"Para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo." II Cor. 4:6.
Pelo pecado o homem ficou separado de Deus. Não fosse o
plano da redenção, a eterna separação de Deus e as trevas de uma noite infinda
seriam a sua sorte. Mediante o sacrifício do Salvador possibilitou-se nova
comunhão com Deus. Não podemos pessoalmente chegar à Sua presença; em nossos
pecados não podemos olhar a Sua face; mas podemos contemplá-Lo e com Ele ter
comunhão em Jesus, o Salvador. A "iluminação do conhecimento da glória de
Deus" é revelada "na face de Jesus Cristo". II Cor. 4:6. Deus
está "em Cristo reconciliando consigo o mundo". II Cor. 5:19.
"O Verbo Se fez carne e habitou entre nós, ... cheio de
graça e de verdade." João 1:14. "NEle, estava a vida e a vida era a
luz dos homens." João 1:4. A vida e a morte de Cristo - preço de nossa
redenção - não somente são para nós promessa e garantia de vida, não somente
são os meios de se nos abrirem novamente os tesouros da sabedoria; eles são uma
revelação de Seu caráter; mais ampla, mais elevado do que a possuía mesmo o par
santo do Éden.
E ao mesmo tempo em que Cristo revela o Céu ao homem, a vida
que Ele transmite abre o coração do homem ao Céu. O pecado não somente nos
exclui de Deus, mas também destrói no coração humano tanto o desejo como a
capacidade de O conhecer. É a missão de Cristo desfazer toda esta obra do mal.
Tem Ele poder para fortalecer e restaurar as faculdades paralisadas pelo
pecado, a mente obscurecida, a vontade pervertida. Ele nos abre as riquezas do
Universo, e por Ele nos é comunicada a capacidade de discernir estes tesouros e
nos apoderar deles.
Cristo é a luz "que, vinda ao mundo, ilumina a todo
homem". João 1:9. Assim como por meio de Cristo todo ser humano tem vida,
também por meio dEle cada pessoa recebe algum raio de luz divina. Existe em
cada coração não somente poder intelectual, mas espiritual - percepção do que é
reto, anelo de bondade. Mas contra estes princípios há um poder contendor,
antagônico. O resultado de comer da árvore da ciência do bem e do mal, é
manifesto na experiência de todo homem. Há em sua natureza um pendor para o
mal, uma força à qual, sem auxílio, não poderá ele resistir. Para opor
resistência a esta força, para atingir aquele ideal que no íntimo de sua alma
ele aceita como o único digno, não pode encontrar auxílio senão em um poder.
Esse poder é Cristo. A cooperação com esse poder é a maior necessidade do
homem. Em todo esforço educativo não deveria esta cooperação ser o mais alto
objetivo?
O verdadeiro ensinador não se satisfaz com trabalho de
segunda ordem. Não se contenta com encaminhar seus estudantes a um padrão mais
baixo do que o mais elevado que lhes é possível atingir. Não pode contentar-se
com lhes comunicar apenas conhecimentos técnicos, fazendo deles meramente
hábeis contabilistas, destros artistas, prósperos homens de negócio. É sua
ambição incutir-lhes os princípios da verdade, obediência, honra, integridade,
pureza - princípios que deles farão uma força positiva para a estabilidade e o reerguimento
da sociedade. Ele quer que eles, acima de tudo mais, aprendam a grande lição da
vida sobre o trabalho altruísta.
Esses princípios se tornam um poder vivo para moldar o
caráter, mediante a familiarização da alma com Cristo, mediante a aceitação de
Sua sabedoria como guia, Seu poder como força para o coração e a vida. Efetuada
essa união, o estudante terá encontrado a Fonte da sabedoria. Terá ao seu
alcance o poder de realizar em si próprio os seus mais nobres ideais.
Pertencem-lhe as oportunidades de obter a mais elevada educação para os fins da
vida neste mundo. E no preparo ganho aqui, ele se está iniciando naquele curso
que abrange a eternidade.
No mais alto sentido, a obra da educação e da redenção são
uma; pois, na educação, como na redenção, "ninguém pode pôr outro
fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo". I Cor.
3:11. "Foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse."
Col. 1:19.
Sob condições mudadas, a verdadeira educação ainda se
conforma com o plano do Criador, o plano da escola edénica. Adão e Eva recebiam
instrução pela direta comunhão com Deus; nós contemplamos a "iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo". II Cor. 4:6.
Os grandes princípios de educação são imutáveis.
"Permanecem firmes para todo o sempre" (Sal. 111:8), visto que são os
princípios do caráter de Deus. Deve ser o primeiro esforço do professor e seu
constante objetivo auxiliar o estudante a compreender estes princípios e entrar
com Cristo naquela relação especial que fará daqueles princípios uma força
diretriz na vida. O professor que aceita este objetivo é em verdade um
cooperador de Cristo, um coobreiro de Deus.
"Tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi
escrito." Rom. 15:4.
Educação – E. G. White
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