na idade de dezassete anos, quando todos os meus amigos me
consideravam uma inválida para a vida em resultado de rude acidente que sofri
na infância, um visitante celeste veio e me falou, dizendo: "Tenho uma
mensagem para dares." "Ora", pensei, "há certamente um
grande engano em qualquer parte." Novamente foram proferidas as palavras:
"Tenho uma mensagem para dares. Escreve para o povo aquilo que eu te
der." Até então minha mão trêmula não havia sido capaz de escrever uma
linha. Respondi: "Não posso fazê-lo; não posso fazê-lo."
"Escreve! escreve!" foram as palavras proferidas outra vez. Tomei
papel e pena, e comecei a escrever; e quanto tenho escrito desde então, é
impossível calcular. A força, o poder, era de Deus.
Desde aquele tempo, os livros que tenho escrito têm sido
publicados em muitas, muitas línguas, e têm ido a todas as partes da Terra. Faz
pouco tempo recebi notícia de que um exemplar de um de meus livros fora
benevolamente recebido pela rainha da Alemanha, e que ela escrevera bondosa
carta expressando apreciação do volume. Ao Senhor seja todo louvor.
Não podemos, de nós mesmos, fazer bem algum. Temos, porém, o
privilégio de colocar-nos na devida relação para com Deus, e decidir que, com
Seu auxílio, faremos nossa parte nessa obra, para melhorá-la. Na vida daqueles
que humildemente, e todavia sem vacilar cumprem esta resolução, revelar-se-á a
glória de Deus. Sei isso por experiência. Não tenho tido nenhum poder de mim
mesma. Tenho compreendido que preciso lançar minha alma impotente sobre Jesus
Cristo; e em resultado de assim fazer, de orar e de crer, a salvação de Deus
tem ido adiante de mim, e a glória do Senhor tem seguido.
Digo-vos aquilo que sei, para vosso encorajamento e
conforto. Ponhamo-nos todos na devida relação para com Deus.
Que satisfação se pode achar em seguir as modas do mundo?
Tendes obra melhor a fazer. Moldar o caráter. Empregai toda capacidade, todo
nervo, todo músculo, pensamento e ação para a glória de Deus. Vereis então,
como nunca o fizestes, indo adiante de vós a salvação de Deus.
Oh! Não tenho de que me queixar. O Senhor nunca me faltou.
Depus na sepultura meu marido há vinte e dois anos; e vários anos mais tarde,
quando foi tomada a decisão de que mais missionários deviam ir à Austrália para
se unirem aos poucos que haviam sido enviados, para lá fomos nós mesmos para
fortalecer as mãos de nossos irmãos e estabelecer a obra nos devidos moldes
nesse novo centro. Ali fizemos muita obra pioneira.
Ajudando a
Estabelecer uma Escola
Vimos a grande necessidade de uma escola em que promissores
jovens de ambos os sexos pudessem ser preparados para o serviço do Mestre; e
fomos direto para as matas em Nova Gales do Sul, compramos mil e quinhentos
acres de terra, e aí estabelecemos uma escola missionária distante das cidades.
...
Regressamos três anos atrás à América do Norte. Outros foram
enviados à Austrália para tomar nossos lugares. A obra continuou a crescer;
todos os esforços têm sido acompanhados de prosperidade. Gostaria de que pudésseis
ler as cartas que nos chegam. Indubitavelmente, ouvistes falar da terrível seca
que ocasionou fome em tantas regiões da Austrália durante os passados dois
anos. Centenas de milhares de ovelhas e gado e cavalos pereceram. Em todas as colónias,
e em especial em Queensland, o sofrimento e prejuízos materiais foram grandes.
O lugar escolhido para nossa escola missionária, porém, tem
tido suficiente chuva para a boa terra de pasto e abundantes colheitas; na
verdade, nas assembleias legislativas e nos jornais das grandes cidades foi
especificado como "o único lugar verde em toda a Nova Gales do Sul".
Não é isto notável? Não tem o Senhor abençoado? De uma das
notícias recebidas, sabemos que o ano passado três mil e quinhentos quilos de
mel da melhor qualidade foram produzidos nos terrenos da escola. Grandes
quantidades de hortaliças foram cultivadas, e a venda do excesso tem sido fonte
de considerável lucro para a escola. Tudo isso é bastante animador para nós;
pois tomamos uma terra inculta, e ajudamos a levá-la a seu atual estado
frutífero. Ao Senhor rendemos todo o louvor.
Em toda terra e em toda comunidade há muitas ocasiões para
serviço prestativo. Mesmo nesses vales em que ora vivemos, há famílias que
necessitam auxílio no sentido espiritual. Atentai para esses. Empregai vosso
talento, habilidade, ajudando-os. Dai-vos primeiramente ao Mestre; então Ele
trabalhará convosco. A cada homem dá Ele sua obra.
Está a Irmã White
Enriquecendo?
Tem sido dito por vezes que estou procurando ficar rica.
Alguns nos têm escrito, indagando: "Não é a fortuna da Sra. White de
milhões de dólares?" Folgo em poder dizer: "Não." Não possuo
neste mundo qualquer lugar livre de dívida. Por quê? - Porque vejo tanto
trabalho missionário a fazer. Em tais circunstâncias, poderia eu amontoar
dinheiro? - Não, em verdade. Recebo direitos autorais da venda de meus livros;
mas quase tudo é gasto em trabalho missionário.
O diretor de uma de nossas casas publicadoras em afastado
país estrangeiro, ao ouvir de outros, recentemente, que eu me achava em
necessidade de meios, mandou-me um cheque de quinhentos dólares; e na carta que
acompanhava o dinheiro, disse ele que, em troca dos milhares de milhares de
dólares de direitos autorais que eu enviara a seu campo missionário para
tradução e distribuição de livros novos, e para manutenção de novos
empreendimentos missionários, ele incluía os quinhentos dólares como pequenino
testemunho da apreciação deles. Enviaram-no em virtude de seu desejo de
ajudar-me em meu momento de necessidade especial; mas até aqui tenho dado para
manutenção da causa do Senhor em terras estrangeiras todos os direitos autorais
que me vêm da venda de meus livros estrangeiros na Europa; e pretendo devolver
estes quinhentos dólares assim que me seja possível livrar-me de débito.
Para glória de Deus, dir-vos-ei que há cerca de quatro anos
Ele me habilitou a terminar de escrever um livro acerca das parábolas de Jesus,
e então Ele me pôs no coração dar esse livro para o desenvolvimento de nossa
obra educativa denominacional.
Naquela época algumas de nossas escolas missionárias maiores
e colégios se achavam em pesados débitos; mas mediante os esforços de nosso
povo para vender esse livro e dedicar todo o lucro à liquidação dessas dívidas,
mais de duzentos mil dólares já foram recolhidos e aplicados para esse fim; e a
boa obra continua ainda. O êxito desse plano tem-me sido uma fonte de grande
satisfação. Estou agora terminando outro livro, para ser usado da mesma maneira
para outros empreendimentos.
O lucro financeiro, porém, não é o aspecto mais animador
para mim. Gosto de deter-me na ideia de que a circulação desses livros está
trazendo muitas almas à verdade. Esse pensamento alegra na verdade meu coração.
Não tenho tempo de sentar-me a lamentar. Vou simplesmente avante com meu
trabalho, e conservo-me escrevendo, escrevendo, escrevendo. De manhã cedo,
quando vós outros estais dormindo, acho-me em geral de pé, a escrever.
Nem a doença me tem feito deixar de escrever. Não muito
depois de ir para a Austrália, fui atacada de enfermidade. Devido à umidade das
casas, sofri um ataque de reumatismo inflamatório, que me prostrou por onze
meses. Eu me encontrava por vezes em intensa agonia. Só podia dormir numa
posição por cerca de duas horas, e depois tinha de ser mudada de modo a ficar
em outra posição. Meu colchão pneumático não me oferecia senão pequeno alívio,
e passei por períodos de grande sofrimento.
A despeito disto, porém, não deixei meu trabalho. Meu braço
direito, do cotovelo à ponta dos dedos, estava livre de dor; o resto do braço,
todo o braço esquerdo e ambos os ombros, não se podiam mover por si mesmos. Foi
feito um aparelho de madeira, e com esse auxílio foi-me possível escrever.
Durante esses onze meses escrevi duas mil e quinhentas páginas de papel de
carta, para enviar através das grandes águas do Pacífico para serem publicadas
nos Estados Unidos.
Sinto-me tão grata ao Senhor porque Ele nunca me decepciona;
dá-me força e graça. Ao achar-me ao lado de meu marido moribundo, pus minha mão
na sua, e disse: "Conhece-me marido?" Ele acenou que sim. Eu disse:
"Através de todos estes anos deixei que você assumisse as
responsabilidades dos negócios, e tomasse a iniciativa nos novos
empreendimentos. Prometo-lhe agora ser eu própria uma pioneira." E acrescentei:
"Se você compreende o que eu lhe digo, aperte minha mão um pouco mais
firmemente." Ele assim fez; não podia falar.
Depois de meu marido ser deposto no sepulcro, seus amigos
pensaram em colocar uma coluna partida como monumento.
"Nunca!" Disse eu, "nunca! Ele fez, sozinho,
o trabalho de três homens. Nunca será colocado sobre seu túmulo um monumento
partido." ...
Deus me tem ajudado. Glorifico hoje Seu nome na presença de
Seu povo. Passei cerca de dez anos na Austrália. Foi feita ali uma obra
maravilhosa; mais de outro tanto, todavia, poderia haver sido feito,
houvéssemos nós tido os homens e os meios que deveríamos. Damos entretanto
graças a Deus por Sua mantenedora presença, e pelo que podemos agora ver
naquele campo em resultado dos esforços ali desenvolvidos. Manuscrito 8, 1904.
Diligente,
Infatigável Atividade
Devem-se realizar reuniões campais em nossas cidades
grandes. E se os oradores forem cuidadosos em tudo quanto disserem, serão
alcançados corações ao ser a verdade proclamada no poder do Espírito. O amor de
Cristo sendo recebido no coração, banirá o amor do erro. O amor e a
benevolência manifestos na vida de Cristo devem manifestar-se na vida dos que
trabalham para Ele. A diligente, infatigável atividade que Lhe assinalou a
existência deve distinguir-lhes a vida. O caráter do cristão deve ser uma
reprodução do caráter de Cristo.
Não nos esqueçamos nunca de que não pertencemos a nós
mesmos, de que fomos comprados por preço. Nossas faculdades devem ser
consideradas depósitos sagrados, para serem usadas para glória de Deus e
benefício de nossos semelhantes. Somos uma parte da cruz de Cristo. Com
sincera, constante fidelidade devemos buscar salvar os perdidos. Manuscrito 6,
1902.
E.G.White
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